Surpresas

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Felipe


Seis e meia da manhã somos acordados por dois fofos despertadores humanos, me levanto para pegá-las antes que acordem o prédio inteiro.- Ei princesas, se acalmem papai já vai pegar. -- Nossa, nossa, tudo isso é fome minhas lindas? -Eduarda fala se aproximando de mim, eu pego Fran e ela pega a Fer.- Bom dia meu amor! -Digo selando nossos lábios.- Bom dia amor!-- Fica aqui com elas que eu vou preparar as mamadeiras. -Digo e ela concorda, então coloca Fernanda na cama e eu coloco Fran do lado.- Me alcança a bolsa delas que eu vou trocando as fraldas enquanto isso. -Ela diz e eu lhe entrego a bolsa, beijo sua testa e saio em direção a cozinha, vejo que Ricardo e Lorena não estão mais na sala,coloco uma chaleira de água para ferver e fico ali, esperando para preparar as mamadeiras, até que Eduarda me grita e eu saio correndo.Quando entro no quarto, ela está com o celular na mão gravando e eu então respiro assim que ela me fala.- Olha papai... a Ferzinha aprendeu a rolar! -Começo a rir, pois na verdade Fernanda apenas girou o corpinho gordo, mas o entusiasmo e animação de Eduarda com relação as gêmeas é incrível.- Muito bem princesinha do papai! Nossa amor, quase morro de susto. Vim correndo da cozinha. -- Desculpa! -Dou um beijo nela sorrindo e falo.- Eu te amo sabia! Agora vou lá terminar as mamadeiras antes que elas voltem a chorar. -Saio do quarto e chegando na cozinha a água ferveu, preparo e esfrio as mamadeiras, volto para o quarto e encontro minhas três meninas conversando.- Cheguei meus amores. Toma mamãe, dá para a Fran que eu dou para a Fer. -Ela sorri para mim e pega a mamadeira e a bebê. Depois de alimentar as gêmeas nós nos arrumamos e vamos preparar o café, me bato um pouco, afinal é a cozinha de Ricardo, mas consigo preparar, logo Ricardo aparece de mãos dadas com Lorena e eu já vou falando.-Desculpa aí irmão, invadi sua cozinha, estávamos com fome. -- Sem problemas, nós também estamos não é morena? -Lorena não responde, ela apenas olha para Eduarda e as duas começam a rir.- O que foi? -Eu pergunto abraçando Eduarda pela cintura e dando um beijo em seu pescoço. Lorena me responde.- Ontem a noite enquanto dançavam abraçadinhos era meu ruivo para cá, meu nego para lá, agora é só irmão? Nem um beijinho, que frieza. -Eduarda ri e complementa.- Pois é? Para quem queria ficar abraçadinho ontem, estão muito frios um com o outro hoje. -- Não fizemos isso. -Não fizemos isso, Ricardo diz se segurando para não rir.- Ah... Fizeram sim. -Lorena fala e levanta indo para a sala, volta mexendo em seu celular, nos mostrando uma foto nossa abraçados e um vídeo de nós dois dançando também abraçados.- Não adianta Nego, fomos pegos, nosso amor não é mais secreto... -Ele fala rindo, ainda por cima vem e me dá um beijo na bochecha, acaba que todos nós caímos na risada e eu digo brincando.- Apaga isso aí, pelo amor de Deus. -- Nem pense nisso, como vamos rir de vocês sem isso. -Eduarda diz e eu a aperto em meu abraço e falo fazendo beiço.- Poxa amor, eu pensei que você estava do meu lado. -Ela se vira para mim me abraçando e sela nossos lábios.- Ah, meu lindo! -Sorrio para ela e então falo.- Vamos sair daqui logo, e que fique claro que o apê do Ricardo é como Vegas... Ou seja, o que acontece aqui, fica aqui... -Pisco para ela e dou risada, então a chamo para realmente irmos embora.- Agora vamos linda, vamos deixar as gêmeas com Nana antes de ir para a clínica. -Nos despedimos dos dois e vamos para casa, Eduarda é uma companhia leve, alegre, é agradável estar com ela, logo chegamos e encontramos Nana no pé da escada.- Ah, que bom que voltaram, e minhas princesinhas, passaram bem a noite? -- Sim Nana e por aqui? -Eduarda a beija na bochecha e noto Nana desviar o olhar com a pergunta dela, então eu questiono.- Está tudo bem? -- É, sim... Quer dizer, mais ou menos, Júnior trouxe uns amigos para dormir aqui ontem. -Ela me responde e Eduarda se entusiasma.- Isso é bom né, sinal que ele está se animando. -- Acho que se animaram um pouco demais, melhor você ir dar uma olhada neles meu filho. -Já fico tenso mas mesmo assim pergunto.- Eles não foram para a escola? O que houve? -- É... Eles beberam, melhor você ir lá filho. -Subo as escadas correndo, Eduarda vem atrás de mim e antes que eu abra a porta ela me segura pela mão e diz.- Amor! Olha para mim. -Meu corpo treme, mas mesmo assim respiro fundo e a olho, ela me abraça e alisa minhas costas enquanto fala.- Meu lindo, não entra brigando, por favor, agora que ele está se recuperando da perda de Carolina, vamos tentar entender o que aconteceu. -A aperto em meu abraço, e sinto meus músculos relaxando, qualquer coisa relacionada a meus filhos, mexe muito comigo, fico desestabilizado, beijo sua testa e suspiro.- Eu não vou brigar amor, só preciso me certificar que ele está bem, vêm, entra comigo. -Ela acente e eu pego em sua mão, abro a porta e entremos, o quarto fede a vodka, suor e vômito, vejo um dos meninos dormindo do lado de Júnior, outro no sofá, Junior está dormindo e no chão ao seu lado uma poça de vômito, me aproximo, passando a mão em seu rosto e o chamando.- Júnior? Acorda filho! Júnior! -Enquanto o chamo Eduarda abre as cortinas e a janela.- Não grita pai, minha cabeça está estourando e meu estômago embrulhado. Apaga a luz por favor. -- O que vocês beberam? -Pergunto sem responder e ele aponta para a garrafa no chão.- Já que ia por para fora, podia ter escolhido uma mais barata não acha? Vamos, levanta, chama seus amigos, tomem banho e desçam para tomar café. -Digo balançando a cabeça e ele fala cobrindo a cabeça.- Não quero levantar agora pai. -- Não foi um convite Junior, anda, vou dar vinte minutos para os três estarem lá embaixo. -Assim que falo pego Eduarda pela mão e descemos, logo que fecho a porta ela me questiona.- Amor, você disse que não ia brigar. -- E não briguei, não se preocupe minha linda, não vou brigar, mas eles precisam de um sermão,ainda são adolescentes, e se algo acontecesse? Se a bebida fizesse realmente mal a um deles? Você me entende? -- Claro que sim... -Ela me dá um beijo e descemos. Guilherme se junta a nós na mesa do café.- Bom dia, não sabia que já tinham chegado. -- Chegamos ainda a pouco, estava no quarto do Júnior, você acredita que ele e dois amigos beberam uma garrafa de vodka? Agora tá lá o Júnior todo vomitado e de ressaca. -- Eita! E o que você vai fazer? -Ele me pergunta enquanto balança a cabeça e ri da traquinagem de adolescente do meu filho.- Conversar com eles, e depois chamar os pais deles para conversar, eu sou o responsável por Júnior e foi dentro da minha casa que eles beberam, então tenho que contar aos pais deles. -Logo os três descem, todos sem graça, Júnior me apresenta os meninos e fala que são irmãos, e que os conheceu na balada, os meninos se desculpam conosco pelo comportamento e eu falo.- Tudo bem, tomem café, de preferência um preto e sem açucar antes de comer. Vocês três vão conosco paraa clinica, eu preciso ir para lá agora, então quero que peçam para os pais de vocês irem lá buscá-los para conversarmos. -O mais velho me olha e fala.- Não é necessário senhor, além do mais essa hora minha mãe está dormindo, ela trabalha a noite, na recepção de uma unidade de pronto atendimento. -- E seu pai? -Eu questiono para ver se ele não está tentando evitar de chamá-los para que não fiquem sabendo o que aconteceu.- Nosso pai trabalha de motorista de aplicativo no momento. -Como ele responde prontamente vejo que não é mentira, mas mesmo assim não desisto de conversar com os pais deles.- Que horas sua mãe costuma acordar? -- Na hora do almoço. -- Então faça assim, espere dar o horário que ela acorda e fale com eles, peça para irem a clínica, almoçamos todos juntos e aproveitamos para nos conhecer e conversar. -- Tudo bem... -- Então vamos, que temos horário para chegar na clínica. -Nos despedimos de Nana e das gêmeas e seguimos, os três vão num silêncio no banco de trás que até parece que estão indo para um velório, eu dirijo com uma mão no volante a outra segurando a mão de Eduarda que acaricia a minha. Assim que chegamos, levo os três para o meu consultório e chamo Lorena pelo ramal interno, ela entra sorrindo.- Me chamou? -- Sim, quero pedir um favor de cunhados... -Digo e ela sorri perguntando.- Cunhados? -- Sim... Ricardo é meu irmão do coração, logo eu e você somos cunhados e por falar nisso esse é seu sobrinho Júnior. -Aponto para ele, que sorri meio sem graça para ela, que se aproxima dando um beijo em sua bochecha e dizendo.- Oi Ju, como você está? Oi meninos! -- Bem Lori, e você? -- Vocês se conhecem? -Eles conversam e eu questiono, Junior então me lembra da balada.- Lori foi conosco na boate aquele dia que saí com o tio Ricardo. -- Ah, sim! Ótimo então... Cunhada, preciso que você faça uma reserva em um restaurante, para depois dastreze, seremos eu e Eduarda, você e Ricardo, os três e os pais dos dois, você pode fazer isso? Eu ia fazer mas vou aproveitar para bater um papo com eles enquanto Eduarda consulta com Ricardo... -- Você não vai entrar comigo? -Ela me interrompe questionando, eu a abraço e confesso que fiquei feliz com a pergunta, tenho vontade de entrar, mas estava com medo de ser invasivo.- Quero te deixar a vontade amor. -Ela baixa o olhar.- Ei, você quer que eu entre? -Seguro seu queixo a fazendo olhar para mim.- Sim, eu acho que será melhor. -Apenas concordo com a cabeça e volto a falar com Lorena.- Posso abusar um pouco mais cunhada? -Ela sorri e concorda com a cabeça.- Além de fazer a reserva, preciso que fique de olho nos três. -- Pode deixar. -- Vocês três, juízo! Depois conversamos. Vamos amor. -Saio com Eduarda e seguimos para o consultório de Ricardo, bato na porta e assim que ele autoriza entramos.- Chegamos cunhado.Eduarda diz e se aproxima dele dando um beijo em seu rosto.Ele franze a testa e pergunta.- Cunhado? -- Ah, sim! Felipe está chamando Lorena de cunhada, porque diz que vocês são irmãos de coração, então vou te chamar de cunhado também, já que eu e ele namoramos. -- Sério Felipe? -Ele me olha negando com a cabeça e eu respondo rindo.- Lógico, e já aviso que se você não a levar a sério, te dou um chute na bunda e dou seu posto de melhor amigo para o próximo namorado dela. -- Então tá tranquilo. -- Já a pediu em namoro? -- Ainda não, mas vou, já pensei até no que fazer, mas agora, vamos a sua consulta mocinha. -Ele fala com Eduarda e me olha, questionando minha presença e eu pergunto.- Tudo bem eu ficar? -- Por mim sim, mas a decisão é sempre da paciente, Duda? -- Eu pedi para ele entrar comigo Ricardo. -Ele concorda e eu novamente pergunto.- Somos muito estranhos? - - Não! É muito comum, os maridos e namorados acompanharem suas parceiras em minhas consultas. -Lógico né, ele é ginicologista e obstetra.- Dudinha, seus exames deram o esperado, está tudo dentro do normal, a infecção urinária já curou e está tudo bem, podemos definir o contraceptivo, por sua idade e para maior comodidade, eu indico a injeção trimestral, o que você acha? -Ela me olha e fica corada de vergonha, eu então entro no assunto.- É... Cara, antes de você receitar o anticoncepcional, tem um porém, nós não usamos preservativo e o últimocontraceptivo que ela tomou foi a pílula do dia seguinte, aquela vez que você administrou junto com os outrosremédios. -Ele respira fundo, eu sei que ele quer me xingar, mas não vai porque vê que Eduarda está com vergonha de tratar desse assunto, apesar da nossa naturalidade. Ele então começa a questionar e vamos respondendo.- Certo, quantos dias da primeira relação sem preservativo? -- Sete. -- E da ultima relação sem? -- Hoje. -Eu respondo.- Data da última menstruação? -- Faz vinte e três dias. -Ela responde depois de pensar um pouco e aperta minha mão.- Calma amor, tudo isso aqui é normal. -Ela concorda e Ricardo segue.- Bom, se tiver ocorrido uma concepção nas primeiras relações, a pílula do dia seguinte já não faria mais efeito, então já não aconselho mais o uso, o ideal antes de iniciar qualquer método contraceptivo é descartar a possibilidade de uma gravidez. Mas ainda é muito cedo para um exame, o ideal seria esperarmos mais uns dez dias, ou podemos esperar pra ver se há atrasos na próxima menstruação e aí realizar o exame. -- Mas eu nunca fui regulada. -Eduarda diz.- Isso pode ocorrer, e no seu caso é bem provável que seja assim ainda, por conta do jeito que você vinha tomando o contraceptivo meses atrás. Melhor fazemos assim então, esperamos dez dias e fazemos oexame de sangue, e durante esse tempo, pelo amor de Deus, usem camisinha. -- Desculpa aí doutor... Eu respondo rindo.- Estou brincando cara, mas sei que o assunto é importante, eu acabei me deixando levar, mas vou ser mais cuidadoso quanto a isso. Vamos usar o preservativo nos próximos dias. -Ele encerra a consulta e eu conto a ele da bebedeira de Júnior e já o chamo para participar do almoço, assim que chegamos em minha sala, Lorena diz que já reservouo restaurante para às treze e trinta e os meninos dizem que seus pais vêm nos encontrar aqui por volta do meio dia e quarenta e cinco.Estamos em meu consultório conversando, Eduarda sentada na minha perna e os meninos em cadeiras a nossa frente, meu telefone toca e a recepcionista avisa que os pais de Adriano e Arthur chegaram e eu peço que ela os mande entrar. Eduarda levanta do meu colo e eu dou minha cadeira a ela, ficando em pé atrás dela, quandoa porta se abre eu congelo, sentindo meu corpo tremer ao ver quem está ali na minha frente.

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