Esperança

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Felipe

Hoje pela manhã me mudei, durante a tarde organizamos as coisas, Ricardo e Lorena vieram ajudar e junto com Guilherme e Jorge, tentaram me distrair, por ser fim de semana e a babá estar de folga, Nana ficou na mansão para ajudar Eduarda com as meninas, amanhã a noite quando for buscá-las ela vem.

Durante o dia quase não tive tempo de pensar em nada, mas agora que todos já foram, está foda pra caramba. Já nadei, já corri, já puxei peso, já tentei assistir alguma coisa na televisão, tentei ler, mas nada, não consigo me concentrar e nem parar de pensar em como ela deixou de me amar? Ou será que nunca me amou? Será que foi tudo fogo de palha?

Preâmbulo pela casa mais um tempo, até que decido tomar banho e deitar, afinal daqui poucas horas vou a clinica ver Junior. E como eu imaginava, nada do sono vir, fico aqui, girando essa maldita aliança que não tenho coragem de tirar e remoendo meus pensamentos, até que meu celular me tira do inferno que entro cada vez que preciso relaxar e descansar.

Tomo outro banho, um café rápido e sigo para a clínica, Júnior está com uma aparência ótima, perguntou de todos e preferi não falar para ele sobre minha separação por enquanto, estamos almoçando juntos, quando meu celular toca. Olho o identificador e vejo que é Eduarda, mas que merda, Júnior vai perceber que tem algo diferente, atendo tentando disfarçar.

— Oi. —

— Felipe, desculpa incomodar. —

— Você sabe que não me incomoda, estou almoçando com Júnior, aconteceu alguma coisa? —

— Sim, Bianca está com febre e vomitando. —

— Você deu um antitérmico? —

— Não, até água se ela toma coloca para fora, e a febre está aumentando. —

— Tudo bem, já estou indo. —

— Tc... —

Nem espero ela terminar de falar e desligo, olho para Júnior que está me olhando preocupado.

— O que aconteceu pai? —

— Bianca está com febre e vômito, ela estava bem de manhã, então deve ser só alguma virose, ou algo que comeu. —

Digo tentando  me acalmar, pois não sei se ela estava bem pela manhã, eu não estava com ela, mas não quero dizer isso a ele ainda.

— Tadinha, mas fora isso, você ficou tenso, está tudo bem mesmo? —

— Nada para se preocupar filho, só a correria do dia a dia, e você sabe como eu fico preocupado quando um de vocês está doente,  eu vou ter que ir, mas estou feliz em te ver animado, e agora que poderemos nos falar duas vezes por semana eu fico mais tranquilo.—

— Tá bom pai, eu te amo. —

— Também te amo garoto, fica bem. —

Saio dali indo o mais rápido possível para a mansão, e pela primeira vez bato na porta daquela que era minha casa antes de entrar. Eduarda abre e franze a testa.

— Oi Felipe, você não precisa bater, pode entrar. —

— Bom, essa não é mais minha casa, onde ela está?—

— No quarto, vem, consegui que ela dormisse um pouquinho. —

Subo atrás dela e logo entramos no quarto que era nosso, meu peito aperta, mas ao ver minha pequenina deitada e suando de tanta febre, me concentro e vou em sua direção já falando.

— Liga a banheira no morno, vou dar um banho nela para ver se a febre desce, está muito alta. —

Ela faz o que pedi, enquanto tiro a roupinha de Bianca, indo com ela ao banheiro continuo falando.

É Possível Nós Dois?Where stories live. Discover now