Capítulo 19.

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Teresa: "Vergine Maria! Madre del Signore, eletta dal Padre, che liberamente ha accettato di trasformare il mondo con il tuo sì. Conosco la tua grandezza davanti a Dio e so anche quanto sia potente la tua intercessione. Ti saluto, Maria! Ti esalto perché, come eletta, non hai cessato di essere Maria. Dammi la tua umiltà. Madre della pace, riempi il mio cuore della tua pace, del tuo amore. Amore di Madre, ancor di più, amore della Madre di Dio, che ci ama, ci protegge e ci sostiene sempre. Così fedele, così amichevole, Madre, nostra Madre! Signora dell'amore, Madre dai mille nomi, sono tua figlia e con te desidero percorrere la via di Gesù. Benedicici, o Madre!"

Após concluir a oração feita à Madonna, mãe de Jesus, acendi duas velas para meus filhos, Afonso e Pedrinho, e voltei para o centro da igreja em busca de um banco para sentar. Decidi vir assistir a primeira missa do dia, um hábito pouco comum de minha parte, mas precisava sair em busca de distração.

Por mais que eu tente não pensar e não me concentrar no que Pedro me contou na noite passada, as palavras dele continuam martelantes em minha mente. Uma gravidez é de extrema conveniência para a Condessa, ainda mais agora, depois de ter perdido toda a atenção que ela recebia de Pedro.

Dois filhos. Duas crianças inocentes. Um meu, outro de Luísa. Que destino elas terão? E se forem dois filhos homens? Um se tornará imperador do Brasil no futuro, enquanto o outro estará fadado a uma vida como bastardo.

Os minutos dentro da igreja pareciam horas, se arrastavam em intermináveis segundos. As palavras que saíam da boca do padre não conseguiam reter minha atenção. Era irônico. Eu havia saído cedo demais, Pedro continuava adormecido quando despertei, vim à igreja em busca de consolo e distração, mas nada aqui consegue aplacar a agonia que cresce em meu peito, tampouco afugentar os pensamentos delirantes que invadem minha mente.

Talvez um certo alguém possa me ajudar. Preciso de um confidente, um amigo, alguém que me conheça o suficiente para me ver e ouvir apenas como uma mulher. Nada além de uma mulher, despida dos títulos e riquezas.

Vittorio é esta pessoa. Ele com certeza me conhece como ninguém e saberá o que dizer.

Levantei-me do banco em que estava sentada num ímpeto absurdo, fato que fez a maioria dos que estavam presentes voltarem a atenção para mim. O padre chegou a gaguejar no meio do sermão e eu pude ver o semblante de dúvida modificar sua expressão facial. Celestina também me olhou assustada, mas eu nada disse. Fui em direção à saída da igreja com uma pressa incomum, pedi aos céus que a carruagem já estivesse pronta e assim eu poderia sair dali o mais rápido possível. Por um instante me senti culpada por pensar assim, principalmente por eu nunca ter agido de tal maneira... mas não devo me apegar a isto agora.

Saí do interior da igreja tão rapidamente que as pessoas não tiveram tempo de levantar ou fazer qualquer reverência, assim, não tive que me despedir de ninguém. Parecia que eu estava fugindo de algo, talvez eu estivesse. Eu preciso fugir da minha própria consciência.

Celestina: Majestade! -ela vinha logo atrás de mim, afobada. -A senhora se sente bem? Está enjoada? -finalmente entramos na carruagem. -São os enjoos matinais?

Teresa: Non, io... -olhei o lado de fora pela janela e perdi a atenção do que dizia, mas logo voltei a olhá-la. -Non, estou bem! Io preciso ir ao cassino, devo fazer uma visita à Vittorio.

Celestina: O... o Duque? -ela sibilou as palavras e seus olhos pareciam suplicar por mais explicações. -A senhora quer uma audiência com ele?

Teresa: Audiência? Non, non é nada disso! Quero conversar com ele apenas como uma amiga, Celestina. -expliquei, mas ela ainda parecia confusa.

Celestina: Perdão, Majestade, mas isso pode parecer um tanto inapropriado... -falou baixo, como se estivesse com medo de alguém ouvir nossa conversa. -A Imperatriz à sós com um Duque estrangeiro? No Hotel Cassino? As pessoas podem interpretá-los de maneira errada. -preocupou-se.

Sinestesia - Pedresa Onde histórias criam vida. Descubra agora