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Analiso Maycon que dorme enquanto está com a cabeça deitada em meu peito, tampo a boca com a mão e soluço sentindo o choro vir cada vez mais forte

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Analiso Maycon que dorme enquanto está com a cabeça deitada em meu peito, tampo a boca com a mão e soluço sentindo o choro vir cada vez mais forte.

Eu pensei que estávamos bem. E aí ele surta por ciúmes. Eu nem estava falando algo demais com o garoto.

── Não dá nem pra dormir. ── ele se levanta e joga o boné no chão ── Por que você tá chorando? Eu te batir por acaso!? ── começa a gritar.

O ignoro mas acho que essa foi a pior decisão já que logo ele estava puxando meu cabelo me forçando a ir para a beira da cama.

── Eu te batir!?

── Me machucou. ── falo com a voz baixa e ele rir ainda apertando meu cabelo.

── Isso que eu faço em você é uma cosquinha comparado ao que eu sofrir, para de fazer drama, Áurea.

── Eu não tenho culpa se você teve uma infância conturbada! ── explodo com raiva.

Viro o rosto por conta da força do tapa.

Soluço e finalmente Maycon me solta, me deito na cama sentindo a dor em meu rosto e choro sem pudor.

── Que caralho, Áurea! ── grita e joga o abajur no chão.

── Eu te odeio. ── minha voz sai baixa por conta de eu estar com o rosto contra a cama.

── É oque? ── respiro fundo e seguro o soluço.

── Eu. Te. Odeio. ── digo agora o encarando ── Eu nunca vou te amar, nunca.

Eu sentir medo, mais medo do que já sentir todas as vezes que ele me bateu.

── Me odeia, né? ── segura meu cabelo e me puxa ── Pois vai me odiar mais.

Foram os segundos mais torturantes da minha vida, ele me puxou para o andar debaixo pelo cabelo e pelo braço, eu gritava pedindo pra ele parar. Mas quem disse que ele parou?

── Ce tem medo do escuro né?  ── pergunta e choro vendo que estamos em um corredor escuro ── Boa sorte, pardinha. ── me joga no cômodo escuto e suspiro aliviada quando não sinto mais o aperto em meu cabelo.

A porta se fecha e estou tomada pela escuridão. Choro sabendo que gritar é inútil. Porquê a dor e o medo é maior que raiva.

Me encolho no cômodo e encosto na parede. Não enxergo nada, não consigo ver meus próprios dedos.

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Abro os olhos sentindo a claridade do sol em meu rosto, analiso a janela que me deixa ver o brilho solar, percebendo que ela tem uma barreira do lado de fora, onde pode escurecer tudo.

Analiso o chão sem reação, por que eu tô merecendo isso?

A porta se abre e Cabelinho aparece, desvio o olhar para a parede não querendo olhar em seu rosto.

Eu perdir a conta de quantas vezes acordei no meio da noite, escutava qualquer barulho e acordava com medo.

── Café da manhã, amor. ── sua voz sai rouca mas nem faço questão de olhar em seu rosto ── Misto quente e leite com toddy.

Encaro a parede intrigada, é sangue!?

── Áurea! ── me grita e tomo um susto ── To falando com você, caralho!

── Eu escuto com os ouvidos não com os olhos. ── a bandeja faz um som estridente indicando que ele está se tremendo de raiva.

── Você quer passar fome né? Só pode!

Mordo os lábios segurando a resposta que ele merece. O mesmo se senta ao meu lado e agora analiso o cômodo em que estou.

É feito por completo de cimento, tudo nele é arejado, inclusive o chão em que "dormir".

── Márcia tava te procurando. ── ele diz e toca em meu rosto.

Me afasto e ele apenas puxa me cabelo me forçando a ficar perto.

── Se você for boa, te solto. ── murmura e ajeita o boné na cabeça ── Vamos tomar café. 

 

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4.4

Vcs que se foda, n vou pagar terapia de ninguém 🤪

19.08

A Cara Do CrimeWhere stories live. Discover now