A Cara Do Crime

034

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── Gostosa. ── falo pra Áurea enquanto ela está de biquíni na piscina.

Ela tá em cima da boia com a barrigona exposta, tamo em casa, só eu e ela.

── Não vai entrar? ── pergunta.

── Vou. ── falo e sou atrapalhado quando um pingo de gente pula na piscina ── Tem casa não, fi de puta? ── pergunto a Michael que já tá mergulhando na piscina.

── Tenho não, tio. ── ele diz e nada de costas tranquilamente ── Se liga tia Áurea! Sei plantar bananeira. ── mergulha na água e põe os pé pra cima.

Só porquê eu queria fazer um lovezinho na piscina. Menino do caraio.

── Cadê teu pai? ── pergunto nervoso já. 

── Tá na boca, tia Budah saiu pra casa de uma amiga dela e eu vim pra cá. ── diz animado ── Nossa tio, mó sede.

Filho da puta mermo.

── Bebê a água da piscina, não faz mal. ── falo e Áurea rir ── Só rir em, Áurea!

── Tá bom, vou começar a chorar. ── ela diz e meu peito se aperta pensando na probabilidade.

Coisa ruim é ver ela chorando.

── Pode rir. ── falo e ela nega com a cabeça.

── Que sede... ── ela sussurra e olha pra cima assobiando.

── Verdade né tia? Um suquinho agora... ── Michael entra na onda.
 
── Aquele de maracujá, sabe? Tem uma pessoa que faz um suco de maracujá muito bom!

── É, tô ligado, aquele gosto forte do maracujá e pá! Bem azedinho.

── Vocês e chato viu, puta que pariu. ── reclamo escutando a risada dos dois depois.

Entro dentro de casa e vou pra cozinha atrás de fazer o tal do suco.

Pego os maracujá e começo a cortar.

Faz tanto tempo que não brigo com Áurea, tamo de bem já que ela não faz merda né.

Mas se um dia ela fizer? Eu prometi não bater nela, cumpro com minha palavra. Mas ela tem que ser castigada de alguma forma.

Analiso a foto que tá no quadro pendurado na parede. Áurea de pé e eu atrás fazendo um coração na barriga dela...

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── Ai que sono. ──  Michael resmunga e se joga no sofá.

Saiu da piscina agora pouco, cinco da tarde já. Teve que tomar banho o imundo pra encostar no meu sofá.

── Tia, vai demorar pra Ayla nascer? ── pergunta a Áurea que tá sentada no sofá lendo.

── Daqui a alguns meses, amor. ── ela responde e me deito em suas coxas.

── Você diz isso desde o começo do ano.

── Boa noite pra vocês. ── falo e me cubro com a coberta.

── Tia, põe Barbie pra nois assistir.

── Ta bom, amor. ── Áurea diz e resmungo ── Para de ser assim, Maycon!

── Só eu sou o seu amor. ── falo bravo e ela apenas acaricia meu cabelo fazendo eu fechar os olhos.

15.09