Dia 7, noite.

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Meu deus que barulho insuportável!

Bom dia diário! Quer dizer, boa noite? Enfim.

Acordei depois do meu curto cochilo renovador de energias com um barulho INFERNAL!!

Um som opaco, mas que ecoa de forma irritante e permanece contínuo, que raios será isso?

Ah, já sei, deve ser a maldita da porta!

Aqui em casa, temos essas portas metálicas, com janelinhas de vidro esfumaçadas, que fazem um barulho chato para caramba quando batem muito forte!

E pelo visto, alguém continua batendo com muita força! Cacete, seja quem for, não conhece o conceito de "esperar o dono da casa ir até a porta"? Pelo amor de Deus!

— Já vou! Já vou! — grito, com minha irritação bem clara na voz, e começo a procurar pelos meus chinelos.

Cara, esse ser deve ser enviado para me atazanar, eu gritei e mesmo assim NÃO PARA DE BATER NA PORTA. EU VOU SURTAR!

São 18:03 da noite, por que alguém iria espancar a coitada da porta de um desavisado a essa horas? Juro, se for algum daqueles vendedores intrometidos de comida aqui do bairro, eu não me responsabilizo por minhas ações!

Sério, quem será que...

CARAMBA É O GABRIEL!

Pelo amor de Deus, agradeço aos meus pais por terem escolhido essa porta de vidro esfumaçado. Mesmo com o rosto todo torto, ainda consegui perceber sua cara de idiota e voltar para correndo para o corredor.

E ele não está sozinho. Todo aquele bando de puxa–sacos dele está junto. Por que será que esse bando de maluco está batendo na minha porta? Nem sabia que era dia das bruxas! Ai meu pai...

E eles continuam batendo! Não sei o que me enlouquece mais, o fato de já ser quase 19 horas ou que tem um bando de palermas com músculos na frente da minha casa!

Eu vou atendê–los. Reze por mim, leitor!

18:39

MEU DEUS COMO EU AMO BANHEIROS QUÍMICOS!!!

Tá, talvez essa não seja a melhor frase para se dizer logo de início né? Mas é o mais genuíno sentimento que eu posso sentir no momento!

Enquanto eu tiro uns minutinhos de descanso por aqui (sim, eu realmente estou em um banheiro químico) vou explicar tudo que aconteceu para vocês!

Bem, na mesma hora que eu abri a porta, todo o grupo de surtados parou de rir de alguma coisa e me encarou com intensidade.

— Ehh, boa noite? — Disse, com a voz baixa e em um tom de socorro. Eu não sabia exatamente o que eu poderia dizer naquela hora, então acho que isso foi o melhor que pude fazer!

— Boa noite Luquinhas! Como foi o fim de semana, viajou para a casa da vovó? — Disse, em um tom extremamente sarcástico, Gabriel, que agora tomava a frente do grupo, que ria da "piada" extremamente sem sal.

— Para a da minha tia, na verdade. — E, novamente, o grupo todo voltou a gargalhar.

Reparando melhor, eu pude ver que eles não estavam mesmo procurando por doces. O grupo devia ter cerca de 9 garotos, a maioria deles parecia prestes a me socar na cara, enquanto o resto parecia querer me socar em outros lugares.

Gabriel, o líder ditatorial de todo aquele bando, também estava bem ameaçador. Por mais que risse e zombasse da minha cara, em nenhum momento parou de me fuzilar com os olhos. E, vai por mim, não tem nada mais ameaçador do que dois olhos te encarando como se dissessem "eu vou te pegar"!

12 dias até minha morteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora