Capítulo 2 - "Do outro lado, o que há?" • Parte 2

622 47 206
                                    

24 de outubro

Deze afbeelding leeft onze inhoudsrichtlijnen niet na. Verwijder de afbeelding of upload een andere om verder te gaan met publiceren.

24 de outubro. Madrugada.

Há algo de misterioso em viagens de última hora: elas nunca saem como planejado. Para Sophie Stewart, a garota que disse mais cedo que estava indo ao condado para ficar com a família, não havia outra escolha senão o embarque naquele trem.

Ela mentiu. Não estava indo ao condado visitar a mãe. Mas que diferença faz, Passageiro Número Dois, se eu contar a você os segredos de uma pobre garota que não teve a mesma sorte que os demais? Você se surpreenderia com a quantidade de pessoas naquela roda de conversa, no quiosque, que mentiram sobre os motivos de estarem indo a Barrymore.

Eu sinto muito. O mundo não é um lugar tão confortável quanto parece.

De volta àquela noite — enquanto Claire e Bethany encaravam a carta estranha deixada no quinto vagão —, o trem parou perto das vinte e três horas. No entanto, a maioria dos passageiros só se deu conta de que havia alguma coisa errada no início da madrugada. Imaginaram que uma parada no meio da estrada, se tivesse sido planejada, não duraria mais do que duas horas. Por isso permaneceram em seus quartos até que estranhassem verdadeiramente a situação.

Começaram a sair de suas cabines, então. Sophie Stewart pulou da cama às duas horas porque havia um cheiro estranho vindo do corredor. Parecia fumaça. Uma sensação muito esquisita a acompanhou até o lado de fora, onde Sophie pôde enxergar claridade. Era fogo, e o trem estava inteiramente em chamas.

— Não... não... não! — parecia que seus lábios não conseguiam dizer outra palavra além daquela.

Sophie tentou bater nas portas, em cada uma delas. Utilizou seus punhos até que eles sangrassem, e ainda assim ninguém respondeu. Ao menos ela havia tentado.

A próxima coisa que fez foi correr até a porta principal, perto de onde pensou ter visto um vulto se esgueirando. Ao chegar lá, a Stewart se deparou com um rosto conhecido. Alguém de quem ela guardava muita mágoa. O rosto do sujeito era frio, escuro, carbonizado.

Gritos começaram a surgir das cabines — mesmo que antes parecesse não haver ninguém lá. Porém, no momento posterior, ela percebeu que as vozes eram de crianças. Não adultos, não pessoas com as quais Sophie havia embarcado naquele trem mais cedo. E por que haviam crianças presas em quartos que estavam pegando fogo?

Sophie acordou de repente. Os lençóis estavam molhados com o seu suor e o quarto escuro a assustou. Depois se deu conta de que foi apenas um sonho. Um pesadelo horrível, parecido com aqueles que ela enfrentado convivido a vida toda.

Depois de se sentar na cama e limpar o rosto, seus batimentos diminuíram. Ela ainda estava no trem para Barrymore, e isso a fazia se sentir menos assustada. Por outro lado, um zumbido estava vindo de algum lugar e não permitiria que a garota pegasse no sono outra vez.

Sendo assim, Sophie caminhou até a porta e passou pelo corredor. Tinha iluminação no vagão principal e aquele barulho foi ficando mais alto. Era uma música — a mesma que Bethany e Claire haviam ouvido mais cedo, perto dali.

Trem para Barrymore [CONCLUÍDO]Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu