Capítulo 8 - "Nunca subestime a tempestade"

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QUATRO ANOS ATRÁS

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QUATRO ANOS ATRÁS

Já havia alguns minutos que o trem estava parado no meio dos trilhos quando Claire Brassard se dirigiu à janela principal. Enxugava o rosto com muita frequência.

— Algum problema, senhorita? — um homem de gravata solta e chapéu se aproximou com educação.

— Não. Problema algum. — Claire suspirou, virando-se para ele com um sorriso. A sua pele estava avermelhada e isso parecia preocupá-la. — A temperatura elevou-se drasticamente aqui dentro do trem. Não acha? — então olhou para a janela de novo. — Deve ser essa tempestade. Vai começar a chover daqui a pouco. Veja como as nuvens estão escuras...

— É. Deve ser por conta da chuva lá fora, com certeza. — o homem argumentou.

— Me lembro da capital, na semana passada. Permanecer dentro daqueles edifícios sufocantes durante a chuva me fazia querer gritar. Não gosto do mormaço da cidade nos dias úmidos. — explicou ela.

— Fique calma. Volte para a sua cabine e tome um ar na janela. A brisa do caminho, ao contrário da parte interna dos vagões, é refrescante demais. — ele sorriu. Seus olhos carregavam olheiras e os cabelos estavam desgrenhados.

— Obrigada. Farei isso. — a garota confirmou com a cabeça e depois tocou o ombro dele de forma inofensiva. — Sou Claire, a propósito.

— Thomas Capucci. É um prazer. — ele estendeu a mão. — Será que temos o mesmo destino, Claire, ou seremos colegas de viagem temporários?

— Bem, o meu destino é... — a jovem foi interrompida pela chegada de uma terceira pessoa.

Essa, por sua vez, tinha cachos negros e uma boina sobre a cabeça. Olhou para os dois viajantes com alegria nos lábios e, guardando o livro que carregava em suas mãos, puxou assunto.

— Está uma noite adorável lá fora. Não está? — Olivia Armstrong entrelaçou os próprios dedos e observou a ventania no lado externo. Em poucos instantes, a chuva começou a cair sobre o teto do vagão. — Gosto de grandes tempestades porque me trazem inspiração artística. Espero poder aproveitar uma dessas novamente um dia, com mais tempo para apreciá-la.

A atmosfera agradável construída entre os três passageiros foi violentamente abatida por uma discussão perto deles.

— As pessoas estão ficando preocupadas. O que será que está acontecendo? — Thomas virou-se para o outro lado.

— Ora, por que não aproveitamos a brisa noturna e a imprevisibilidade desta viagem? — sugeriu Olivia. — Tenho certeza de que é apenas culpa de um imprevisto.

Trem para Barrymore [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now