BLACKJACK [A APOSTA]

I - Bem-vindos A Minha Vida

ARMANI

~~~ 2 Anos Depois ~~~

Eram sempre as mesmas coisas.

Restaurantes caros, carros de luxo, saídas, sexo em hotéis cinco estrelas no fim da noite, poder, dinheiro e drogas.

Estes homens procuravam sempre as mesmas coisas em acompanhantes de luxo, companhia, alguém para completar a sua imagem, alguém para dominar, principalmente se eles vivem uma vida coberta de mentiras, homens poderosos nos olhos do mundo e submissos nos meus. Um troféu.

Durante os seus momentos de fraqueza, depois do sexo, depois da segurança emocional que sentem de mim, é quando todos os segredos enrolam-se na meu pulso como serpentes, sem eu nunca pedir, acontece sempre. Seja porque eles precisam de alguém para falar ou porque pensam que não tenho ouvidos quando decidem atender chamadas importantes ao meu lado, os segredos de cada homem, de cada máfia, caem em mim e eu as passo para Romano D'Angelo Cerutti. Ou melhor, Roman.

O homem que eu planeio em matar, tirou de mim, tudo que fazia de mim quem eu era, o meu lar, a minha dignidade, o meu orgulho, a minha vida, o meu marido, substituindo por conhecimento criminal, tornando-me no seu ingrediente principal que fez dele um dos homens mais receados de todas as máfia do mundo. Só porque ele tem-me a mim, assim que tiver tudo que ele quer e precisa e chegar ao pico do seu poder, como prometido ele vai dar-me a minha liberdade...que provavelmente significa que ele vai tirar-me a vida.

Eu sou dele.

Involuntariamente, sou praticamente uma escrava de luxo, digo isso porque todos os passos que dou não são sem a permissão dele, não saio sem ser monitorizada, não tenho direito a usar nenhum tipo de tecnologia de informação excepto a TV...no entanto, no lugar de tudo isso, eu tenho direito a ter o que eu quiser, desde que ele saiba.

Eu não o vejo com frequência, apenas nos dias em que ele percebe que ele é afinal de contas é um homem solitário, são os dias que ele chama-me para jantar com ele, numa mesa cheia de comida, onde tanto eu como ele não comemos nem um terço do que ali está, não conversamos, a não ser que o assunto seja sobre trabalho, mas isso também não é algo que ele gosta de discutir na mesa. Então, não conversamos.

"Trabalho é no escritório" ele disse-me uma vez e assim sempre foi.

Eu odeio-o.

E eu vou matá-lo, a cada missão que ele me ordena, eu me encontro mais próxima da minha própria missão. Eu vou reconquistar a minha liberdade, porque ela nunca deveria ter sido levada em primeiro lugar.

Eu estava agora sentada num dos restaurantes com Marco Traverso, um homem com quem eu estive a trinta e quatro dias, a obter informações sobre o trabalho que ele tem com a polícia. Aparentemente, Traverso é um informante da polícia, em troca de muito dinheiro. Ou melhor, de um agente corrupto dos FBI que também quer subir na sua carreira obtendo facilmente informações sobre criminosos da lista das nódoas vermelhas do FBI.