Capítulo 27

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{Primrose}

O som suave de uma partitura calma que saía de uma piano, invadiu minha mente por longas horas. A melodia fraca ressoava ali, como algo que eu havia escutado fracamente uma vez, mas tentasse permanecer por mais algum tempo.

Me lembrava apenas da dor, da dor que invadiu fundo em meus ossos, em meu corpo, e fundo em minha alma, uma dor intensa, que pareceu que jamais fosse embora. Eu me recordava da escuridão me atingindo, então, tudo foi apagado completamente, por bastante tempo, me deixando sozinha, apavorada, até aquela melodia do piano chegar.

Eu sentia meus pensamentos e minha mente se organizarem lentamente, tentando me manter presente. Naquele momento, não sabia reconhecer se estava sentindo algo, além de meu corpo parecer estar afundando.

Consegui lentamente abrir meus olhos, me esforçando para fazer isso, com longas piscadas, os forçando a se abrirem completamente. Quando a luz fraca invadiu minha vista, os fechei com força, soltando um resmungo fraco que veio do fundo de minha garganta. Ao fazer isso, senti uma dor intensa em meu pescoço, o que fez eu me calar e engolir em seco.

Meus olhos se abriram com cuidado mais uma vez, e encaram o teto, ainda assim, eles pesavam, e tentavam se fechar com o cansaço. Movi lentamente meus dedos, que pareciam estar abaixo de algo macio. Ele simplesmente movimento pareceu ter despertado meu corpo, fazendo com que eu finalmente sentisse aquela dor. A dor que eu sentia antes de apagar completamente.

Meu corpo inteiro parecia doer, parecia estar fraco, e eu mal conseguia sentir forças para movê-lo.

- Oi - ouvi uma voz feminina baixa ao meu lado, que ressoou em meu ouvido. Eu não a reconhecia, e minha cabeça latejava tanto que eu mal conseguia pensar, ou movê-la. Meus olhos se arregalaram um pouco mais uma vez, tentando se manter abertos e se acostumarem com a luz fraca do cômodo. Eles se moveram de um lado para o outro, em busca da voz suave - Como você está?

Minhas sobrancelhas se franziram, e meus olhos se fecharam lentamente mais uma vez quando senti minha cabeça latejar com mais força.

- Onde estou? - foi a única coisa que consegui dizer, ou pensar. Minha voz saiu fraca, quase sem força, tão baixa que eu não soube se quem estava comigo no quarto a escutou bem. Senti minha garganta doer ao jogar as palavras para fora

Por alguns segundos, o silêncio foi minha única resposta. Mas, minha mente parecia processar tudo de maneira tão demorada que eu não consegui me importar. Abri os olhos mais uma vez, e olhei para a direita, de onde eu acreditava que a voz tinha vindo.

- Você está segura

Minha cabeça se moveu para o lado, e minha bochecha se apoiou em algo macio. Pisquei uma ou duas vezes, tentando focar, já que minha visão parecia mais como um borrão. Era uma fêmea, em pé, que me analisava.

Semicerrei levemente os olhos, os forçando a voltarem ao normal, e senti que estava finalmente despertando.

Quando meus olhos focaram na fêmea e pararam em seu rosto, eles se arregalaram completamente, e eu senti meu coração bater com uma forte intensidade por mais que parecesse cansado de fazer aquilo. Era a Grã-Senhora da Corte Noturna.

Nada saiu de meus lábios, mas meu corpo reagiu. Usei minhas mãos para me apoiar no colchão, para tentar me fazer sentar, para tentarem me afastar. Levantei minhas costas, e empurrei meu corpo para trás, tentando recuperar a postura. Mas, uma dor atingiu meu corpo mais uma vez, indicando que eu deveria parar de tentar me mover.

- Ei, tudo bem - a Grã-Senhora disse rapidamente, se aproximando, com as mãos um pouco levantadas e erguidas para mim, como se ela quisesse me tocar. Porém quando a olhei diretamente em seus olhos, ela hesitou. Ficamos nos encarando por alguns segundos, e algo por trás de seus olhos parecia não apenas preocupado, mas, parecia dizer que sentia muito - Você se machucou muito - ela abaixou as mãos de forma demorada, e meus olhos ficaram vidrados nos dela - Nyx trouxe você na noite anterior, ele contou que você o chamou - explicou, enquanto eu ainda me sentia congelada - Estamos na Corte Noturna

Corte de Labirintos de Rosas e Estrelas Where stories live. Discover now