𝑻𝑹𝑼𝑬 𝑩𝑳𝑶𝑶𝑫: 3 • Jikook/Chaelisa

012.

Hospital Beth Israel, Cape May - Estados Unidos.

17 de Março de 2021 - 03:14 P.M

Jimin tinha se esquecido do quanto odiava o cheiro de hospital até entrarem pela porta da frente do Beth Israel. Não havia esterilização, metal, café velho e água sanitária suficiente para cobrir o odor de doença e tristeza. A lembrança da enfermidade de Ji Woo, deitada inconsciente e sem reação no ninho de tubos e fios, o atingiu como um tapa na cara, e Jimin respirou fundo, tentando não sentir o gosto do ar.

— Você está bem? — Rosé puxou o capuz do casaco de Jimin para trás e olhou para ele com os olhos cheios de ansiedade.

Jimin assentiu, se encolhendo dentro do casaco, e olhou em volta. O lobby era todo composto de mármore frio, metal e plástico. Tinha um balcão grande de informações atrás do qual várias mulheres, provavelmente enfermeiras, trabalhavam; placas apontavam o caminho para a UTI, Radiologia, Pediatria e outros. Provavelmente teria encontrado o caminho para a cantina de olhos fechados.

— Com licença. — Uma enfermeira esguia empurrando um senhor em uma cadeira de rodas, passou por Jimin e Rosé, quase atropelando os dedos dos pés de Rosé com as rodas. Rosé olhou para ela, vira alguma coisa, um brilho...

— Não fique encarando. — Sussurrou Jimin.

Ele puxou Rosé para o lado, até onde Hoseok e Ji Woo estavam aguardando. As portas a frente levavam à sala de espera do laboratório, onde as pessoas tiravam sangue.

— Ji Woo. — A enfermeira que estivera empurrando o senhor na cadeira de rodas estava diante delas. Era magra, aparentemente jovem, morena, olhos escuros, e então, enquanto Rosé, Jimin e Hoseok olhavam, o feitiço foi despido. Ainda era uma mulher magra e jovem, mas agora a pele era azul-escura, e os cabelos, enrolados em um nó atrás da cabeça, brancos como a neve. O azul da pele contrastava de forma chocante com o uniforme rosa-claro.

— Hoseok, Rosé, Jimin... — Começou Ji Woo. — Esta é Catarina Loss. Ela cuidou de mim enquanto estive aqui.

— Você é uma feiticeira. — As palavras deixaram a boca de Hoseok antes que pudesse contê-las.

— Shhh. — A feiticeira parecia horrorizada. Encarou Ji Woo. — Não me lembro de ter mencionado que ia trazer seu filho. Ele é só uma criança.

— Hoseok sabe se comportar, na verdade, os três sabem. — Ji Woo olhou duramente para Hoseok, e em seguida olhou para Rosé e Jimin. — Não sabem?

Eles assentiram. Já tinham visto feiticeiros além de Seokjin antes, na batalha em Idris. Todos eles tinham feições que os destacavam como não humanos, aprendera, como os olhos de gato de Seokjin, mas o amigo mantinha os olhos escondidos com lentes. Alguns feiticeiros eram dotados de asas, ou tinham os dedos dos pés unidos por membranas, ou garras nas mãos. Mas pele completamente azul seria difícil esconder com lentes de contato ou casacos grandes. Catarina Loss devia ter que se enfeitiçar todos os dias para conseguir sair de casa, principalmente trabalhando em um hospital mundano.

—-— Vamos. Venham comigo. Vamos acabar com isso de uma vez. — A feiticeira apontou o polegar para os elevadores.

Jimin, Rosé, Hoseok e Ji Woo se apressaram a segui-la até os elevadores, e entraram no primeiro que abriu. As portas se fecharam atrás deles com um chiado, e Catarina apertou um botão marcado com a letra N. Havia um entalhe no metal ao lado que indicava que o andar só podia ser alcançado com uma chave de acesso, mas quando ela tocou o botão, seu dedo emitiu uma faísca amarela e o botão acendeu. O elevador começou a descer.