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capítulo oito
quase férias.

O clima tornou-se cada vez mais gélido após o começo do inverno, com espessas camadas de neve enroscando-se nos galhos das árvores e selando gradativamente as estradas, tornando-se lembrete de que as férias de Natal estavam cada vez mais próximas.

Quando não estavam centrados em atividades escolares, os alunos começaram a desenvolver atitudes para fazer dentro do castelo, em que mantinha-se em uma temperatura agradável graças aos feitiços feitos pelo prof. Flitwick.

Daisy não encontrou nenhuma dificuldade nisso, pois não havia tempo melhor para ler um livro enquanto saboreia-se de uma caneca de chá. Harry, portanto, esse ano, resolveu acompanhá-la às vezes, perguntando sobre suas leituras e tentando prevalecer um assunto sobre aquilo que ela tanto gostava.

— Você está me dizendo que já leu todos os livros da Jane Austen? — perguntou Harry perplexo, sentado ao lado de Daisy no sofá da comunal. Ela assente, orgulhosa de si mesma — Eles devem ser realmente muito bons. Minha mãe também os adora.

— Se você ler, iria compreender totalmente — persuadiu ela, com as pontas de sua boca insistindo em levantar-se ligeiramente em um sorriso — Você gosta de ler alguma coisa?

— Eu sempre releio Quadribol Através dos Séculos… — murmurou um tanto envergonhado, deslizando as mãos em seu cabelo, bagunçando-o ainda mais. 

— Está tudo bem — disse Daisy, risonha, dando tapinhas leves no ombro dele tentando reconfortar-lo. Ele enrijeceu com o contato, não conseguindo impedir que seus batimentos cardíacos aumentassem  — Toda leitura é válida. Mas é legal tentar coisas novas, você iria se surpreender, apesar de ser um tanto suspeita nesse argumento.

— O fato que você gosta é o suficiente para me convencer — ela sentiu seu coração derretendo-se de adoração — Mas, após terminá-lo, você terá que retribuir-me. 

Daisy imediatamente franziu as sobrancelhas, em dúvida.

— Retribuir com o que, sr. Potter?

— Surpresa — sussurou exageradamente, um sorriso maroto em seu rosto próximo ao dela, que ficou com as bochechas coradas em carmesim — Mas você é inteligente, sra. Prewett. Tenho certeza que até lá já terá presumido do que é que se trata.

Quando menos esperam, os funcionários da já os instruíam severamente para quem fosse passar as férias de natal em casa, organizassem seus malões o mais breve possível, para evitar futuras perdas do Expresso de Hogwarts por conta da falta de organização.

A família Weasley - e Daisy - iriam como de costume passar o feriado de natal na residência Potter, que por seu tamanho mais extensivo, comporta um maior número de pessoas de maneira mais confortável do que A Toca.

Essa rotina, portanto, embora soasse comum, seria muito diferente para Daisy, que há pouco tempo passou a não desaprovar a presença próxima de Harry.

Ela lembra-se com clareza do quão era difícil agir com tranquilidade perante a todas suas promoções, por educação às famílias que estavam alí todas em harmonia e felicidade, além das provocações mútuas de James e Sirius que, por alguma razão, gostavam muito de vê-los juntos, mesmo Daisy deixando indiretamente claro que não pretendia ter nenhum tipo de laço afetivo com Harry.

Hoje em dia, porém, ela não podia mais afirmar isso com tanta certeza como antes e, honestamente, isso a assustava.

— Está dizendo que está nervosa porque agora tem um relacionamento saudável com o Harry? — questionou Neville, lentamente, seu cérebro tentando processar a explosão de divagação que Daisy acabara de ter.

— É! — exclamou enérgica, como se fosse óbvio, gesticulando agressivamente — Como eu vou agir lá? Ninguém vai entender nada. Tudo aquilo era motivo de piadas internas e…

— Não duvido que tenha sido de apostas também…

— Oh, Merlin — choramingou Daisy, encobrindo seu rosto com suas próprias mãos e escorando-se no pilar atrás de si do corredor vazio em que estavam.

— Eles achavam graça de você não se dar bem com ele. Agora vão achar graça por agora suportar a presença dele — disse Neville, com delicadeza — Qual o problema disso? Só irá ser substituído a piada.

— Não queria dar o braço à torcer depois de sete anos — grunhiu com a voz abafada sobre a sua mão, sentindo o seu rosto esquentar, provavelmente atingindo a tonalidade de seus cabelos — Mesmo estando… — suspira pesadamente — satisfeita com isso tudo. Nunca gostei de desaprovar a presença dos outros, todos nós temos algo bom a oferecer.

Neville ficou ali, por alguns segundos, com a boca escancarada.

— Então qual é a lógica desse desespero?!

— Justamente! — Daisy abruptamente tirou as mãos do rosto, movimentando freneticamente sua cabeça — Essa situação me deixa apreensiva e desconfortável de certa forma.

— Talvez porque você gosta de manter as coisas sobre seu equilíbrio completo — falou ele, franzindo a testa, enquanto pensava — E sua relação com o Harry é instável: vocês não sabem o que são e muito menos o que serão. Além de que, rejeitando-o, você tinha controle da situação. Agora está diferente.

Daisy mordia nervosamente seus lábios, os olhos baixos, enquanto ouvia e refletia tudo o que Neville falava, tentando decifrá-la como um terapeuta. Tudo aquilo fazia muito sentido. Sentido até demais.

— Acho que você está certo — disse baixinho, erguendo-o os olhos para ele e abrindo um sorriso sem graça — Desculpe o surto, Nev.

Ele riu.

— Já estou acostumado — ele estendeu os braços em direção a ela, apertando-a em um abraço apertado.

𝗳𝗹𝗼𝘄𝗲𝗿 𝗴𝗮𝗿𝗱𝗲𝗻, 𝗁𝖺𝗋𝗋𝗒 𝗉𝗈𝗍𝗍𝖾𝗋.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora