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capítulo onze
o patrono.

As camadas densas de gelo suspensas sobre os telhados, galhos de árvores e os jardins derreteram gradativamente com o decorrer do tempo.

As voltas das aulas retomaram rapidamente, decorrentes ao curto período que são as férias de natal, embora o ânimo dos alunos prosseguiu de modo lento e preguiçoso. Rodas de conversa eram feitas para compartilhar histórias reconfortantes e desastrosas que ocorreram no feriado, ignorando, eventualmente, a volta à realidade das NIEMS.

Daisy e Harry conversavam normalmente entre a roda do grupo de amigos que, finalmente, agruparam-se inteiramente, visto que atualmente a garota não repudia mais a presença de Harry.

Encontros tornaram-se cada vez mais comuns entre os dois, fazendo-o Daisy compreender na prática sobre o como é importante compartilhar seus sentimentos e não fugir de diálogos. Definitivamente, expressar o que sentia a deixava muito mais leve em várias perspectivas. Harry também mostrou-se cada vez mais agradável aos seus olhos e, principalmente, ao seu coração, que expandia cada vez mais seu afeto por ele.

— Está no momento de retomarem o mais breve possível aos estudos dos NIEMS! — afirmou Minerva McGonagall, sua voz ecoando de modo ríspido pela sala de aula, enquanto os músculos dos alunos ficavam tensos.

Hermione e Daisy, imediatamente, se entreolharam de soslaio, concordando silenciosamente em marcarem novamente os estudos na biblioteca com o restante dos colegas que, visto o curto prazo, definitivamente estariam mais desesperados em revisar os conteúdos para a avaliação.

— Boa tarde, classe! — saudou prof. Lupin, olhando os alunos distribuídos em pé dentre a ampla sala. As aulas dele sempre eram as mais aguardadas, visto que o homem frequentemente realizava atividades práticas e possuía um coração exorbitante — Hoje vamos aprender como invocar um Patrono. Formem um círculo e prestem atenção nas instruções, pois ele é um feitiço extremamente poderoso e essencial para combater dementadores.

Os alunos rapidamente distribuíram-se em um círculo, alguns esbanjando entusiasmo e outro nervosismo. Daisy já ouvira falar desse feitiço. Quando era mais nova e a curiosidade dela e de seus primos ampliaram-se sobre o passado, Molly e Arthur Weasley contavam que o feitiço do patrono em seu formato corpóreo era o meio de avisos para os membros da Ordem da Fênix, uma organização secreta fundada por Alvo Dumbledore, no objetivo de derrotar o Lorde das Trevas durante a Primeira Guerra Bruxa.

Lupin explicará que consistia basicamente em pensar em memórias muito felizes para executá-lo. Por um segundo, uma sensação gélida de pânico inundou o corpo de Daisy, quando o pensamento de não ter memórias boas o suficiente a inundou. Está maluca? Questionou para si mesma, repreendo-se.
Possuía inúmeras memórias repletas de felicidade.

— Eu vou conseguir — Neville murmurava baixinho para si mesmo, repetindo o movimento na varinha.

Todos mantiveram-se concentrados na atividade. Lupin andava pela sala, atenciosamente orientando e dando dicas na execução. Daisy estava concentrada até que, inesperadamente, uma luz ofuscante e guinchos surpresos irromperam abruptamente o local.

Um cervo translúcido cavalgava suavemente e elegantemente pelo ar, exibindo seus longos chifres. Em baixo do patrono corpóreo, Harry exibia um sorriso animado e orgulhoso, enquanto os colegas de classe, ao saírem do tambor de excitação, aplaudiram.

Lupin suspirou, fascinado.

— James adoraria ver isso.

Isso estimulou a decorrência do processo. Daisy pensou em uma série de memórias que lhe traziam muito conforto; em seu aniversário surpresa de seis anos, quando recebeu sua carta de Hogwarts junto com Ron, no Dia das Mães em que fizeram Molly chorar de emoção e no último natal ao lado de Harry.

Levando a varinha e exclamou com determinação

— Expecto Patronum!

Um feixe de luz surgiu da varinha, aumentando de forma gradativamente. A figura do patrono galopou em sua volta, confundindo-a de sua áurea surpresa mas, ao finalmente conseguir identificar seu patrono, deixando-a ainda mais entorpecida.

Era uma corça.

Daisy não sabia o que isso significava, mas seus olhos imediatamente encontraram com os de Harry em meio a todos os barulhos e provocações dos alunos. Em um momento surdo de adrenalina, seu coração pareceu inchar de adoração. Eles se completavam, pensou segurando o sorriso, embora Harry parecia estar prestes a dar piruetas.

— É comum isso acontecer quando se possuem memórias felizes relacionadas um ao outro — a voz de Lupin se fez presente, tentando cessar a onda de animação dos alunos — Os de Lily e James Potter são exatamente assim. Mas também pode ser coincidência. Não temos estudos específicos para isso. Agora voltem aos seus afazeres!

— Oh, Merlin — murmurou Daisy, sem fôlego. Isso a deixava feliz, absurdamente feliz, mesmo que toda a exposição a deixasse um tanto envergonhada, sob o pretexto de tender a ser mais discreta.

— Ele está vindo — cantarolou Hermione ao lado de Neville, ambos segurando a risada e balançando provocativamente as sobrancelhas. Ron estava ao lado da garota, com um olhar que Daisy não conseguira decifrar. Uma espécie de orgulho e divertimento.

— Ei — disse Harry suavemente, agora com um sorriso tímido nos lábios, acomodando-se ao lado de Daisy, que virou o corpo completamente para vê-lo — Parabéns, o patrono estava muito bom. De verdade.

— Harry! — Daisy exclamou repreendendo, rindo anasalado enquanto dava um soquinho em seu ombro, fazendo-o relaxar — Você foi o primeiro da turma ao realizá-lo, eu que deveria estar te elogiando, bobo.

— Aaah — pronunciou em tom petulante, aproximando-se e cruzando os braços. Era possível sentir sua respiração quente — Então agora eu não posso mais te elogiar, senhorita Daisy-Flower?

— Nunca consegui te impedir, não é? — ela estreitou os olhos brincalhona, aproximando — Senhor Olhos de Esmeralda.

Harry gargalhou alto, fazendo-a morder as bochechas, risonha.

— Então é essa a sensação? — perguntou Harry, divertido — Agora eu entendo a pequena Daisy no vagão, desculpe. De verdade.

— Aham — murmurou Daisy, dando-lhe um beijo rápido em sua bochecha, deixando-o totalmente ruborizado — Você me deixava muito irritada. Mas agora até que eu gosto.

𝗳𝗹𝗼𝘄𝗲𝗿 𝗴𝗮𝗿𝗱𝗲𝗻, 𝗁𝖺𝗋𝗋𝗒 𝗉𝗈𝗍𝗍𝖾𝗋.Where stories live. Discover now