Capítulo 13

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Naya

Ele abre o kit e pega um pedaço de esparadrapo, um algodão e remédio. Sem falar nada ele limpa meu machucado do braço e em seguida passa o remédio e logo depois o enfaixa. Novamente ele pega o algodão com remédio e leva até meu pescoço.

ㅡ O está fazendo. ㅡ seguro sua mão ele me encara.

ㅡ Limpando seu machucado. ㅡ ele diz sem expressão alguma e puxa minha mão da sua.

ㅡ Não precisa fazer isso.

ㅡ É, eu sei. ㅡ ele fala mais continua limpando meu corte no pescoço.

ㅡ Não quero que seja amigável comigo. ㅡ digo e ele para e me encara por um tempo. ㅡ Não quero confiar em você. ㅡ sim eu não queria... na verdade eu estava apavorada com tudo aquilo e estava em um precipício a ponto de enlouquecer a qualquer momento.

ㅡ Eu acho que você já confia. ㅡ ele diz sério. ㅡ Se não, não teria vindo até mim.

ㅡ É isso que pensa?

ㅡ Eu penso que você não tem opção a não ser confiar em mim Naya. ㅡ sua voz altera. ㅡ Talvez eu seja a única pessoa no momento que seja mais próximo de você até mais que sua propia irmã...

ㅡ Você sabia coisas de minha familia que eu não imaginava e você fala como se soubesse mais sobre mim... mais que eu mesma sei. E isso me assusta. ㅡ digo e ele me vira. Sinto o algodão tocar em minha costa e então esquivo com a dor.

ㅡ Desculpa. ㅡ sua voz sai baixa.

ㅡ Eu não sei nada sobre você além de ser o chefe da mafia mais poderosa da Espanha... e você me ajudar torna tudo mais difícil pra mim. ㅡ ele continua passando remédio em minha costa. ㅡ Eu não quero confiar em alguém como você...

ㅡ Vir até mim em busca de refúgio, deixar sua irmã aos cuidados da minha mãe, deixar eu cuidar de seus machucados e estar comigo sozinha em um quarto fechado estando apenas com uma toalha no corpo... ㅡ ele solta uma risada. ㅡ Sinto em lhe informar que você já confia senhorita Naya Ashworth.

Ele estava certo... porém eu estou tão assustada com meus próprios sentimentos que não consigo ver isso. Como eu me sinto tão a vontade perto dele? Perto de um mafioso a qual eu estava caçando a poucos dias atrás. Me pergunto o que sou para ele... porém na verdade deveria me perguntar o que ele está sendo para mim.

ㅡ Sei que está sendo difícil para você. ㅡ sua voz sai calma. ㅡ Claro que eu não consigo nem imaginar o que é estar em sua pele...

ㅡ É doloroso. ㅡ me viro e sento na cama. ㅡ Meus pais mentiram para mim a vida toda... estou tentando ser forte pela Greta. Eu preciso estar bem para cuidar dela. Mais não é fácil... desde que me contou a verdade eu venho travando uma batalha comigo mesma. ㅡ lágrimas começam a brotar em meus olhos. ㅡ Eu quero gritar com meus pais, quero dizer o quanto estou com raiva deles... mais não consigo. Não consigo odiar eles e isso me frusta tanto que dói. Vivi tentando descobrir do porquê eles me deixaram, criava coisas em minha mente e tudo me levava a sentir raiva... e saber que foi para me proteger... é horrível pensar dessa forma, me faz sentir uma péssima filha, pois pensava somente em minha dor. Mais e eles? Eu nunca pensei que meus pais estariam sofrendo também. ㅡ coloco a mão na cabeça e meus corpo desliza para o chão. Eu estava em um momento de desespero a qual Hugo estava presenciando, meu momento de fraqueza. Não sei como, mais eu estáva confortável em me abrir com ele.

ㅡ As nossas fraquezas...ㅡ ele senta ao meu lado no chão. ㅡ Nós torna mais forte. É como uma chama acessa nos incentivando a seguir em frente, a enfrentar tudo que o destino nos reservar.

ㅡ E nesse momento o destino está reservado você? ㅡ pergunto e ele sorri.

ㅡ Talvez. Se for, você aceitaria? ㅡ ele pergunta e seca minhas lágrimas.

ㅡ Acho que eu não teria escolha. ㅡ digo e ele faz uma careta.

ㅡ Você diz como se fosse um castigo me pedir ajuda Naya. ㅡ em sua voz tinha um tom de tristeza.

ㅡ Você devia me entender... eu trabalhava para CNP eu era uma pessoa da lei...

ㅡ A CNP te traiu Naya. ㅡ ele me encara. ㅡ Você sabe disso. ㅡ sim... eu sabia.

ㅡ Isso não quer dizer que vou virar uma fora da lei do dia pra noite. ㅡ digo e ele ri.

ㅡ Bom, amarrar seu chefe na cadeira, ameaçar ele de morte e deixa-lo trancado... é um ato de pessoa dentro da lei? ㅡ acabo soltando um sorriso da forma que ele disse.

ㅡ Ele mereceu. ㅡ digo me defendendo e ele sorri e começa a mexer em seu anel. ㅡ Para um chefe da mafia você está sendo bem... amigável.

ㅡ Não se engane...ㅡ ele diz me olhando. ㅡ Estou aqui apenas para olha-la semi nua nessa toalha. ㅡ ele diz com um sorriso presunçoso.

ㅡ Não seja babaca. ㅡ digo revirando o olho.

ㅡ Naya, falando sério. ㅡ seu tom de voz muda novamente. ㅡ Você está sob minha proteção agora. Não sei o que planeja, mais as coisas aqui é diferente com que está acostumada.

ㅡ Eu sei. ㅡ suspiro fundo. ㅡ Estou disposta a entender o que está acontecendo em Los Angeles, quero encontrar meus pais. Quero dar uma vida digna para minha irmã.

ㅡ Então entenda que a máfia não é amigável, ela não é digna, aqui lutamos e morremos pela família. Quero que saiba que as moral que você aprendeu sendo uma agente da lei... não se aplica nesse mundo e...

ㅡ Estou disposta a aprender Hugo. ㅡ o interrompo e ele parece surpreso com o que eu digo. ㅡ Se isso vai me levar até meus pais, eu vou ignorar tudo. Afinal sou uma Ashworth... herdeira de uma máfia não é?

ㅡ Sempre soube que era forte. ㅡ seus olhos estavam divagando em meu rosto. ㅡ Mais não quero que se torne alguém que se arrependerá ao olhar para trás Naya.

ㅡ Acho que o que você quer ou deixa de querer não é problema meu. ㅡ me levanto. ㅡ Farei isso não por mim, mais pelas pessoas que chamo de família.

ㅡ Tudo bem. ㅡ ele se levanta e fica em minha frente. ㅡ Vou respeitar sua decisão... por mais que não concorde.

ㅡ O que?ㅡ eu estava indignada com o que ele disse. ㅡ Você preferia que eu estivesse atrás de você tentando o prender em vez de tornar uma aliada? ㅡ pergunto com ironia.

ㅡ Preferia. ㅡ seu olhar era firme nos meu.

ㅡ Por qual motivo? ㅡ ele fica quieto. ㅡ Me diga. ㅡ ele se vira para sair mais eu seguro seu braço e o viro. ㅡ Por que Hugo?

ㅡ Mais que merda Naya. ㅡ ele se altera e segura meu braço que não está ferido.ㅡ Sabe por que? ㅡ sua voz se torna grossa e rispida. ㅡ Porque você não viraria a costa para a porra dos anos que perdeu sendo alguém descente na vida. Você vai abandonar tudo para virar uma pessoa que aprendeu esses anos todos a não virar. Sem contar os incontáveis risco que correrá.

Ele me pega de surpresa com sua resposta. Eu via a sinceridade em seus olhos... e isso me assusta. A sensibilidade dele comigo me assusta. O que eu sou para ele? Uma obrigação? O que ele via exatamente em mim? Ele não é a porra de um mafioso... porque está agindo assim comigo?

ㅡ Por que se importa tanto com a minha dignidade? Com o meu bem estar? ㅡ ele solta meu braço e direciona o seu olhar para o chão evitando me olhar.

ㅡ Porque eu... apenas te quero ver bem. Bem mentalmente e fisicamente.

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