Capítulo 16

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Hugo

Eu ouvia seu coração pulsar rápido, a adrenalina do medo e do susto estava tomando conta dela, porém a mesma não saia do corredor. Aos poucos a sua pulsação vai se tornando mais calma e o medo vai sumindo.

Eu nunca tinha visto uma pessoa perder o medo tão rápido quanto Naya acabou de fazer. Então derrepente ela entra no quarto o que me faz ficar com uma expressão desacreditado. Ela encara meus olhos mais o mesmo já estava normal.

ㅡ Você está machucado? ㅡ a sua pergunta me pegou de surpresa. Sem dizer nada ela olha ao redor do quarto então vai em direção do kit de primeiro socorro em cima de uma mesinha. Ela pega o kit e vem até mim. ㅡ Você pode sentar? Pra ficar em uma altura confortável pra mim? ㅡ eu não conseguia dizer nada, estava impressionado demais com seu alto controle. Ao me sentar ela fica mais perto então seu dedo toca a minha boca fazendo uma corrente eletrica percorrer meu corpo. ㅡ Está cortado. ㅡ ela diz e começa a mexer no kit.

Eu podia me curar, porém machucados que são causados por mim mesmo faz com que o processo seja lento.

ㅡ Por que está fazendo isso? ㅡ pergunto

ㅡ Você cuidou dos meus machucados mais cedo. ㅡ ela diz colocando um remédio no algodão. ㅡ Quero retribuir.

ㅡ Você não precisa. ㅡ digo e ela se vira pra mim novamente. ㅡ Eu fiz aquilo apenas por..

ㅡ Pode ficar quieto? ㅡ ela começa a passar a limpar o machucado. ㅡ  Você ia dizer que fez por obrigação? Obrigação a quem? Ao meu pai? ㅡ não... por obrigação a mim mesmo. Se eu não cuidar dela é como se eu mesmo me machucasse. ㅡ Se for isso eu te liberto dessa obrigação. Não preciso de uma babá.

ㅡ Não é por obrigação ao seu pai. ㅡ digo e ela me encara esperando uma resposta. ㅡ Você não entenderia.

ㅡ Claro... é difícil saber se vou entender ou não, se não me disser do que se trata. ㅡ ela insiste, porém me mantenho calado. ㅡ Sei o que deve estar pensando agora. ㅡ ela diz e começa a passar o remédio em minha boca. ㅡ Você acha que sou sensível o bastante para não te colocar contra a parede... principalmente pelo que eu vi. ㅡ ela olha rapidamente meus olhos e desvia o olhar. Não acho que ela seja tão fraca... porém sou eu quem não está preparado. Mesmo que ela me perguntasse e me colocasse contra a parede... não sei se conseguiria lhe falar. ㅡ Eu sei o que vi... porém não sei o que significa e por se tratar de algo provavelmente pessoal... eu não iria te forçar a falar, não que eu não vá perguntar. ㅡ ela esboça um sorriso lindo. ㅡ Não agora... eu ainda estou simulando muita coisa. Mais se prepare a qualquer momento eu faço um interrogatório. ㅡ ela diz e eu levanto uma sobrancelha. É incrível como ela leva isso com tranquilidade. Tenho a plena certeza que se fosse qualquer outra, correria de mim como se tivesse correndo de um diabo... porém se tratava dela, de minha Naya. ㅡ Só que tem algo que eu preciso perguntar antes de dormir. ㅡ ela para e me encara. ㅡ Você estava atrás de quem?

ㅡ Do cara da tatuagem que te atacou. ㅡ digo e ela fica surpresa.

ㅡ Você o matou? ㅡ sua voz sai um pouco sobressalta.

ㅡ Queria. ㅡ a encaro como se ouvesse apenas ela no mundo. ㅡ Queria muito, porém não. Apenas dei o que ele merecia e o fiz como exemplo... para não chegar perto de alguém protegido pelos Bllard's. ㅡ digo e sua expressão se alivia.

ㅡ Por que queria tanto o matar? ㅡ ela soa curiosa e eu fico quieto. ㅡ Esse sentimento tem haver com sua obrigação? ㅡ sem dizer nada eu apenas a olho. ㅡ Acho que devo considerar um "sim" com seu silêncio. ㅡ ela ia se virar para sair do quarto então volta novamente ficando diante de mim. ㅡ Não sei se essa obrigação é algo boa ou ruim... não sei o que ela significa para você. Porém mesmo eu não sabendo o motivo a qual te motiva a se importar e me manter segura... eu te agradeço. Eu venho me perguntando do porquê... mais a verdade é que eu nunca tive alguém presente me demonstrando isso. A gente pode ter se conhecido quando criança, mais eu não tenho nenhuma memória disso... então pra mim você é um estranho que se importa demais com meu bem estar. Mesmo sendo esse estranho... eu estranhamente fico honrada e grata com sua preocupação. ㅡ me levanto o que faz eu ficar cara a cara com Naya. Ela assusta e dá um passo em falso para trás, seguro sua cintura e seu olhar volta para mim surpresa.

ㅡ Não quero sua honrra ou sua gratidão. ㅡ nossos rostos estavam perto o suficiente para eu sentir sua respiração. Seguro seu queixo... se eu perdesse um milímetro de meu alto controle eu poderia facilmente beijar aqueles lábios... céus eu queria tanto beija-la. Suspiro fundo tentando me manter firme e então digo.  ㅡ Quero apenas a sua segurança Naya.

Ouço seu coração acelerar novamente, só não sei se é medo ou pelo fato de estarmos tão perto. Sem dizer nada ela abaixa a cabeça e sai do meu quarto.

Naya se você soubesse a verdade, ainda sim estaria grata pela minha proteção?

///

Eu não havia ficado pro café da manhã e nem mesmo para o almoço, estava resolvendo assuntos da empresa e consequentemente ainda não tinha visto Naya.

Já estávamos no meio da tarde e decidi ir para a mansão. Tenho um apartamento no centro de Madrid, mais no momento ficaria na mansão para a segurança de Naya e a irmã... por mais que meus homens dão conta... na verdade eu só queria estar no mesmo lugar que ela.

Ao chegar na mansão vejo minha mãe brincando com Greta na grama. Ela está amando ter uma criança por perto. Acho bom ver minha mãe assim, pelo menos vai estar ocupada demais para interferir em meus negócios.

Entro em casa e vejo Naya na poltrona da sala com um livro no colo. Ela provavelmente caiu no sono ao ler. Chego mais perto e vejo que sua expressão não está tão serena como de alguém que dormia tranquilamente. Em sua testa continha gotas de suar e seus olhos tinham movimentos, mesmo estando fechados. Com uma mão ela aperta o braço da poltrona então vejo que estava tendo algum pesadelo.

ㅡ Naya. ㅡ a chamo e toco em sua mão então ela abre os olhos ofegante. Ela me olha e então aparenta ficar mais assustada. Imediatamente tiro minha mão da dela... eu havia a sustado.

La Mafia BallardWhere stories live. Discover now