Capítulo Ι: Sangue Novo

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Dias Atuais

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Dias Atuais

Manhattan, Nova York, EUA.

Cidades como Nova York tem um poder diferente do velho mundo – uma magia única que não se limita as criaturas que espreitam a noite e se escondem na escuridão mesmo em plena luz do dia. Talvez os humanos tenham roubado essa magia para si quando atravessaram o oceano, talvez essa magia estivesse aqui esperando, guardada pelos povos que viviam nessas terras antes delas serem invadidas. Ou talvez a magia esteja na liberdade proporcionada em ser o centro de seu próprio universo.

Enquanto analisava a quinta semana de queda de suas ações, um vampiro refletia o quanto gostava de ser Ethan Cole. É claro que este nem sempre era quem ele havia sido – você não pode viver por trezentos anos e esperar ser a mesma pessoa década após década. Mas a identidade atual lhe era especialmente confortável.

Ele também gostava da forma como humanos se infiltravam em seu bar usual, acreditando ter encontrado um novo segredo na cidade. O cheiro de sangue quente sempre tornava o ambiente mais tolerável pois, mesmo adorando o lugar, a magia das bruxas que frequentavam o bar proporcionava um odor forte de ervas e pó que retorcia seu estomago.

E, é claro, humanos bêbados eram mais fáceis de serem persuadidos a esquecerem as razões das marcas em seus corpos na manhã seguinte. Ninguém quer humanos sussurrando pela cidade sobre mordidas de vampiro ou doações estranhas de sangue para uma bruxa.

-Eu falei que era um investimento ruim – grunhiu John, parando atrás dele e lendo a notícia sobre seu ombro – Isso não aconteceria se fizesse o que todos fazemos, e unisse seus interesses aos de uma bruxa.

-Isso significaria dividir os lucros – ele retrucou, tentando manter-se bem-humorado – Além dos mais, nem todos nós estamos ligados a uma vidente.

-Para dividir os lucros é preciso ter lucros – John rebateu, voltando ao próprio assento.

-Bobinho, ele não faz isso pelo dinheiro – Felicity riu, trazendo três bebidas nas mãos – Ethan gosta do jogo. O que motiva ele é a ideia de ter razão sobre algo.

Ele revirou os olhos, incapaz de admitir que ela estava certa. Depois de tantas identidades, tantas décadas, uma das coisas favoritas dele ainda era o mercado de ações americano – gostava da aposta, de estar certo, de como a sensação se aproximava daquela que sentia nos tempos em que caçava por sangue. E, é claro, assim como odiava perder uma presa, odiava quando investia em um projeto falho.

Mas tinha uma queda pelo idealismo humano.

-Cortesia da sua bruxa favorita – Felicity sorriu, colocando uma taça na frente dele e outra na frente de John, deixando a última para si mesma. Ele olhou sobre o ombro, esperando ver a dita bruxa no balcão, mas ela não estava ali.

Ella era uma das três bruxas proprietárias do bar – por muito tempo ele acreditou que elas fossem um covil, mas se algum dia houve simpatia entre as três morrera a muito tempo. Ella lhe confidenciara que o acordo entre elas era puramente comercial, e nenhuma irmandade se vincava ali.

Sangue de Bruxa (Feitiços de Vida e Morte - Livro I)Where stories live. Discover now