Vórtice pt2

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- É mais ou menos isso minha história. - Morpheus termina, havia falado tudo sobre si, até às partes que considerava ruim.

- Uau...ok eu preciso processar tudo isso ainda.
- Caralho tô saindo com um mestre dos sonhos, isso é incrível demais. - Hob fala animado.

Sonho não responde, fica pensativo.

- O que foi?

- A gente tá saindo então? Tipo, juntos?

- Ah, isso. Bom, eu acho que sim, já nos conhecemos a 600 anos, não quero ficar enrolando nossa relação. E nós nos gostamos... Não sei. - Fala sem graça, queria ficar somente com ele, mas tinha medo de avançar demais e o assustar.

- Podíamos ter algo sério, se você quiser claro. - Morpheus fala e na mesma hora se corrói de vergonha.

- Se você quiser, eu acho que seria legal. Tipo...namorados?

Ambos estavam vermelhos e sem conseguir olhar um para o outro.

- Parecemos adolescentes idiotas. - Hob fala pra descontrair.

- Eu quero.
- Eu quero ter um relacionamento com você. - Responde por fim mas ainda envergonhado.

- Então você quer ser meu namorado? - Pergunta rindo.

- É estranho dizer assim, mas tudo bem.
- Temos algo. - Diz por fim.

Finalmente estavam juntos sem barreiras criadas por medo. Hob se aconchega mais em Sonho e descansam por algumas horas.
Logo teria que voltar para sua vida normal.

****

Morpheus vai atrás de Rose quando sente que há algo errado, ela estava viajando pelos sonhos de outras pessoas. Aparece em um dos sonhos, a aguardando.

- Por que isso está acontecendo? Não era para estarmos procurando o Jed? Por que estou nos sonhos deles? - Pergunta desesperada.

- Estamos procurando seu irmão. - Responde calmo.
- E você está atraindo os sonhos dos outros até você. Só tome cuidado para não se perder nesses sonhos, respire um pouco. Encontre seu caminho.

Atravessam um portão até entrarem em outros sonhos, alguns certamente curiosos, algo como uma "princesa", outro uma criança gótica. Até aparecerem na casa de infância de Rose.

- Conhece esse lugar?

- É a casa que eu morava. - Observava tudo na esperança de ser o que procurava.

- Encontrou o sonho do seu irmão. - Morpheus esperava que Gault viesse até ele, o pesadelo precisava voltar.

- O que faremos agora? Como encontramos ele?

Vêem um redemoinho de areia se formar, lembrava muito um certo alguém presente. Mas quem aparece é Jed, ainda sonhando.

- Parado rei dos pesadelos, ou eu mando vocês dois para a terra dos sonhos. - O garotinho avisa, estava fantasiado de super herói.
- Eu sou o mestre do domínio dos sonhos, eu sou o Sandman.

- Você é o Sandman? - Morpheus pergunta achando graça da inocência da criança.
- Foi o que ela te disse? Onde sua comandante está?

Gault aparece, revelando sua forma natural. Até agora estava utilizando a forma da mãe de Rose e Jed.

- Jed nossa mãe não está aqui, mas eu estou. Preciso saber onde você está.

- Tio Barnaby me ameaçou e a tia Clarice não vai conseguir fazer nada. O garotinho não sabia onde estava, somente que era em Homeland.

- Venha Gault, precisamos ir. - Sonho adverte.

Ela anda até ele, mas antes se desculpa com a criança.

- Está na hora de acordar Jed.

- Espera, não! Para, espera um pouco-

- Adeus Rose Walker.

Morpheus vai embora com o pesadelo e Jed acorda em sua casa.

****

Na sala do trono se encontrava Sandman, Gault e Lucienne.

- Você tem ideia de como era a vida dele no mundo desperto? - o pesadelo começa.

- Humanos não podem viver em sonhos, enquanto a criança permanecesse lá não teria vida. Nem a chance de uma.

- Ele está sofrendo!

- Você abusou desse sofrimento para construir um sonhar que pudesse governar.

- Eu nunca quis governar, sempre quis ser um sonho e não um pesadelo.

- Só que essa escolha não é sua Gault, nós não escolhemos ser criados e tão pouco como somos feitos.

- Mas podemos mudar.

- Não, todos nós nascemos com responsabilidades. Mesmo eu não sou livre para escolher ser alguém que não eu mesmo, ninguém é livre.

Nesse momento estava pensando em Robert, ele nunca gostou de verdade de sua posição, só havia se acostumado com os anos. Mas agora, ele desejava viver eternamente, mas de outra forma com ele. Teriam que fazer funcionar como está.

- Se é verdade, então por que todos os outros foram embora em sua ausência?

- Nem todos foram, e o restante já retornou. - Lucienne completa.

- Você acha que eles voltaram por amor? Ou por que tinham medo do que o senhor faria com eles caso não voltassem? Porque eu não tenho medo.

- Pois deveria.
O propósito do pesadelo é revelar os medos do sonhador para que possa enfrenta-los. Talvez alguns milênios na escuridão revelem os seus medos.

Gault sumia conforme Morpheus falava, estava sendo castigado. Ele havia se sentido traído e desrespeitado, não admitia isso vindo de um ser que ele criou.

- Melhor isso, do que causar medo.

- Você acha que o castigo foi injusto Lucienne? - Pergunta ao perceber o incomodo dela.

- Eu já fui outra coisa, antes do senhor me tornar bibliotecária. Todos nós mudamos até o senhor talvez, um dia.

- Lucienne eu entendo que na minha ausência você teve que tomar decisões em meu lugar, eu sou muito grato.
Mas eu já estou de volta, pode retornar a biblioteca.

Morpheus não se sentia nada bem com isso, mas pensava que era o jeito correto, precisava retomar o jeito de governar.

Imortal - Hob x Morpheus Onde as histórias ganham vida. Descobre agora