04

88 18 9
                                    

Boa Tarde, como vocês estão? Desculpa o atraso e aproveitem a leitura!

~~.~~.~~.~~.~~.~~

Minha esperança era que Jungkook ainda estivesse no palácio e não tivesse tido a brilhante ideia de sair para sei lá aonde, dificultaria muito minha vida, nem sei o que faria nessa situação. Vamos torcer para que ele tenha se enfiado em algum lugar neste Palácio, o que já é muita coisa para eu procurar em um tempo tão curto até o horário de início de nosso passeio.

Aviso que vou ao banheiro como forma de escapar de fininho, a professor; Taehyung ouve e eu sei, posso sentir, que ele sabe minha real intenção. O máximo que ele poderia fazer é caçar o idiota junto comigo, mas, apesar da utilidade disso, cobrir uma maior área e aumentar a minha chance de encontrar a criatura, não vou arriscar a chance do Tae de fazer o tour, basta um de nós se ferrar por conta de outra pessoa. Não é só do passeio que estou falando, parte da nota é a presença no evento, o relatório vale apenas metade da nota.

Não posso dizer que menti para a senhora Kim, eu realmente fui para o banheiro, vai que ele estivesse por ali.

- Jungkook?- Qual a chance de ele não me responder mesmo quando eu perguntar?

Abro as cabines, uma a uma, com duas sensações borbulhando no estômago, uma mistura de esperança de achar Jungkook com o medo do que eu poderia encontrar. Podemos ser otimista, ele poderia simplesmente tirando um cochilo, mas a chance de pegar uma cena perturbadora como ele tendo companhia para algo que tenho certeza que não quero presenciar me atormenta.

Oito cabines abertas depois e suspiro, não sei se aliviado ou preocupado. Não o achei pelado, não o achei, essa é a questão. Nada no banheiro masculino, nada no banheiro feminino, nada nas salas de exposição.

No final das salas de exposição das obras ouço um barulho baixo, não conseguindo identificar o que seria. É óbvio o que eu devo fazer: o contrário dos personagens de filmes de terror, o que significaria ir no sentido contrário do som. O que eu faço? Sim, burrice, eu sei, mas estou procurando por Jungkook, o barulho é o melhor sinal que consegui até agora.

Que não seja Jungkook transando, amém.

A porta, que se abre com um rangido, revela o que parece ser um armazém, com várias caixas amontoadas, além do que pareciam ser telas cobertas com lençóis. O ambiente é relativamente escuro, então ligo a lanterna do celular, aproveitando para checar se Jeon viu minha mensagem, negativo.

Não consigo identificar mais nenhum barulho. Mesmo sem a continuação do que assumi ser meu sinal, exploro o lugar com cuidado. Não pelo medo do escuro ou algo assim, mas tomando cuidado para não esbarrar em nada, seria extremamente preocupante acabar quebrando alguma das peças.

Eu não acho Jungkook e nem outra alma viva dentro do galpão, mas um objeto prende minha atenção: uma escultura.

A cerejeira de mármore se ergue, alcançando mais da metade da altura do local. Mesmo branco, por causa do material, meus olhos me enganam tentando ver a vida através da planta fria. As pétalas, marca tão presente nessa espécie, não tem sua cor tão específica, mas preserva sua delicadeza.

- Por que você não está exposta?

Toco de leve o tronco, mesmo sabendo que essa era uma péssima ideia, não se toca em obras de arte para não ter risco de prejudicar sua preservação. Eu sei disso, acho que todo mundo sabe, mas, como aluno de história, vimos um pouco sobre esse aspecto artístico-histórico. A arte e a história se misturam mais do que imaginamos, em muitos aspectos.

Então eu estava completamente errado no que estava fazendo, eu sabia disso.

A superfície fria não se desfaz na minha palma, o que é um enorme alívio, vai que a obra estivesse fragilizada demais e por isso tivesse sido retirada da exposição, nunca se sabe. Consigo sentir a textura que foi esculpida, as ranhuras do tronco poderiam ser obra do tempo, mas a precisão dos traços entregava a origem humana deles.

The King (Jikook)Where stories live. Discover now