Sentimento estranho

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Cinco anos depois...

𝓐𝓼 𝓹𝓻𝓲𝓶𝓮𝓲𝓻𝓪𝓼 𝓷𝓸𝓲𝓽𝓮𝓼 -foram realmente bem complicadas. Eu mal conseguia dormir direito, passava a maior parte do meu tempo chorando baixinho-em baixo dos cobertores. Pensava em como se eu tivesse mudado minha atitude em um milésimo de segundo, tudo poderia estar bem diferente agora. Em como meu irmão foi arrancado de mim e de como deveria estar sozinho e apavorado, e que principalmente, não sabia onde estava, e e muito menos eu sabia onde ele estava.

Ficando cada dia mais paranoico. Para minha sorte, eu tinha Hidan ao meu lado(o tempo todo)para me apoiar, e... para que eu pudesse finalmente desabafar tudo o que estava me sufocando cada vez mais.

Nesses últimos anos nos tonamos ainda mais próximos do que já eramos. Eu nem sabia que isso seria possível, mas foi. Eramos como irmãos...

Uma das poucas coisas que me irritavam em Hidan, era o fato dele ter se tornado tão certinho.

A mais ou menos uns três anos, uma nova diretora passou a administrar o orfanato- tia Kushina tinha acabado de ter seu segundo filho, e por isso foi afastada (Pelo menos foi que eu ouvi). Essa nova diretor era do tipo..."extremamente religiosa", e por algum motivo ela havia se encantado por Hidan, e decidiu que salvaria a alma dele DE QUALQUER JEITO.

Primeiro foi lendo alguns versículos para ele antes dormir. Depois foi mandando que ele orasse antes de comer. Depois foi proibindo que lesse, jogasse e até mesmo pensasse em coisas "mundanas", como ela costumava dizer. E quando menos percebi, aquela mulher havia o transformado em um mini pastor. Sempre cheiroso, com o cabelo perfeitamente arrumado, roupa passada e uma bíblia embaixo do braço- lendo para mim e para as outras crianças em momentos irritantes, onde absolutamente ninguém havia solicitado "a palavra do senhor".

Apesar de irritante na maioria das vezes, eu gostava de ouvi-lo. Sua voz me acalmava de certa forma, me trazia paz, então nunca pedi que parasse (embora não estivesse de fato escutando o que ele dizia, na maioria das vezes) Um dos poucos que realmente prestei atenção foi- Jó 19:21.

Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou.⚊ Ele Dizia, enquanto usava seu dedo para me indicar em que linha estava.

Não abandone o seu amigo nem o amigo de seu pai; quando for atingido pela adversidade não vá para a casa de seu irmão; melhor é o vizinho próximo do que o irmão distante.⚊ Completei,e imediatamente a imagem de Yūra veio em minha cabeça, como flex, e na mesma velocidade em que veio- ela sumiu.

Quase instantaneamente senti os pingos de lágrimas escorrerem pelo meu queixo, e então caírem, molhando as folhas do livro que estava em meu colo-molhando suas paginas e borrando suas palavras. Não senti um nó na garganta desta vez, apenas uma pequena pontada em meu peito, uma pontada de culpa e de saudade. Como eu queria vê-lo de novo, mas por algum motivo nunca me deixaram ir visita-lo.

Será que estava bem? Estava comendo direitinho? Como as outras crianças tratavam ele? Estava se dando bem? Tinha algum amigo? Será que..ainda se lembrava de seu irmãozão?

⚊ Kaku...cê está bem?⚊ Perguntou o platinado enquanto assistia as lágrimas escorrendo por minha bochecha. Imediatamente Hidan veio até mim, e pude sentir o calor de seu corpo me envolvendo em um tranquilo abraço. Ele levou sua mão até minha nuca e encostou minha cabeça em seu ombro.⚊ Tá tudo bem. Vai ficá tudo bem.⚊ Dizia ele enquanto alisava meus cabelos, e senti um calor- um arrepio, percorrer por todo o meu corpo. Era acolhedor, reconfortante, eu só queria que ter ele mais perto, por muito mais tempo...talvez ....

Para sempre.

💸💸💸

⚊ Levanta aí seu saco de batatas.⚊ Disse o platinado me dando um tapão na minha testa.⚊ A gente tá atrasado, eu ein, parece até que tá cozido.⚊ Reclamava enquanto dava alguns pulinhos num pé só- tentando vestir a outra perna da calça.⚊ Vai logo Kakuzu. Nois tá atrasado.

𝓐𝓷𝓳𝓸 𝓭𝓪 𝓖𝓾𝓪𝓻𝓭𝓪Où les histoires vivent. Découvrez maintenant