CAPÍTULO 27 - RETRATO DA DISCRIÇÃO

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A imagem íntima mostrava a ruiva seminua e o corpo do homem tatuado, com apenas parte de seu rosto. Porém via-se bem o cenário, um dos quartos da vinícola onde ficaram hospedados há poucos dias, além de garrafas de champanhe e outras bebidas muito similares às consumidas nas festas do grupo. Se não fosse o bastante, indícios de cocaína podiam ser vistos na pele dele.

O alvoroço se instalou quando a foto foi enquadrada no gigante telão. Jin cuspiu a água que bebia e os demais arregalaram os olhos. Jungkook parecia extremamente confuso quando Namjoon pôs a mão em seu ombro.

— Não se preocupe. — o líder sussurrou para o maknae, se preparando para falar.

Mas ele não teve chance, pois Babi sem demora interrompeu o jornalista, assumindo o microfone.

— O que você pensa que está fazendo? — o brasileiro reclamou.

— Salvando sua pele. — ela replicou e se levantou em direção aos membros. — Perdoem o meu colega conterrâneo, creio que ele ainda tem pouca familiaridade com as identidades de vocês. — disse com uma reverência.

— Você quer roubar meu furo, garota? — a segurou pelo braço.

Jin levantou em um impulso, mas Suga o impediu de descer do palco. Ainda falando no microfone, Babi apontou para os detalhes das tatuagens do homem na foto.

— Olha bem pra essa foto. Agora olha pra aquele homem ali.

Doyun gravava imagens no canto do palco, com uma camisa de botão enrolada nos cotovelos. Tentou esconder as tatuagens, desenrolando a camisa, mas o cinegrafista da conferência já o mostrava no telão. Não se via bem o rosto na foto, mas as tatuagens eram evidentes.

— Você está redondamente enganado e veio aqui cheio de malícia, sem fundamento algum, tentar manchar a imagem de alguém. Por favor, peça desculpas ao Jeon Jungkook e aos seus colegas.

— Por que eu faria isso? — disse levantando a voz.

O microfone foi desligado com um clique. Não precisava mais da atenção de todos, o que tinha a dizer era dirigido apenas a ele. Aproximou-se, falando em português.

— A sua ignorância não pode ser maior do que o seu preconceito. É óbvio que o homem na imagem não é Jeon Jungkook. Não há motivos para deixar uma marca na carreira dele, ou na sua. — advertiu-o, voltando a insistir — Peça desculpas.

— Quem você pensa que é pra me dar ordens? — tornou a agarrá-la pelo braço.

Desta vez, não só Jin como todos os membros se levantaram e o burburinho aumentou. O jornalista não viu outra alternativa, senão sair. Mas para sua surpresa, ela o seguiu. Não chegou muito longe antes de ser cercado por seguranças.

— Como você conseguiu essa foto? — perguntou no corredor.

— Garota, você é muito enxerida! — retrucou, lhe empurrando o papel. — Toma logo isso aí e me deixa em paz!

— Quem mandou pra você? — ela insistiu.

— Quem você acha? — ele respondeu com um sorriso resignado. — Ela deve ter achado que eu ia publicar direto... Teria sido uma humilhação ainda maior... Mas quer saber, nunca imaginei que alguém como você fosse trabalhar pra eles.

Uns meses antes, nem ela imaginaria aquilo. No entanto, agora, pela primeira vez, sabia dizer com todas as letras com o que vinha trabalhando.

— Estou a serviço do ARMY.

Ele conteve uma risada de desprezo, mas foi embora dando passos duros, sendo acompanhado pelos seguranças. Babi finalmente pôde respirar aliviada. Até então não fazia ideia do quanto o incidente com as fãs obcecadas a tinha marcado. No entanto, a ferida no braço vinha latejando desde que viu aquele envelope. Agora a sensação abrandava.

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