Capítulo 8. Apaixonado

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Peter estava no telhado após mais uma patrulha com o Deadpool, em uma pausa para comer. Ele estava incomodado com a forma que ele não parava de olhar. Se irritando um pouco, Homem-Aranha se virou para o amigo e lhe estendeu o cachorro-quente que ainda não mordeu:

— Quer?

— Não, obrigado.

— Então por que fica olhando tanto? Eu sinto como se estivesse negando dar um pedaço para um cachorrinho.

— Own, você me acha fofo igual a um cachorrinho?

— Para de graça.

— Eu só estava reparando quão grandes são tuas mordidas.

Peter ficou confuso, resolveu ignorar e voltar a comer. Mas Deadpool prosseguiu falando:

— Vê se você tem reflexo de engasgo, sabe?

E Peter engasgou:

— Cof! Cof!

— Ah, mas você estava indo tão bem.

— Cof! É sua culpa.

— Eu te distraí? Meu bombonzinho, quando você tiver que fazer um boquete de verdade, vai ter dificuldades. Tudo pode ser distração.

— Quando eu "tiver"?

— Sim.

— Isso insinua que eu nunca fiz.

— ...

— ...

Os dois ficaram se olhando em silêncio. Os olhos brancos da máscara de Deadpool se arregalaram, enquanto o Homem-Aranha nem lhe olhava mais, focado em comer.

Só que ele estava atento, deixando Wade processar direito aquela insinuação.

Estava brincando e provocando ele. Nada mais que justo, Wade fazia isso o tempo todo com Peter.

— Pera lá, Teioso, pera lá! O que? Pera! Calma!

— Mas eu 'tô calmo - disse Peter, rindo.

— V... Você já...? Spidey?

— Hmm?

— Você não é de contar essas coisas pra mim!

— Contar o que? - O Homem-Aranha deu um sorriso maldoso.

— ... foi com Peter Parker?

— O que? Não! Por que tem essa fixação de eu ter tido alguma coisa com o Parker?

Não que Peter não já tenha pensado, afinal ele é tão flexível...

— Não tem nada de estranho nisso. Já viu o cara? Quem não gostaria de ter uma chance com ele? Quem não iria querer ter uma chance com você? É uma soma lógica, dois gostosos iriam perder uma oportunidade por quê? Você não está namorando e eu chequei, ele também não está, então...

Pela curiosidade, Peter fez uma pergunta que não deveria:

— Então você iria querer ter uma chance com ele?

Ele quis se bater. Isso era tão errado, mas não seria a primeira vez em que Peter conseguia informações sobre o que as pessoas pensam de uma de suas identidades, falando com elas sem elas saberem a quem estão opinando diretamente.

Não era lá muito ético. E ele já fez tantas vezes e se arrependia sempre, principalmente quando ouvia o que ele não queria. Quando ouvia o que queria, ele tinha que se segurar para não prosseguir cavando por mais, atrás de mais elogios.

Querido Senhor PeterOnde as histórias ganham vida. Descobre agora