Capítulo 1

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Escuridão, essa é a primeira coisa da qual se lembra. Ela se sentia segura nela, era confortável e aconchegante e parecia que nada de ruim aconteceria se conseguisse permanecer nela.

Mas algo começa a puxá-la para longe do escuro, uma luz muito quente a puxava cada vez mais para longe da escuridão até que enfim a luz vence, e a escuridão se vai completamente.
Agora a luz estava por todo o lugar e diferente da escuridão, a luz não transmitia segurança nem conforto, apenas calor, muito calor e cheiros estranhos que faziam seu estômago se revirar.

Sem entender o que estava acontecendo ela começou a chorar e berrar esperando que alguém aparecesse, mas ninguém veio, o que a assustou ainda mais pois, sempre que chorava alguém vinha até ela e a acalmava, então tentou berrar mais alto, mesmo assim, ninguém veio.

A luz ficou mais forte e o calor foi aumentando, havia muitos barulhos estranhos que à deixavam assustada, a luz quente e assustadora se aproxima dela até estar lhe tocando, e uma dor lancinante a consome, ela continuou a berrar já que não tinha mais lágrimas para chorar e ficava cada vez mais difícil de respirar. Um som bem alto invadiu o cômodo em que estava e depois um grito, ela reconheceu aquela voz e por um momento ficou aliviada. Finalmente alguém tinha aparecido, mas antes que pudesse ver quem era uma de suas pálpebras ficaram pesadas e a escuridão veio para acalmá-la, e então tudo ficou quieto.

Antes mesmo de abrir os olhos a princesa se levantou num sobressalto e quase caiu da cama, respiração estava ofegante, seu corpo estava completamente enxarcado de suor e alguns fios do seu cabelo grudavam em seu rosto.
A primeira reação que teve foi tocar o braço direito onde tinha sentido a dor em seu sonho, só conseguiu se acalmar um pouco após ver que ele estava bem, mas ainda conseguia sentir um formigamento percorrendo seu braço, percorrendo o caminho de suas cicatrizes. Pelo menos nenhuma cicatriz nova apareceu.

Foi preciso alguns minutos para sua respiração voltar ao normal, suas mãos tremiam tanto que mal conseguia controla-las e ainda podia sentir o formigamento em seu braço, porém, ela apenas o ignorou. Quando finalmente se acalmou ela se levantou, tomou um pouco de água e voltou para a cama murmurando para si mesma:

- Foi um sonho, Laila- a princesa murmurou para si mesma diversas vezes enquanto tentava dormir de novo- só um sonho.

- Você parece um pouco pálida hoje, Laila

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- Você parece um pouco pálida hoje, Laila. - a criada diz enquanto trança os longos cabelos brancos da princesa- Está se sentindo bem?

Não, eu não estou nada bem. Era o que Laila queria dizer, mas o que saiu da sua boca era o completo oposto.

- Sim, estou bem- e forçou o melhor sorriso que conseguia para mostrar que estava bem.

Não importava que sentia dor só de falar, ou que sua cabeça latejava e sentia que seus braços estavam pegando fogo. Ela não podia deixar que Laura visse sua dor, e se deixasse, seu dia -e o de sua família- estaria arruinado.
Laura finaliza a trança e se levanta para poder examiná-la melhor, pela cara dela, não tinha acreditado em Laila.
Ela coloca a mão na testa da princesa para medir sua temperatura.

A Bruxa da LuaWhere stories live. Discover now