Capítulo 4

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O sacolejar da carruagem a estava deixando enjoada, o cocheiro parecia fazer questão de passar por cada buraco na estrada. Laila temia que a qualquer momento pudesse vomitar, apesar de não ter nada no estômago para por para fora.

Ela pensou em tentar dormir para ver se esquecia o enjoo, mas o medo de ter algum pesadelo de novo a assutava mais do que a possibilidade de vomitar em si mesma -e em todos na carruagem- e mesmo que não tivesse pesadelos seria impossível dormir com o esse vestido que mais parecia um bolo de casamento feito de tecidos.
Para esconder o quanto a princesa era magra, Laura pegou o vestido que Laila usaria para o baile e pediu para que uma das costureiras o ajusta-se para que parecesse mais cheio assim escondendo a falta de peso da princesa, o resultado foi, um vestido azul gelo com detalhes prateados, com tantas camadas de tecidos que até andar se tornova uma tarefa bem cansativa.

Pelo menos ela não estava muito diferente de sua mãe e sua irmã, seus vestidos variavam de azul gelo até branco e prateado e ambas também não pareciam muito confortáveis com suas vestimentas e deixaram bem claro para Laila que ela tinha sorte de não precisar usar um espartilho e ainda poder respirar direito. Nem mesmo seu irmão e seu pai pareciam muito confortáveis em seus trajes de baile. A única que realmente parecia confortável com seu vestido era Laura (que sempre acompanhava a família real para o caso de alguma coisa acontecer com Laila), o seu vestido era simples, mas ainda assim muito bonito em tons de azul claro e branco, que fazia um contraste com sua pele escura, o que na visão de Laila a deixava ainda mais bonita.

- Falta muito para chegarmos à mansão Silven?- Sua irmã pergunta cansada e estressada.

- Na verdade não, eu consigo ver os muros daqui em pouco tempo chegaremos á mansão Silven- seu pai responde ao olhar pela pequena janela da carruagem.

Aquelas poucas palavras foram suficientes para deixar Laila com um frio na barriga. A princesa mal tivera tempo de se preparar para o que estava por vir.

Mas que exatamente iria acontecer ? Ela não sabia dizer.

Tantas coisas tinham acontecido em tão pouco tempo que Laila até havia se esquecido- para seu completo azar-que o baile da Duquesa Silven era em dois dias. No dia seguinte, depois de ter tido aquele "pesadelo" sua mãe lhe disse quando foi vê-la no quarto, que o baile seria em dois dias, e Laila achou que iria morrer no mesmo instante.

Eles partiriam nesta tarde para a mansão da duquesa Silven para comemorar o solstício de inverno e Laila rezou para que ficasse doente e não pudesse ir, mas pelo visto seu corpo resolveu lhe dar uma "folga" para que pudesse aproveitar o baile.

Que sorte a minha. Laila pensou com ironia.

Obviamente Laila não sabia o que iria acontecer, mas sabia que seria algo ruim, não conseguia parar de pensar naquela mulher misteriosa que viu em seu sonho e nem de suas palavras.

" No solstício de inverno, quando a duquesa Silven dará uma festa para todos os nobres. Você, minha querida, vai receber uma surpresinha."

O fato de não saber mas o que era a estava deixando louca. E também não conseguia parar de pensar no final de seu pesadelo. Quem era aquela mulher que a salvou das chamas? Por que ela se parecia tanto comigo? Eram perguntas para quais Laila não tinha resposta e tentava não pensar nelas.

O "incidente" que teve no seu quarto não voltou a acontecer, as vezes Laila imaginava se tudo aquilo não passou de uma alucinação ou uma brincadeira de mau gosto feita pela sua própria mente, mas aí ela sentia aquele formigamento nos braços e uma coisa dentro de si tentando se libertar e aquilo lhe mostrava que não estava ficando maluca, porém sempre que Laila sentia esse formigamento ela o reprimia até se tornar uma coceira suportável e no fim sumir -pelo menos por alguns minutos- e quando voltava era como se seus braços estivessem sendo queimado em uma fogueira e a princesa tinha vontade de arrancar os próprios braços.

A Bruxa da LuaWhere stories live. Discover now