A Bruxa da Lua

Capítulo 12

Depois de todas aquelas horas de treinamento e exercícios, Laila mal sentia seu corpo e era capaz que desmaiasse a qualquer momento. Mesmo assim se levantou e andou ao lado de Noah até um canto mais afastado do local de treinamento.

- Bem, antes de começarmos o seu treinamento de verdade, eu preciso descobrir qual o seu elemento dominante. - Noah começou a catar algumas folhas no chão.

- Elemento dominante? - Laila pergunta.

- Nós bruxos temos a maioria dos nossos poderes ligados diretamente a natureza - ele volta para perto de Laila - Eles podem ser ar, água, fogo e terra.

Ele se senta no chão e pede para Laila se sentar também. Ainda com as folhas das árvores em mãos, Noah as coloca no meio entre eles.

- No meu caso eu tenho um melhor domínio sobre a terra - flores cresceram ao redor deles e se enroscaram nas pernas de Noah, Laila não conseguiu não ficar maravilhada com aquilo - Você vai aprender a dominar todos esses elementos, mas terá um que dominará melhor que os outros. Depois do que aconteceu no baile da Calidora, eu acredito que seu elemento dominante seja o ar, mas preciso ter certeza.

A princesa engoliu um seco, mas não disse nada. Não havia tocado no assunto do baile com as outras ontem e Laila agradecia por isso. Respirou fundo e tentou afastar as imagens daquele furacão de destroços do quarto e, bem... De todo o resto.

- Certo, então vamos começar. - as folhas no chão começam a girar no ar, como um pequeno furacão - Sua primeira tarefa é fazer essas folhas se mexerem, apenas com o seu domínio sobre o vento.

- Como eu faço isso? - não queria admitir, mas estava ansiosa para aprender a usar sua magia. Ainda tinha medo dessa coisa dentro dela que ansiava por liberdade, mas sabia que seria melhor ter o controle sobre seus poderes do que arriscar perder o controle de novo.

- Apenas, busque esse poder dentro de você e pense no que você quer que ele faça, guie sua magia, molde ela do jeito que quer e a faça cumprir os seus propósitos.

Laila respirou fundo e fez o que Noah disse, podia sentir aquele leve formigamento nos braços e o poder correndo pelo seu corpo, inspirou fundo mais uma vez antes de criar coragem e deixar a magia se liberta, se concentrou em pensar no que queria que ela fizesse e tentou guiar a magia para se transformar no que queria.
Observou as folhas, elas continuavam paradas no mesmo lugar, mas sentia que tinha algo diferente com o vento. Não sabia ao certo como explicar, mas sentia algo estranho no ar e na direção em que o vento soprava, olhou para Noah para saber se ele também havia sentido essa diferença, ele apenas assentiu seus olhos agora estavam castanhos, Laila não sabia dizer o que ele estava sentindo agora.

Sabia então que tinha alguma diferença no ar, tinha ciência de que era a responsável por isso, podia sentir que tinha o controle dele, era como se fosse capaz de controlar todo o ar do mundo. Continuou tentando guiar esse poder para mover as folhas que mal tinham saído do lugar, mas não parecia estar funcionando.

Estava começando a ficar irritada e frustrada, as folhas das árvores balançavam para todas as direções, menos aquelas que ela queria que se mexessem. Não entendia o porquê delas não se mexerem, eram apenas folhas! Não devia ser tão complicado.
Parecia que um tornado estava prestes a se formar bem ali naquela clareira.

Você realmente não serve para nada.

Por que não morre logo, fantasma?

- Respire fundo - Noah instruiu fazendo Laila olhar para ele - tente se acalmar, está tudo bem não conseguir de primeira, apenas respire deixe sua mente relaxar.

Tentou fazer o que Noah mandou, mas era um pouco difícil quando sua mente estava a mil, porém Noah tinha razão ela precisava se acalmar.
Em alguns minutos o vento foi diminuindo, tentou mais uma vez guiar o poder para as folhas, dessa vez percebeu que a mesmas tinham se mexido um pouco, continuou pelo mesmo caminho e observou quando as folhas começaram a levitar e a girar no ar. Conseguiu mantê-las assim por alguns segundos, então elas caíram, mesmo assim, Laila não deixou de ficar surpresa. Ela tinha conseguido.