The betrayal

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Rhaenyra narrando.

Já se passaram dois dias desde que chegamos em nossa casa, partiremos amanhã de volta a capital. Apenas Daemon e eu, junto de nossos dragões. Aos poucos estamos voltando a nos entender, ele ainda não concorda com o que eu fiz, mas já sabe que não há como mudar, só aceitar, está feito. Aegon quem não tem falado comigo desde então, e eu odeio essa distância entre nós. Nunca o senti tão frio quanto nos últimos dias, fica horas treinando sem pausa e não nos acompanhou em nenhuma refeição.

Estou com as garotas na grande mesa pintada, elas estão tendo aula de alto valiriano e estou observando o progresso delas. Visenya está estranha essa manhã, ela sempre é a que tem mais facilidade com as palavras novas e tem errado todas as traduções que o Meistre lhe passa. Rhaena quem tem a ajudado, e vejo que ela odeia não ser a melhor entre as três. Ela é muito competitiva e deve isso ao pai dela que nunca aceitou perder. Logo Daemon cruza a porta de entrada e caminha em nossa direção.

── Está bem por hoje, nos deixem sozinhos?

As três se levantam junto do senhor e deixam o cômodo, subindo a escadaria e se retirando. Guio a mão na direção de meu marido, o chamando para mais perto, por fim toco o seu pescoço, acariciando por cima da cicatriz que possui ali. Ele trás a mão em minha barriga, como é seu costume fazer.

── Como elas estão com as aulas?

── Ótimas, Vis está com dificuldade desde que voltou. Baela e Rhaena estão se saindo bem. ── Digo e depois suspiro, o encaro nos olhos ── E os meninos? Aegon?

── Os deixei treinando a pouco. E o Aegon contínua do mesmo jeito, dá um tempo para ele. Logo ele se conforma que deu a nossa garotinha para um Hightower.

Inspiro tentando não cair em sua provocação, ele sempre que pode tocar nesse assunto e contrariar a minha escolha, o faz. Começo inclusive a me arrepender dela, percebi o quanto machuquei Aegon ao olhar apenas para os sentimentos de Visenya e não os dele. Mas nunca interpretei como paixão o que ele sentia, proteção e amor? Muito, mas eles são irmãos e sentimentos assim é o que se espera que sintam. Em partes a culpa é do Daemon de o contar nossos planos antes da hora.

── Não queria ter magoado ele.

── Era só ter me escutado... ── Ironiza e dá um sorriso, sela nossos lábios uma única vez e olha em meus olhos ── Ele vai perdoar, eu garanto.

Eu torço para isso. Sir Silas entra às pressas ali, junto de dois guardas de Dragonstone. Os encaro sem entender.

── A princesa Rhaenys acaba de chegar montada em seu dragão.

Olho para meu tio, que respira profundamente como se já soubesse o teor de suas notícias. Ele completa que ela exige uma reunião de emergência, e peço que a tragam até mim. Não demora nada para ela chegar na sala, parar na ponta oposta à nossa da mesa e me olhar.

── Viserys está morto ── Ela diz, sem amenizar o peso da notícia.

O choque chega junto com a dor no pé da barriga, fecho os meus olhos e me apoio contra a mesa enquanto tento digerir o que escuto. Minha visão embaça por um momento, de tanto que forcei os olhos. Não preciso olhar para Daemon para saber que está tão abalado quanto eu.

── Assassinado com certeza. Ele estava melhorando em nossa presença ── Ele diz, sua voz está embargada e ele dá um soco na mesa que me assusta.

── Não é só isso ── Rhaenys continua, meu queixo treme, mas abro os olhos e subo o olhar para ela ── Nomearam Aegon II como o seu sucessor, numa imensa cerimônia. Toda a Kings Landing acompanhou.

Fire On Fire - Daemyra (CONCLUÍDA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora