Our Kingdom

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Daemon narrando.


Doze horas. Esse é o tempo em que minha esposa leva para dizer alguma palavra depois de ter deixado a Visenya em seus aposentos, as crianças decidiram dividir o quarto naquela noite como faziam quando eram mais novos. Estão tão destruídos pelo ocorrido quanto nós, e estando juntos é bom porque vão cuidar uns dos outros.


Rhaenyra não falou comigo ou com qualquer outra pessoa, apenas a ouvi chorar durante a noite inteira. A deitei em meu peito e permiti que chorasse, sem perguntas, sem opiniões, apenas a ouvi desabar a dor que devastou sua alma. Tentei a confortar da minha maneira, sabendo que palavra nenhuma iria ajudar. Minha doce menina, não merecia nada disso que fizeram com ela. Malditos, vão pagar por cada uma de suas lagrimas.


Lucerys sempre foi o mais apegado com ela entre todos, e sei que ela sofreria por qualquer um dos filhos, mas imagino como se sinta tendo seu garotinho arrancado de si dessa maneira tão brutal. Ele não era tão apegado a mim quanto Aegon é, mas já me dói ao ponto de me fazer chorar escondido pelos corredores, imagina ela. Que sempre andava de mãos dadas com Luke.


Quando o sol nasce e enfim nós nos levantamos da cama para seguirmos com o nosso destino, ela caminha ao meu lado firme e de cabeça erguida. Usa um vestido todo preto que possui uma capa logo atrás, detalhes em escama de dragão prateada cintila o tecido na altura dos ombros. Não a cobro por uma explicação do que faremos, tão pouco digo a ela que eu sempre a alertei sobre isso, sobre a capacidade dos verdes. Ela não precisa de nada disso agora.


── Estou preocupada com a nossa filha, Visenya ── É a primeira coisa que diz, e eu até me surpreendo com o som da sua voz preenchendo o ambiente.


── Por quê?


É um tanto óbvio o motivo, mas desejo ouvir dela.


── Em especial por um pedido que me fez.


Uno as sobrancelhas e a encaro, paramos antes de adentrar o grande salão de reuniões. Já se pode ouvir as conversas paralelas do lado de dentro.


── Pedido? Qual pedido?


── Ela me pediu para não matarmos Aemond pelo que fez ao Lucerys, ela disse que ela quer fazer isso. Com as próprias mãos.


Minha respiração a seguir é profunda, porque eu sei que entraremos em discordância outra vez.


── Apoio a ideia. Eu quero que ela faça.


── Daemon ela não completou nem quinze anos!


── Matei o meu primeiro homem aos onze.


── Ela não é você! Nem o Aegon matou alguém, quem dirá o próprio sangue... É muito pesado para ela, não posso permitir que ela manche a sua alma desse jeito.


── Sabe perfeitamente que a sua filha é uma guerreira desde berço, ela tem sede de sangue e já deixou claro isso inúmeras vezes. Ela odeia o tio, ele brincou com ela e tirou dela quem ela mais ama no mundo. Deve permitir que seja ela, eu a acompanho no momento. Quero a assistir fazer, garantir que tudo acontecerá como deve. Garantir que ele sofra.

Fire On Fire - Daemyra (CONCLUÍDA)Место, где живут истории. Откройте их для себя