17|Pensando

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Sina Deinert

Quando descemos as escadas gigantes e elegantes, eu sinto como se todos os olhos estivessem virados para nós.

Centenas de assassinos me analisando de cima abaixo, era de se imaginar que eu estivesse nervosa.

Mas não estou, não de verdade. Ter Noah ao meu lado oferece um tipo de conforto e segurança que eu nunca experimentei antes na vida, e a percepção disso me assusta um pouco.

Eu não deveria me sentir tão segura perto de alguém tão perigoso e volátil, mas acho que existe um limite de coisas a minha volta que eu consigo controlar, e nenhuma dessas coisas incluí o jeito que eu me sinto perto do homem ao meu lado.

Rafael e Diego são as primeiras pessoas que vem nos comprimentar, cada um deles acompanhado de uma mulher maravilhosa ao lado.

-Deinert.- Rafael diz, pegando minha mão e depositando um beijo longo demais nela.

A mão de Noah contorna minha cintura e pousa ali, possessivamente, e se Rafael fosse qualquer outro homem que não um assassino com fama de estuprador eu teria sorrido para ele e beijado sua bochecha.

Mas eu entendia que ali as coisas não eram como la fora, no mundo que eu conhecia.

Diego, por sua vez, apenas acena com a cabeça, se mantendo mais afastado.

Decisão inteligente.

-Nem preciso dizer que a senhorita esta deslumbrante nesse vestido, preciso?

Reprimo os lábios e sorrio fraquinho, a figura do distanciamento.

-Obrigada, Rafael. Você e sua acompanhante certamente não ficam para trás.

A mulher me olha surpresa, como se nunca houvessem reconhecido sua presença antes, e me lança um sorriso brilhante.

Rafael aperta o ombro dela e ela recua, abaixando o olhar.

Cerro os punhos, e Noah aperta mais minha cintura.

Não faça nada demais, e eu respiro fundo, controlando meu temperamento.

-Se não se importa, Rafael, temos que cumprimentar a anfitriã da festa. Com licença.

Noah nos leva entre a multidão sem dificuldades, as pessoas parecendo abrir o caminho para ele como se fosse um deus.

Reviro os olhos.

O que um rosto bonito não faz, certo?

Finalmente encontramos Clara. Ela abre um sorriso gigante ao ver Noah, que murcha um pouco quando nota a mão dele parada em minha cintura de forma tão natural.

-Vocês vieram!

Balançando a cabeça em uma afirmativa no mesmo momento em que a orquestra acaba de afinar os instrumentos.

Noah sorri para ela de forma superficial, quase profissional demais.

-Sina detesta perder a chance de se vestir para uma festa. Não poderia lhe negar esse prazer nunca. - Ele me olha com carinho, e é tão convincente que até mesmo eu acredito por um segundo. - Além do mais, eu amo os vestidos dela. Sempre fico me perguntando onde seria o zíper desse ou os botões daquele...Sabe como é.

Ele dá uma piscadela na direção de Clara, como que compartilhando um segredo íntimo, e eu piso em seu pé.

Noah é rápido para disfarçar a dor e a surpresa, e em segundos ele esta de frente para mim, me encarando como se não tivesse acabado de insunar a mulher que é apaixonada por ele que faríamos sexo hoje.

-Música, querida. Sabe o que isso significa?

Eu aperto os olhos para ele.

-Que sua amiga contratou músicos decentes?

Ele da uma risadinha baixa, perto demais do meu ouvido, e eu me arrepio.

-Significa que vamos dançar.

Eu ergo as sobrancelhas.

-E quem disse que eu quero dançar?

Noah me olha incrédulo, e então bufa.

-Como você pode não ser italiana?

Eu franzo o cenho, e ele explica.

-Com certeza tem o temperamento de uma.

Eu sorrio para ele, levando as mãos até seu pescoço e o enlançando.

Vamos dançar.

Ele pisca, negando com a cabeça.

-Pensei que você não quisesse dançar.

Eu reviro os olhos.

-Eu quero. Você vai querer ou não? Porque, se não quiser, tenho certeza que posso chamar algum outro cavalheiro...

Em dois segundos estamos no meio do salão, junto com vários outros casais.

Noah cola nossos corpos de um jeito quase indecente, mas então ele encosta a lateral do rosto em minha testa, eu preciso respirar fundo e me lembrar que não é real.

Não é real. Tudo isso é uma encenação, é para convencer as pessoas que Noah Urrea  esta apaixonado, que encontrou a mulher de sua vida.

Eu suspiro, o pensamento de que a mulher da vida dele estaria por aí, só esperando para conhecê-lo...

Afasto o pensamento, não gostando da sensação ruim que traz a minha boca.

-No que esta pensando? - Noah sussurra em meu ouvido, para que só eu o ouça.

Minhas mãos deslizam para seus ombros, aproveitando a sensação de toca-lo, mesmo que por cima das roupas.

-Estou pensando que... Estou pensando que você esta fazendo um trabalho muito bom comigo, fazendo as pessoas acreditarem que você me quer de verdade. E que...Que você se daria bem em Hollywood, se tentasse. E que...

Noah inclina a cabeça e beija a pele sensível atrás do meu ouvido, e eu aperto seus ombros com força.

-Você pensa demais,querida. - Suas mãos começam a passear pela silhueta do meu corpo preguiçosamente. - E achei que estivesse mais que claro que a parte sobre querer você não é encenação.

Eu estremeço quando Noah tira minha mão de seu ombro delicadamente, e a leva para...

Ai meu Deus.

Ele esta duro. Duro feito aço sob minha mão, e sua respiração falha quando eu aperto seu membro fraquinho.

- Isso...Sina.- Ele sussurra em meu ouvido, apertando mais meu corpo contra o dele. - Isso é o quanto eu te quero.
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Esse foi o capítulo e espero que tenham gostado.

Deixe sua estrelinha e comentem muito para ajudar!

Estou tentando terminar a fanfic até o final do mês,então terá dois capítulos no mesmo dia!

Até o próximo capítulo!

Broken Pieces•𝘯𝘰𝘢𝘳𝘵Where stories live. Discover now