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Este sorriso em que me perco...

Quando se está prestes a cometer uma loucura por amor o coração palpita mais forte as artérias de nosso corpo incha na medida em que adrenalina nos apossa, Jungkook não se encontrava diferente.

O suor brilhava em sua testa a cada simples passo apertado que o rapaz dava em direção a sala de teatro, seguindo o melhor amigo, este que fez algumas aulas teatrais e conhecia bem o espaço de figurinos. Hoseok transparecia estar calmo, em sua zona de conforto fazendo com que Jeon duvidasse de que o rapaz havia saído do clube de teatro por pura pressão do pai, um homem criterioso e influente, que não queria o filho mais novo envolvido com o meio artístico.

— Bom, não vejo a cortina que comentou... — os figurinos mais robustos ficavam atrás de uma cortina vermelha, onde uma arara os mantinha acolhidos e longe da poeira.

— Ali — Hoseok proferiu, apontando sem muito  ânimo para trás de um grande cenário de um véu azul, com andorinhas desenhadas.

— Atrás? — Jeon tombou a cabeça para o lado imaginando o peso daquilo.

— Tem rodinhas embaixo e vamos ter que fazer um esforço se você não quiser o convidar fantasiado de capitão gancho — o platinado apontou para um baú de fantasias ao  canto da parede.

— Mão na massa? — sorriu para o amigo, buscando empolgação e Hoseok não pode conter um meio sorriso como resposta.

Antes que começassem a arrastar aquele grande cenário, o Jung não tardou em fechar a porta.

— Esse cenário vai ser usado para  apresentação do segundo ano — sorriu fraco, baixando o olhar, segurando pela borda a grande tábua amadeirada, incentivando em um gesto de cabeça para que o moreno fizesse o mesmo — Eu ajudei eles a ensaiar a coreografia — dizia tudo com a voz leve, contendo a amargura em sua garganta.

— Seu pai ficaria calvo se soubesse que voltou a se meter no teatro — jungkook empurrava com pouca força, mais preocupado com a resposta do amigo, a sua tentativa de piada.

— Bem, ele tem um rosto bonito como o meu, não ficaria nada ruim careca — sorriu, acalmando o coração de Jungkook que assentiu e então ambos contaram em uníssono até três, movendo o cenário a quase um metro a frente do lugar onde se encontrava anteriormente.

Bateram as mãos em um comprimento específico que nem Namjoon havia conseguido decorar ainda e adentraram as cortinas, observando apenas o breu. Hoseok acendeu uma luz amarela que clareou o ambiente e então se puseram a procurar, entre as tralhas do clube de teatro, fantasias esquecidas pelo tempo e figurinos rasgados. Foram longos minutos de brincadeiras entre os amigos, se vestindo com as mais diversas roupas e interpretando personagens de livros infantis, foi um tempo bom a se passar com alguém que se gosta, rindo e se divertindo...

Até algo ter a total atenção dos jovens rapazes, uma bola de pelo grande ao cantinho da parede, atrás de um espelho quebrado. O platinado puxou o espelho dali o erguendo, enquanto Jungkook apanhava a grande cabeça de Urso.

— Que fo- —  O tatuado não conseguiu terminar de falar e começou a tossir, estava empoeirada.

— Sim cara, imagina a reação do Jimin ao ter um urso perseguindo ele — começou a rir devolvendo o espelho no local onde a pouco se encontrava.

— Hope, isso seria perfeito! Cobriria todo meu rosto e ainda é algo fofo como ele — suspirou, apenas de se recordar daquele sorriso.

— Tá, mas isso aí tá tão velho, tá até faltando uma orelha, olha só... — tentou tocar mas Jungkook a levantou mais alto.

Sr. ursoWhere stories live. Discover now