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A droga desse sorriso

Quando se está sufocado por algo que não se sabe de onde vem e nem como se prendeu a você, costumamos buscar refúgio em nossa zona de conforto, após acordar em meio a madrugada suando frio em mais um de seus pesadelos que o rapaz julgava ser bobagem, o moreno se levantou indo banhar e então debaixo da água corrente e gélida, Jungkook pode se recordar um pouco daquele sonho tão estranho, tal que costumava ter ao menos duas vezes no mês, desde sua infância.

Um gato preto parecia miar descontroladamente e então um flash de um carro o fazia saltar da cama e algumas vezes até cair da mesma.

Ainda atordoado pelo olhar daquele gato, Jeon saiu do chuveiro sem se preocupar em se enxugar, enrolando a toalha preta em sua cintura, deixando seu corpo tatuado exposto ao reflexo do espelho, que se dava para ver parte de seus olhos devido a escuridão do banheiro, sendo iluminado apenas pela luz da lua.

O herdeiro Jeon sempre amou desenhar e na verdade a maioria das tatuagens em seu corpo foram desenhadas pelo próprio, desenhos de quando era criança e até uma flor desenhada pela avó, agora já falecida. Seus pais nunca foram de reprimir, artisticamente e sexualmente, mas o rapaz mesmo com tamanha fama de pegador, ainda era virgem, como um adolescente na flor da idade não comentava sobre aquilo com ninguém, exceto com Namjoon e Hoseok.

Afinal ambos amigos também eram virgens, ainda estavam no colegial de fato. Jungkook não pensava muito naquilo.

Só queria saber de coisas como; natação, tatuagens, música e Park Jimin.

Saiu do banheiro com o cabelo ainda pingando e seu torso totalmente arrepiado devido às gotículas de água que ainda deslizavam por ali. Caminhou até seu closet, observando ao canto a fantasia deixada com cuidado sobre uma cadeira de couro preto. Um meio sorriso domou seus lábios e apanhou apenas uma calça moletom a vestindo, deixando a toalha no cesto de roupa suja, logo dirigiu-se até seu computador e dali em diante foram boas horas de estudo.

Amava estudar, principalmente sozinho em seu quarto, não era um garoto de redes sociais e baladas, Jungkook era tão exaltado em sua escola por ser bom em tudo e ainda assim belo e indiferente, dava para contar em metade dos dedos de uma mão as vezes que fora a uma festa nesse ano e todas por insistência de sua mãe.

Jeon havia se tornado o top um na pirâmide social, mas todos julgavam que aquilo não se passava de marra, principalmente os héteros frustrados por terem suas crush gamadas pelo rapaz gay, popular.

— Menino Jeon? Vá para cama, anda... já, já — essa voz doce e preocupada era da senhora de certa idade que trabalhava como governanta na mansão Jeon. Prezando pelos cuidados da casa e às vezes por alguma circunstância, acabava sendo babá de Jungkook.

— Estou quase terminando a revisão — resmungou ele, se levantando a contragosto, contudo a obedecendo e se deitando em sua cama e por fim fora coberto pela mais velha em um gesto de carinho.

Assim, já sonolento, se entregou ao sono às seis horas da manhã. Acordou apenas para o jantar e então maratonou o homem de ferro sozinho, se mergulhando na ideia de como seria se Park Jimin estivesse ali consigo, em como suas mãos iriam ficar quentes e se conseguiria o tocar nem que fosse os mindinhos, se afogou em tamanha ternura ilusória, adormecendo outra vez, agora acordando às sete horas da matina de um domingo, de céu azul.

Sr. ursoWhere stories live. Discover now