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Uma flor para mil homens ao anoitecer. Um buquê para aquele homem ao amanhecer.

🐻🩷

Jimin foi o primeiro a acordar, tomou seu banho sozinho com a ajuda de sua cadeira adaptada, e e fez suas higienes matinais, demorou um pouco para se vestir por conta da calça estar um pouco justa, mas logo estava em frente ao espelho alinhando seu cabelo. 

Colocou a mesa de café da manhã para seus pais e foi abrir a padaria, um sorriso de bom humor matinal tomava seus lábios, já estava  vestido com a farda escolar. Após abrir as portas do estabelecimento observou o começo da rua, alguém de bicicleta se aproximava, acreditou ser o primeiro cliente do dia e se encantou com as rosas brancas dentro da cestinha na garupa da ciclista.

As flores pareciam se deliciar com os primeiros raios de sol do dia, junto a adrenalina do passeio. Quando a moça se aproximou,  Jimin sorriu abertamente, lhe dando um bom dia e ela respondeu por educação, com um sorriso falso… Jimin não poderia condenar, nem todos têm o hábito de acordar de bom humor.

— A senhorita gostaria de um café? Ainda não está aberta completamente, mas posso abrir uma exceção.

— Oh, não. Vim fazer uma entrega — ela disse, levantando da bicicleta e ajustando o pezinho de ferro no chão, pegou o buquê e caminhou  até o rapaz.

— As flores? Mas é tão cedo

— Sim, foi o que eu disse à vovó, mas ela insistiu e o cliente pagou bem. Então, cá estou eu.

— Entendo,  para quem seria?

— Park Jimin — o fitou — É você?

— Sou eu — o loiro transpareceu sua surpresa, nunca havia ganho um buquê, e céus, quantas vezes viajou nas páginas de livros onde as belas moças recebiam dúzias e dúzias de rosas, acreditou que nunca receberia tal agrado.

— Bem — estendeu as flores para Park, que logo as apanhou — prontinho, entrega feita. Até mais!

— Até… — Em outra ocasião o garoto seria mais gentil e daria a menina alguma quantia como gorjeta, mas os olhos cor de mel não desgrudavam das pétalas delicadas das flores.

Tão lindas, tão intensas, tão carinhosas…

Ouviu o pigarrear de seu pai e sorriu, o mais velho estava com um guardanapo no ombro e uma xícara  de café em mãos observando o filho, por trás do balcão.

— O que é isso? — encarou, Jimin.

— Um presente — Respondeu, pousando o buquê  em seu colo e usando o aro manual da roda da cadeira para se movimentar pela padaria até o corredor que levaria até o interior da residência Park.

— De quem, mocinho? — sorriu, cruzando os braços, bancando o protetor.

— Sabe que também não sei — sorriu amarelo, adentrando o corredor, rumo a cozinha da padaria

Sua mãe que estava lendo um jornal, ajeitou o óculos no rosto, dirigindo seu olhar ao filho.

— É um presente mamãe, de um admirador…

— Fofo, mas cuidado filho, sabe como o mundo é ruim e como tem gente estranha por aí…

O loirinho assentiu, sorrindo ao pensar em como alguém teria que ser estranho para se vestir de urso “Céus, será que é um presente dele?” Se pegou pensando, estava ansioso.

Já havia visto um cartão em meio às flores, mas queria privacidade para ler, assim poderia chorar, corar ou surtar, em paz.

Com todo cuidado do mundo o loirinho pegou uma jarra de vidro e colocou água do filtro de barro, desembrulhou o buquê e colocou uma a uma as flores na água. Não sabia se aquele cuidado estava correto, mas  pesquisaria depois.

Sr. ursoWhere stories live. Discover now