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Sorrir para você está fora de meu alcance.

Durante a noite deitado em sua cama, observando a constelação brilhante no teto em meio a escuridão de seu quarto, Park viajou no tempo, pensando no início de seu dia e em como o moreno havia desmaiado sobre ele, por reflexo virou sua cabeça observando o cesto de roupas sujas próximo a porta fechada, não dava para enxergar o mesmo no escuro, mas só de imaginar que a camiseta do uniforme de Jeon Jungkook estava ali; suspirou.

O moreno era complicado, indiferente e Jimin achava aquilo fofo e atrativo, haviam conversado pouco, mas sentia o olhar do tatuado sobre si e inúmeras vezes se pegou sonhando com ele. No sonho estavam na padaria de seus pais e Jungkook tomava achocolatado, enquanto observavam a primeira neve do ano pela vidraça próxima a lareira; algo que Jimin costumava fazer com seus pais quando criança.

Algo bobo e impossível, definitivamente um sonho, pensava o loiro, pois já tinha conhecimento que o herdeiro da família Jeon seria alguém fora de seu alcance, embora estudassem juntos.

No primeiro mês sem conseguir mexer suas pernas; Jimin não conseguia dormir, tinha medo do escuro; o que era uma novidade, já que sempre foi um garoto sem medos que lia livros e refletia a fantasia em casa segundo de seu dia, acreditava que durante a noite; a terra do nunca dava possibilidade para Peter pan viajar por Seul e que todas as noites o rapaz - de roupa verdes como a grama - ia até a janela de seu quarto o convidar para uma aventura assim como a de Wendy, mas Jimin acabava adormecendo sempre antes das nove da noite.

O reino havia sumido na escuridão de seus pensamentos, seu corpo todo paralisava e com esforço o garotinho conseguia mover suas mãos antes contidas pelo medo da escuridão, ele viu necessidade de acender a luz sem incomodar seus pais, queria ser forte e corajoso. Jovem demais para entender que seus pais não o enxergavam como incômodo algum.

Com cuidado segurou-se na cômoda tentando levantar seu corpo, mas acabou com a rosto direto no chão - já que seus braços ainda não possuíam força o suficiente para sustentar o restante de seu corpo - Ouviu os passar de seu pai pelo corredor que parecia ter corrido rapidamente ao seu encontro, o homem ao abrir a porta e ver seu filho no chão, tentando rastejar até a porta teve seu coração partido em pedaços; seria difícil, ninguém disse que seria fácil, mas ele deveria instruir Jimin que a dificuldade iria ser menor se fizessem aquilo juntos.

"Papi..." a voz do menino estava embargada pelo choro, pelo pai ter o visto, mas o homem negou com a cabeça acendendo a luz e pegando o filho no colo; o levando até a cama; onde o deitou e assim sentou-se à beira.

"Jimin..." seus olhos brilhavam em lágrimas "papai está aqui, mamãe está aqui, somos uma família Jimin" em sua voz havia amor e compaixão, o pequeno garoto assentiu.

"Tenho medo do escuro, parece bobo... Papi" o homem sorriu, mais uma vez negando com a cabeça "Quero ser como você... Papi"

"Não é algo bobo, meu pequeno. Todos nossos medos, nunca serão bobos " afirmou "Papi tem medo de baratas, você acha seu Papi bobo?" Jimin negou e o homem sorriu.

Vendo com atenção os olhos brilhantes do filho, o homem teve uma ideia, acariciou as madeixas do garoto e se levantou, indo até a porta.

"Vou te dar um presente" e então saiu do quarto, voltando alguns minutos depois com uma caixa. A colocou no chão e de dentro removeu algumas peças de estrelas, luas, alguns pareciam planetas e até mesmo dois ou três sóis.

As peças do universo eram florescentes e o loiro nunca mais teve medo do escuro, após aquela noite: onde seu pai deitou-se ao chão do lado de sua cama e passaram bons minutos conversando de como a galáxia era gigantesca e poderia ter outro Jimin por aí.

Sr. ursoWhere stories live. Discover now