move.

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Josh Beauchamp.

Enquanto eu planejava os meus planos, noah não parava de perguntar e fuçar nas coisas da minha sala.
Cada coisa que era diferente para ele, era o motivo de uma pergunta que eu respondia por vontade própria.
Ele parecia até uma criança conhecendo coisas novas, mas era até legal apresentar pra ele, me deixava um pouco menos entediado.

─ E essas gavetas aí do seu lado?

Olho para as gavetas da mesa.
são literalmente onde eu guardo cigarro, camisinha e dinheiro, não sei se seria tão legal ele saber, talvez causaria uma má impressão.

── Coisas pessoais e consideradas "não agradáveis" para algumas pessoas.

─ Ah, não pode ser tão ruim.

Ele vem perto das gavetas e abre uma com esperança de não ser tão ruim, mas quando vê, arregala os olhos.
O mesmo pega um cigarro na mão indignado.

─ Você fuma??

── As vezes, só quando estou nervoso.

─ Então parece que você fica muito nervoso, porque olha o tanto.

Rio baixo com seu comentário.
ele guarda o cigarro e fecha a gaveta com rapidez, reclamando do cheiro.

─ Não consigo nem imaginar o que tem na outra.

Ele abre a gaveta e sua reação se repete, exatamente do mesmo jeito.

─ Meu Deus.

── É uma coisa normal, não acha?

─ Sim, mas causa grande impacto, entende?

── Entendo perfeitamente.

Ele fecha a gaveta sem mexer em nada dela.

─ Mas é um bom tamanho.

Não acredito que ele falou isso.
Adorei seu elogio, mas confesso que senti uma pequena vergonha que eu geralmente não sinto.

Ele abaixa a cabeça pensando no que falou, me fazendo sorrir.

─ Desculpa, foi muito automático.

── Não se preocupe.

Ele volta o olhar para mim e sorri de canto, saindo do meu lado e voltando a se sentar no sofá.

O silêncio surgiu no lugar e eu aproveitei pra terminar tudo que eu estava fazendo antes.

Já sei perfeitamente quem matar e agora só preciso decidir quem vai ser primeiro, mas provavelmente vai ser kyle, uma das pessoas que ajudou marco a matar meu pai.

── Conhece algum Kyle?

─ Hanagami? ─ assinto. ─ Sim, um dos amigos do meu pai.

── E você gosta dele?

─ Nem um pouco, ele é insuportável e muito ignorante, sempre me tratou mal.

── Entendo, e que bom, porque eu vou começar matando ele primeiro.

Ele arregala os olhos.

─ Por que?

── Ele ajudou seu papai a matar o meu pai, então ele merece.

Quero fazer noah ficar do meu lado e entender que eu só estou matando as pessoas porque elas fizeram coisas erradas.
Não é nada sem motivo, eu não mataria sem motivo. Ou mataria?

── Você concorda que ele merece né? ─ encaro ele.

─ Sim, claro, óbvio, não tenho motivos para discordar.

Ele fala tão desesperado que me fez quase rir.

Noah talvez só concordou que Kyle merece morrer porque não gosta dele, ou simplesmente pela pressão do momento.

── Vou planejar tudo certinho pra amanhã, já está um pouco tarde pra matar hoje.

Ele assente, engolindo seco.

São coisas básicas que temos que planejar, apenas saber onde kyle vai estar e como vamos matar ele.

Uma coisa que me deixa preocupado é como noah vai reagir quando eu matar o pai dele.
Ele está levando isso muito de boa, parece que nem acredita que eu vou matar o pai dele mesmo. Ou talvez ele não se importa.
Não sei da história dele com o pai, vai que as vezes o pai dele maltratava ele?ou deixava ele passar fome? ou batia nele? ou fazia pressão psicológica?
São tantas teorias, e eu não duvido de nenhuma delas, a única que é meio sem noção é de deixar o noah passar fome, afinal nunca vi filho de rico passar fome.

── Como era sua relação com seu pai?

─ Não tão boa.

── Seja mais específico, querido.

─ A gente só não se dava tão bem.

── Entendo, e é por isso que você não se importou com a idéia dele morrer?

Ele se arruma no sofá e me encara.

─ É claro que eu me importei.

── Mesmo? Não me pareceu.

─ Mesmo! Ele é meu pai apesar de tudo.

Balanço a cabeça em forma de concordância e ele para de me encarar.
algo me diz que ele não está falando a verdade toda.

Segundos depois ele volta o olhar pra mim, sabendo que eu ainda estava olhando pra ele.

─ As vezes ele ficava fora de casa por muito tempo sem nos dar motivos, e me batia quando voltava.

Eu esperava isso, marco é um idiota mesmo.

── Eu sinto muito ─ ele assente. ─ Se serve de consolo, vou fazer ele se arrepender de ter feito isso com você.

─ Não sei se devo agradecer, mas obrigado.

Ele diz com um sorriso fofo no rosto.

Noah é esquisitinho mas tão bonito, acho que gostei um pouco dele.

─ E seu pai?

Eu nunca falo tanto sobre ele com ninguém, não me sinto a vontade.

── Acho que não tem muito o que falar.

─ Hm... Como ele era com você?

── Bem legal, um melhor amigo.

Ele sorri fraco e respira fundo.

─ Deve sentir falta dele.

── Muita, é por isso que eu tô fazendo isso com você e seu pai.

Não espero que noah me entenda e concorde com minhas decisões, mas quero que ele fique ciente de que tudo que eu vou fazer tem um propósito.
A única coisa que eu quero é fazer justiça pelo meu pai, já que ele não merecia o que aconteceu.

─ Talvez seu pai estaria orgulhoso.

É impossível que ele estaria, ele com certeza não gostaria de me ver matando por ele, mas fazer o que né, ele está morto e não pode dar opinião de nada.

── Independente se ele estiver ou não, eu vou terminar o que comecei.

Ele assente e se deita no sofá.

Ficamos em silêncio por um tempo e eu só conseguia pensar se o que eu estou fazendo é errado. Talvez eu só devesse aceitar o fato que marco matou meu pai, mas pra mim é uma coisa totalmente impossível de aceitar.

Olho pra Noah e sorrio ao ver ele cochilando no sofá todo tranquilo.

Odeio o fato de ter gostado da companhia dele, foi melhor do que eu imaginava, ele é bem melhor do que eu imaginava que fosse.
Vou deixar ele dormindo por enquanto, depois vejo o que faço.

─ ♡ ─

oioi, demorei muito pra voltar mas cá estou! vou tentar postar mais capítulos e ficar mais ativa.
perdoem qualquer erro e voltem aí 💘

𝗸𝗶𝗱𝗻𝗮𝗽𝗽𝗲𝗱 | noshWhere stories live. Discover now