Josh Beauchamp.
Não sei onde eu estava com a cabeça de sequestrar uma pessoa que não presta nem pra atirar. Mas eu também entendo o porquê dele não saber, afinal não é todo mundo que sabe atirar e não é todo dia que as pessoas "normais" precisam fazer isso.
Eu não posso levar Noah junto comigo para matar alguém sem ele saber o básico, e é por esse motivo que eu vou ter que ensinar ele antes de começar tudo.
Meus planos são transformar ele em uma pessoa diferente, talvez um mafioso ou apenas uma pessoa que sabe se defender. Tudo depende de como as coisas vão acontecer.
Noah ainda estava treinando a mira do tiro. Demorou bastante para ele conseguir, mas quando conseguiu não errou mais. Eu adorei como ele aparentemente parece aprender rápido as coisas.
── Muito bem Noah. ─ chego do nada perto do mesmo. ─ Foi difícil?
─ Muito. ─ ele me encara e eu rio.
── Que nada.
Ele me dá a arma e eu guardo no bolso, olhando para ele atentamente.
── Agora que você conseguiu, eu vou te ensinar um pouco de defesa, afinal você vai precisar muito.
─ Tudo bem. Você acha que eu consigo?
── Claro que consegue, você é meio inútil mas é capaz de fazer tudo que quiser. E com um professor tão bom quanto eu, não tem quem não consegue.
Digo brincando e ele ri.
Eu sinto uma atração absurda pela risada e pelos olhos dele, que merda.
Começo a explicar para o mesmo algumas das coisas necessárias a serem feitas e Noah escuta tudo atentamente. Ensinei o mesmo a dar socos, a desviar e outras coisas.
A parte prática é a pior, sempre alguém sai machucado, mas essa é a graça.
── Beleza. Me dá um soco, igual eu te ensinei.
─ Acho que eu não considero.
── Consegue sim. Vai logo, um soco na boca.
O mesmo respira fundo, fecha os punhos e tenta dar um soco na na minha boca, mas eu obviamente desvio.
Os movimentos que ele fez foram exatamente como eu ensinei, sem nenhum erro. Nunca achei que eu ia dizer isso, mas cara, eu admiro esse menino e como ele aprende as coisas rápido.
── Isso aí! ─ ele sorri animado. ─ Foi ótimo. Minha vez agora.
Faço a mesma coisa que ele fez; fecho os punhos e dou um soco para ele desviar, mas o mesmo acaba que se confundindo e indo pro lado errado, levando assim o soco na boca.
Ele reclama de dor e se afasta, colocando sua mão por cima da boca.
── Meu Deus, me desculpa. ─ me aproximo dele rapidamente. ─ Machucou? Tá tudo bem?
Ele assente com a expressão dolorida, respira fundo e me olha, tirando a mão de cima e tentando se recompor.
Fez apenas um pequeno corte, mas deve ter doído bastante. Soco na boca é um dos lugares que mais doem, tadinho.
── Era pra você ter desviado.
─ Eu tentei, só que fui pro lado errado.
── Percebi. ─ rio baixo.─ mas desculpa, vou tentar ir mais fraco.
─ Não precisa pedir desculpa.
Ficamos um tempinho quietos olhando um pro outro esperando a vontade de tentar mais uma vez.
