Capítulo 10

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6 anos atrás

A cada passo, uma sensação diferente, angustia, raiva, decepção, dor, medo, frustração. Tudo se misturando em seu peito. Era dessa forma que Pa se sentia.

Para conseguir compreender oque a garota sentia, teríamos que voltar há uma hora atrás.

O clima na casa principal não era o melhor. Pa estava sentada em um sofá, uma garota estava ao seu lado. Sendo encarada por seus pais, principalmente Kinn.

Alta, cabelos curtos, pele clara, lábios rosados, olhos escuros, usando camiseta social de seda na cor vinha, calça jeans preta e all star de cano alto preto e branco, postura confiante, astuta e bastante seduzente — como Porsche a descreveu — não parecia assustada. Na opinião de Kinn ela não era nada confiável para estar ao lado da sua filha.

— Então se chama Saengdao? Tem 18 anos? Encerrou o ensino médio a pouco tempo, sem passagens pela polícia, mas com um currículo bastante violento nos colégios por onde passou —citou Kinn. Ele ficou pelo menos cinco minutos citando a ficha completa da garota, por fim a encarou profundamente e questionou. — Mais algum adicional?

— Você já fez minha ficha completa, acredito eu que nem meus próprios pais saibam tanto assim de mim —respondeu, ainda sem demonstrar oque sentia. — Impressionante.

Nunca demonstre medo ao inimigo. Foi exatamente as palavras que seu professor de judô repetiu durante dez anos para a garota. A frieza é o maior remédio para um ego inflado. Então encarando Kinn, mesmo temendo por sua vida, ela apenas fez oque sempre fazia. Agiu da forma que sempre agiu. Não é como se ela não soubesse oque eles faziam.

— Depois de tudo o que eu li sobre você, ainda acredita que é a pessoa certa para minha filha? —questionou, se levantando sem tirar os olhos da garota. — Acha que está ao alcance dela?

— Não sei —sorriu. — Você era a pessoa certa para seu marido?

Ninguém respirou. Nenhum único movimento foi feito. Nem pela família, nem pelos guardas. Vegas que assistia tudo de longe sorria. Havia simpatizado com a garota desde que foram apresentados há três meses. Ela era astuta, confiante, lembrava muito a ele quando mais jovem. Não que ele houvesse mudado muito. Pete até o questionou brincando mais tarde se não era uma filha perdida do mesmo, alegando que até a maneira como ela se vestia o lembrava.

— Qual seu interesse na minha filha? —questionou dando uma pequena volta pela sala, até parar ao lado de Porsche. — Dinheiro?

— Dinheiro? —questionou a garota, riu desacreditada. — Olhe para mim, acha que eu preciso do seu dinheiro? Eu tenho dezoito anos e estou a frente de todos os negócios da minha família. Acha que essa competência é para qualquer um? —sorriu. — Acha que na minha idade agia com tamanha competência? Ou era irresponsável o suficiente para não conseguir resolver algo sem precisar de outras pessoas ou ameaças?

Vegas conteve uma risada, abafando com a mão enquanto encarava seu irmão do outro lado da sala. Se recordou da tamanha irresponsabilidade do primo ao lidar com os negócios da família quando ainda tinha a idade da garota.

— Acho que você ainda não entendeu com que tipo de pessoas está falando —sorriu Kinn, detestou ser desafiado por uma adolescente, e ainda mais na frente de todos. — Entendeu?

Let me love you again?Where stories live. Discover now