Capítulo 16

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Dias atuais

Pa estacionou o carro em frente ao apartamento de Sky, devastada e confusa. Não entendia porque o pai fez aquilo. Ele não seria capaz de destruir a felicidade dela assim por nada, não é?

Ela desceu do carro e seguiu até o prédio, esbarrou em alguém e ao levantar o olhar viu Dao.

— Pa? —olhou confusa para a garota de olhos vermelhos e expressão chorosa.

Pa sentiu seus olhos se encherem de lágrimas e abraçou a garota que não se afastou, pelo contrário a recebeu em seus braços.

— O que houve? —questionou baixinho. — Quer conversar?

— Dao —Pa a olhou com um pequeno bico nos lábios. — Estou te atrapalhando?

— Não, nunca —negou rapidamente.

— Está de saída? —questionou Pa.

— Eu ia na casa do Vegas, mas isso parece mais importante, vamos subir até meu apartamento —concluiu Dao, a guiando até o elevador.

Pa ficou agarrada a Dao o caminho todo até seu apartamento. Ao fechar a porta Pa subiu em seu colo e se deitou em seu ombro.

— Por que você é tão manhosa? —questionou a levando até o sofá, onde sentou com a garota em seu colo. — Eu pensei que me odiasse e me quisesse longe.

— Eu queria, até alguns minutos —confessou. — Por que nunca me disse o que meu pai fez?

Dao suspirou. Então era isso?

— Como descobriu? —ela questionou.

— Meu pai me contou —Pa respondeu, levantando o olhar. — Por que não me contou?

— Porquê eu fiquei assustada, com medo. A ameaça não era sobre mim, era sobre meus irmãos —suspirou. — Eu tinha raiva do seu pai, tentei ter raiva dele, mas quando descobri a história por trás disso, não pude o odiar.

— História? —Pa questionou confusa.

— Nossos avôs era rivais, Korn matou minha avó, e o meu avô jurou vingança —contou. — Eu descobri isso alguns meses depois. Meu avô fazia ameaças ao seu pai, sobre os filhos e quando ele era mais novo, ele o sequestrou. Seu pai tentou te proteger de mim, porquê estar perto de mim não era seguro para você. Se machucaria —ela abaixou o olhar. — Eu te disse coisas cruéis no intuito de te afastar, quando descobri o quão perigoso era pra você estar perto de mim, agradeci a Kinn por ter feito isso, agradeci aquelas palavras errantes, se não fosse por eles, você teria se machucado. Meu avô era maluco, irracional, não se importaria em te ferir.

Pa estava sem palavras.

— Eu te amava, eu te amava muito, mas precisava te manter segura, de mim, dele —ela acariciou os cabelos da garota. — Não fique com raiva do seu pai, ele te ama tanto. No lugar dele eu teria feito igual, se não pior. Se ele não te contou sobre mim naquela época, era só porquê não queria te machucar por saber que colocou a neta de alguém tão perigoso para a família dentro da sua casa. Como ele saberia que eu realmente te amava? Que não era um plano do meu avô para te manipular? Como seu pai não desconfiaria? Como ele saberia que eu era tão inocente quanto ele? Como ele saberia que eu não tinha intenção de te machucar?

Pa mordeu o lábio inferior.

— Meu avô infartou dois anos depois durante uma conversa que tínhamos. Eu contava a ele o quão perdidamente apaixonada eu estive e ainda estava pela neta de Korn Theerapanyakul. Ele me insultou tanto —riu. — Ele foi para o hospital, ficou uma semana lá, o visitei, e contei a ele sobre como pretendia te amar pelo resto da vida e até mesmo implorar pelo seu perdão. Se precisasse faria isso de joelhos. Infelizmente o coração dele estava fraco demais para aguentar aquelas palavras, ele faleceu e me deixou a frente de tudo que era dele. Mesmo me odiando, ele sabia que eu era a única capaz de lidar com tudo oque ele lidou um dia.

Let me love you again?Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu