Eu só quero pensar em você

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- Posso te perguntar algo pessoal? - questionei depois de chegarmos no restaurante e o garçom nos levar até nossa mesa.

Albert havia escolhido um pequeno bistrô para nosso primeiro jantar. Era acolhedor e muito chique, tinha cara de ser bem exclusivo, e com isso digo ser direcionado a pessoas com muito poder. 

- Claro - ele tomava um gole do champagne que havia pedido.

- Por que você mora sozinho?

Ele sorriu me fazendo perceber que a pergunta era boba. 

- Porque sou um adulto!? - sua resposta era também uma dúvida.

- Eu também sou, mas moro com uma colega - dei de ombros, mas sorri com a forma como ele havia quebrado meus pensamentos.

- Por que você mora com uma colega? - retribuiu a curiosidade anterior que eu deixei escapar.

- Bom... Estudavamos juntas na faculdade e ficávamos no mesmo quarto compartilhado. Quando a Beaumont Internacional Games aceitou meu currículo e me deu uma vaga dentro da empresa, a Emma também ganhou uma oportunidade na sua área na mesma filial. Decidimos compartilhar o apartamento, somos melhores amigas e uma ajuda a outra. 

- Entendi - concordou - Você poderia vir morar comigo - brincou abrindo um enorme sorriso.

- Não diga isso, pois é capaz de eu aceitar - ri sabendo exatamente o que estava fazendo.

Eu tinha que ser instigante, interessante e, se fosse preciso, flertar não seria a pior coisa do mundo, ele era um gato.

- Você gosta de Londres, Catherine? - sua forma inglesa de pronunciar meu nome era um charme. 

- Claro, é encantadora, histórica, tem uma atmosfera única, talvez por causa da família real!? - tentei achar um motivo, mas não sabia ao certo porque me sentia assim - Pode ser também porque é algo que eu não convivo muito. Geralmente venho em viagens curtas, e você sabe, tudo que passa rápido deixa um gosto de saudade bem maior.

- Sim - seu sorriso sumiu e ele pareceu pensativo. 

O garçom chegou e nos perguntou o que iríamos querer. Albert pediu lagosta e eu um salmão com nome difícil de pronunciar. 

- Bom, se um dia estiver interessada em morar aqui, me avise - ele retomou quando o garçom saiu - Posso arrumar uma posição para você em minha empresa.

Um sino de vitória bateu em minha mente. Foi tão fácil fazer com que ele dissesse isso. Teria ele ofertado por educação? Ou por achar que Nathaniel era bom escolhendo seus funcionários? Ou mesmo teria sido meu charme quem o fez querer me contratar futuramente?

- Bom, fico feliz em saber que teria um emprego aqui. Quem sabe um dia? Não posso dizer que é impossível essa ideia, seria incrível sair um pouco dos Estados Unidos - fingi estar animada, mesmo não estando totalmente.

- Agora seja sincera comigo - me olhou profundamente nos olhos - Por que aceitou vir em um jantar comigo? 

Senti meu estômago gelar com a pergunta.

- Bom... - sorri sem graça - Hoje foi um dia estressante e pensei que... - mordi o canto dos lábios - Sair com você pudesse me fazer sentir melhor.

Eu estava gostando desse jogo.

Seu olhar mudou. Ele deu um pequeno sorriso e o azul acinzentado dos seus olhos pareciam felizes com a resposta. 

- Achei que as coisas poderiam ficar pesadas entre nós depois de eu ter te beijado - explicou. 

- Eu gostei do beijo - fui ousada em contar a verdade, mas se pudéssemos repetir aquilo... Seria perfeito.

- É bom saber que seu discurso mudou bastante de ontem para hoje - ele me olhou provocativo.

Império de LágrimasDonde viven las historias. Descúbrelo ahora