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Maratona em especial ao novo ciclo de vida da mami dixjulia
amo vc, fav! felicidades e obrigada por tudo, louca por nossa cervejinha gelada amiga, atrasada a maratona, mas tá valendo 🤍

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Bruna 🎡

Meu dia começou cheio no salão, data comemorativa assim sempre lotava e eu não perdia a oportunidade de trabalhar, até porque era o meu sustento e vinham diversas monas da pista.

Finalizei uma escova e a menina pegou direto no pix, dei o brinde de fim de ano ela, que saiu toda felizinha do salão.

Bruna : Vou ir buscar almoço pra gente, aguenta a mão ai rapidinho. -Falei pras meninas e desci pro restaurante da tia.

Peguei pra mim e as meninas e subi de volta, assim que eu entrei dei de cara com a Laura, ela estava alterada, com uma das meninas e eu me aproximei, colocando tudo no balcão.

Bruna : Acontecendo alguma coisa? -Perguntei no meu tom de voz normal e ela virou o olhar, pra me encarar. -O que foi, Daniela? -Repeti a pergunta.

Daniela : Eu só disse pra ela esperar você chegar, Bruna! Ela quer retirar o dinheiro do caixa...falei que era melhor aguardar. -Acenei com a cabeça e ela foi terminar o serviço dela.

Bruna : Não tô te entendendo, quer tirar o dinheiro do caixa por que? -Cruzei os meus braços, interessada e ela desviou o olhar pra trás de mim.

Laura : Eu não te devo satisfação alguma sobre o que eu faço, Bruna! Vim pegar o meu dinheiro e pronto.

Bruna : Seu dinheiro? -Perguntei rindo. -Cara, não tô acreditando que você ta falando isso, principalmente pra mim. Tem quanto tempo que você não coloca os pés aqui pra fazer algo que preste? Pra trabalhar? Me achando com cara de otária né, só pode. E me deve satisfação sim, até porque o salão é meu e você não passava de uma simples funcionária. Meu mal foi ter te dado espaço aqui, poderia imaginar várias coisas sobre você. Menos isso, folgada, interesseira!

Laura : Eu interesseira? -Riu, descendo as mãos pra cintura. -Trabalhei maior tempo aqui, te ajudava e sempre cobri sua ausência.

Bruna : E nada nunca foi de graça, até porque você recebia pra isso! -Falei firme. -Interesseira sim! Agradece por eu não te obrigar a pagar pelo que você tirou das duas últimas vezes, que eu não estava aqui. Se é isso que precisa ouvir, está demitida! Não quero te ver aqui, ta entendendo? E se eu ver, vai ser pior pra você!

Laura : Muito amiga você, né Bruna? Na hora de me ter por perto, eu servia. Preciso é ter vergonha na cara mesmo, me livrar de gente falsa.

Bruna : Amiga? -Eu ri. -Só não faço questão de te relembrar certas coisas, porque você ainda não está doente pra esquecer. Fazia muita questão de você, enquanto você fingia ter consideração por mim. Não me afeta, e não me faz falta. Nunca precisei de você pra conquistar as coisas que eu tenho, até porque sempre tive força de vontade pra correr atrás...não precisei ficar na barra de irmão, pra ter tudo de mão beijada. O que é meu, é por mérito...se enxerga e se coloque no seu lugar. Não me faz falta, não nasci presa em você.

Ela bateu os pés e virou de costas, saindo do salão. Bufei irritada e terminei de entrar também. Ninguém tocou no assunto mas eu também não dei liberdade.

Trabalhei o dia todo calada, triste por dentro! Por tudo ter terminado dessa forma, fui feliz ao lado dela, era uma irmã pra mim!!!

Mas eu também não vou ficar fazendo papel de boba, me abala mas não me mata. Tenho muito o que fazer da minha vida e não dependo da provação dela pra absolutamente nada.

-Vai agitar no baile com a gente hoje? -Uma das meninas perguntou e eu neguei.

Bruna : Hoje não! Ano novo, quem sabe? -Sorri enquanto finalizava o cabelo dela com o olhinho.

Foi a última cliente do dia e já eram sete e meia da noite. Fechei o salão e corri pra minha casa, tomei um banho e coloquei a chapa pra esquentar enquanto procurava por uma roupa.

Coloquei um vestido roxo, era canelado, mas aberto na lateral e nas costas, passei a prancha só em umas partes do cabelo. Calcei uma rasteirinha qualquer e peguei a chave do meu carro.

As cestas básicas estávamos todas no porta malas, e algumas outras no banco traseiro e do carona. Subi pra onde seria o jantar beneficente da pastoral. Algumas mulheres vieram me ajudar a tirar e colocou junto com as outras.

-Vai ter que colocar a touca, pra ajudar a gente servir. -Ela falou e eu ri, por me sentir horrorosa, mas coloquei e entrei pra cozinha, pegando um avental com uma delas também.

Falei com todas que estavam na cozinha da igreja, a maioria idosas e amigas da minha vó, mas eu me amarrava nelas, gostava de conversar.

Lobão : Ih tia, maior atraso la na boca. -Ouvir a voz dele ocupando o espaço e fechei os meus olhos por um instante, me questionando o por que!

Vivência [M] Onde as histórias ganham vida. Descobre agora