Chapter 8

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Parece que as coisas no Nu não estavam dando certo afinal, a festa tão esperada por Sofya Deinert estava quase indo ladeira abaixo, o que faltava era o último empurrãozinho para que fosse uma queda e tanto.

Sina entrava em desespero no seu quarto, certamente não sabia o que fazer, e da onde vinha a carta muito menos, ela suspirou ao lembrar que seria muito difícil conviver com o Noah até ele descobrir algo.

Uma batida na porta a fez limpar suas lágrimas dos olhos, e quando abriu se deparou com Noah parado dando o seu sorriso de lado. A garota o odiou mais ainda por ser bonito.

-O que faz aqui? -Perguntou. Noah a olhou de cima abaixo e a reprovou mentalmente.

Suas roupas eram de dormir, seus olhos estavam vermelhos e seu cabelo aparentemente sujo, preso em um coque.

-Você pediu ajuda, e eu vim ajudar. -Diz a empurrando para entrar.

Assim que ele fechou a porta Sina se sentou bufando, além da mesma estar em uma situação deplorável, seu quarto estava uma total zona. Já que suas colegas estavam ajudando Sofya em sua festa secreta.

-O que descobriu? -Ela perguntou olhando para o chão.

-Hum... -Noah levantou uma sacola. -Antes, eu quero comer. Eu não comi hoje.

Sina apenas o encarou pegar dois potes de Yakisoba, algo que ela com certeza não comeria se estivesse em sã consciência.

No rótulo dizia algo que a assustou "picante", ela odeia coisas picantes. Mas o que era algo picante perto de Noah Urrea? Comer aquilo pra ela seria fácil.

-Esse é o seu. -Diz dando o pote que soltava fumaça. -Não recomendo comer quente, assopra ou espera um pouco.

Sina assentiu. Noah estava se odiando por estar com pena de Sina Deinert, ele queria mesmo é que ela se lascasse, mas sua característica bondosa não deixava tal coisa acontecer.

-Agora desembucha. -Sina diz levando o garfo aos lábios.

-Sabe. -Engole o macarrão. -As pessoas costumam ser mais educadas quando estão realmente precisando de ajuda.

-Vamos Noah! -Sina reclama de boca cheia.

Noah ri da garota a sua frente e por alguns segundos se vê atraído por ela, mas só por alguns segundos mesmo.

-Eu pedi para um amigo meu investigar o seu pai, fazer as paradas dele lá sabe? -Ele disse e Sina negou, Noah riu. -De qualquer forma, é melhor você não saber. Mas, ele encontrou fios soltos, aparentemente seu pai estava envolvido em um acidente de carro.

Noah se ajeitou ao lado de Sina, ela ouvia quieta enquanto comia aquela comida que aquecia seu corpo.

-O carro de seu pai se chocou com o carro de uma família, os Carter's. -Ele respirou fundo. -Eram famosos por fazer os melhores vinhos da América. Mas infelizmente toda a família foi morta no acidente, exceto o senhor Carter.

Sina arregalou os olhos assustada. -Sina, seu pai tem um histórico enorme de tragédias como essa, então, eu sinceramente não posso te confirmar se de fato a carta tem haver com isso. Mas fiquei sabendo que seu pai recebeu várias ameaças depois desse acidente. -Olhou para a garota que agora respirava fundo. -Depois que o último Carter morreu, as coisas ficaram mais intensas. Haviam parado de fazer as ameaças por um tempo é claro, mas com essa carta que recebeu, acredito que ainda tem mais.

-Noah, como assim meu pai tem um histórico? -Perguntou curiosa.

-Seu pai está envolvido em um monte de merdas, com isso eu quero dizer mortes. -Ele engole seco. -Acidentes, eram sempre acidentes, nada que poderia o incriminar como assassino, mas seu nome estava junto. Desde acidentes de carro, até os da fábrica.

-Noah... -Sina sentiu sua voz falhar, ela ia chorar. Na frente de Noah não Sina. Repetiu para si mesma. -V-Você não acha que ele?

-Que ele o que Sina? -Perguntou sério. -Assassinou pessoas inocentes? Sinceramente eu não sei, só sei que todas essas pessoas tinham dívidas grandes com seu pai. Principalmente os Carter's, era grande a dívida deles com vocês.

-Quanto? -Sina perguntou sentindo sua voz ir embora.

-O que?

-Quanto Urrea? -Fala mais alto. -O total!

-Trinta milhões de dólares Sina. -Noah disse.

Sina sentiu seu mundo desabar, ela realmente não acreditava que seu pai faria tal coisa, precisava de provas. Algo que concretizasse o que Noah lhe dizia. Noah pegou uma pasta e a entregou.

-Veja esses documentos, o que mais me deixa curioso neles é que o nome dos Paliwal, Hidalgo e Beauchamp está nisso. -Noah diz enquanto Sina olha tudo.

"Empresas Paliwal, Hidalgo, Beauchamp e Carter entram em parceria as crianças necessitadas de Biterwitch"

"Trágico acidente de carro mata uma família de três pessoas"

"Funcionários da DNT indústrias vem morrendo por excesso de trabalho desde de 2020"

"Contrato com Carter's cancelado"

Essas frases deixaram Sina enjoada, ela correu para o banheiro e jogou toda aquela comida fora. Noah a ajudou segurando seu cabelo. Ela agradeceu, se levantou e foi até a pia limpar sua boca.

-Você está bem? Está pálida. -Noah a encara um pouco preocupado.

-Eu não sei o que é estar bem desde ontem. -Sina diz enfiando sua escova de dente na boca.

-Eu acho que esse assunto não está te deixando bem, eu deveria ir. -Noah diz ajeitando seu cabelo.

-É, você deveria. -Sina concorda. A verdade é que ela não queria ficar sozinha, mas na sua cabeça a solidão é melhor do que ficar com Noah. -Muito obrigada!

-Não há de que princesa. -Ele diz fazendo Sina arquear a sobrancelha. -Quero dizer, chata.

A verdade é que não é de hoje que Noah gosta de Sina, é de muito tempo, desde o dia em que ele agarrou os fios platinados da garota e depois ficou chateado por ela não gostar dele.

Ele amou Sina desde aquele dia, mas ele preferia odiar ela, e é claro que quando mentimos tanto acabamos nos convencendo de nossa própria mentira.

Então para Noah é concreto, Sina Deinert é uma mulher horrenda, totalmente mimada, sem educação e sem noção. Mesmo que até os pássaros saibam que ela é um doce de menina, Noah preferia guardar em sua mente que ela não presta.

-Você não vai embora? -Ela pergunta. Noah fica parado a encarando.

-Você não está bem. -Ele diz mas logo se toca que não precisava cuidar de Sina, ela já é bem grandinha. -Mas, isso não é da minha conta, eu vou tentar descobrir mais coisas e a gente vai se falando.

Noah virou as costas e abriu a porta de pressa logo a fechando, Sina apenas sorriu fraco, ela estava agradecida por Noah. Mas, também decepcionada por seu pai, e mais uma coisa... Curiosa.

𝑹𝒆𝒃𝒆𝒍𝒅𝒆|| 𝑵𝑼Where stories live. Discover now