𝐀𝐎𝐈 tinha o péssimo habito de falar mais do que deveria, o que sempre deixava brechas para pessoas se aproveitarem dela. Não era novidade nenhuma para ninguém que, graças a individualidade de Aoi, ela fosse capaz de enxergar o fio vermelho do des...
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VÊNUS
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Meu braço e minha perna ficaram melhores na manhã seguinte, como se eu nunca tivesse quebrado nenhum osso. Algo pelo qual eu fiquei grata, porque ficar parada não era exatamente minha praia, e por isso que os dois dias de folga que nos deram depois do festival esportivo foram tão entendiantes. Era ainda mais merda quando eu queria desesperadamente respostas sobre minha conexão com Shigaraki Tomura, mas nossa investigação estava estagnada. Eu precisava só de mais alguma coisa para confrontar minha mãe. Eu precisava de uma forma de ter essas memórias de volta, e sabia que ela jamais admitiria o que tinha feito e as me devolveria. Precisava de provas. Precisava achar a caixa que Poppy e Bakugo tinham visto, precisava fazer algo!
Esses dois dias em que ficamos em casa e eu não pude me aprofundar nisso foram um inferno. Eu passei eles inteiro tocando violino tão ferozmente que meus dedos estavam machucados e cheios de bolhas. Mas era a única coisa capaz de me acalmar, principalmente quando as mensagens de Kirishima chegavam e eu sabia que não podia as responder, apesar de querer muito. Cada dia que passava, quanto mais eu ficava com ele, mais se tornava difícil o manter longe de mim.
Eu estava cansada de mentir para mim mesma. A verdade é que me importava pra caramba com Kirishima, aquele idiota de cabelo estúpido. Eu nunca quis que isso acontecesse, sempre me recusei, então como foi acontecer? Por que Kirishima tinha que ser tão bom assim, e, principalmente, por que tinha que ser tão bom pra mim? Eu certamente não merecia isso. Ele era a porra de um raio de sol, e eu definitivamente era uma tempestade que acabava com tudo. Eu não podia ficar com Kirishima, não podia e nem queria arrastar ele para meus problemas, para a confusão que eu sou. Mas meu coração é um idiota do caralho. Mesmo eu dizendo não, não, não, ele parecia estar me dizendo sim, sim, sim.
