Celeste pt.2

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- Deixa eu ver se entendi...

Jimin andava de um lado para o outro dentro do próprio apartamento enquanto segurava o celular na frente do próprio rosto e esperava uma reação de Naya e Cory sobre o que tinha acabado de contar.

- Você se ofereceu para abrigar um foragido?! - Ela gritou do outro lado da tela, passando a mão livre pelos cabelos cor de mel.

Jimin diminuiu o volume do som imediatamente.

- Nay! Fala baixo.

- Eu moro sozinha.

- Mas o Jungkook pode me ouvir e achar que eu tô falando com alguém.

- E está. - ela gritou outra vez, de propósito. - Deveria estar falando com a polícia, aliás.

Jimin começou a se arrepender de ter ligado para Cory e Naya. Ele sabia que qualquer pessoa que visse a situação de fora desconfiaria de Jungkook e chamaria o azulado de maluco. Honestamente, ele tinha plena consciência de que não foi exatamente uma decisão racional, mas se conhecia os suficiente para saber que não se perdoaria se deixasse Jungkook do lado de fora naquela noite.

Ele explicou isso aos amigos.

- Existe um abismo de diferença entre oferecer esconderijo por cinco minutos e convidar um bandido para morar com você, Jimin. - Cory estava consideravelmente mais calmo do que Naya, mas seus olhos ainda estavam arregalados e dava pra ver que a mão que segurava o celular estava tremendo. - Eu sei que suas intenções são as melhores, mas a gente não sabe quais são as dele pelo simples fato de que estamos falando de um TRAFICANTE.

- Eu sei que você acha que o mundo é como um daqueles musicais da Disney onde ratos, pombos e baratas te ajudam a dar faxina na casa enquanto cantam uma música sobre amizade, Jimin...- Naya gesticulava desesperadamente enquanto cuspia as palavras. - Acho fofo até, sabe? Mas o que parece mesmo é que você tá doido pra tomar um tiro na cabeça, o que tô tentando de mostrar antes que você consiga esse feito.

Ainda que a garota pudesse soar mais dura do que deveria, Jimin sabia que ela tinha razão de certa forma. Afinal, ainda que tivesse suas razões para acreditar em Jungkook, sabia que existia uma possibilidade de que tudo aquilo não passasse de uma armação.

E o fato de Jungkook não ser exatamente um estranho para Jimin era realmente uma desculpa boa o suficiente para que o moreno o poupasse de qualquer mal? Até onde a bondade de Jimin poderia ir? Até onde ela deveria ir? E se Jungkook tivesse feito coisas muito ruins com pessoas inocentes? Jimin poderia estar abrigando um assassino, ou um estuprador?

- O que a Naya quis dizer...- Cory interviu quando percebeu que a fala da garota deixou Jimin atordoado. - é que você precisa considerar a possibilidade de que ele não seja inocente.

- Eu já pensei nisso. - Ele bufou e se jogou no sofá, como se seus pensamentos o tivessem empurrado. - É, pode ser que ele não seja inocente como eu penso. Mas e se for?

Naya estava pronta para responder, mas engoliu as palavras e respirou fundo, sabendo que Jimin contestaria e não aceitaria nada menos do que uma resposta verdadeiramente convincente.

Ao contrário do que todos pensavam, Jimin era bem firme em suas decisões quando necessário. Ele vivia cedendo e levando a opinião de qualquer outra pessoa mais em conta do que seus próprios pensamentos. Entretanto, depois de conhecer Naya, passou a entender o quão importante é ser firme em suas indecisões, que ter o direito de pensar sobre algo e ter uma opinião era fundamental.

Naya se orgulhava de Jimin por ter aprendido a se impor. Na maioria das vezes, pelo menos.

- Jimin...

FLUXO PERFEITO | jjk + pjmWhere stories live. Discover now