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Dessa forma, Lauren tinha ido embora. Mais uma vez. Corri ao redor da praça, procurando por sua presença, a camisa preta que ela estava usando, o cabelo hoje mais curto e bagunçado pelo vento... nada.

Porra nenhuma.

Só turistas rindo, amantes se beijando e a felicidade das outras pessoas. Zombando de mim. Com um suspiro pesado e um coração mais pesado ainda, eu desisti. Era inútil. Ela já tinha ido embora, e mesmo que eu conseguisse localizá-la no mar de turistas, não havia nenhuma maneira do caralho que fizesse ela falar comigo agora.

Eu saí de perto do Lucien, passando através das pessoas zanzando. Se eu pudesse perdê-lo no meio da multidão, faria isso. Não tive essa sorte.

— Camila! Qual é o problema? — ele agarrou a manga do meu agasalho e puxei meu braço para a frente, voltando ao meu ritmo.

— Vá embora! — parei, e ele bateu em mim, envolvendo os braços no meu corpo para nos impedir de cair. — Solte-me! — eu o empurrei de novo e virei para encará-lo.

Merde. — ele disse. Merda. 

Seu cabelo penteado para trás estava um pouco desarrumado, e seus olhos cinzentos maçantes se arregalaram quando ele viu a minha cara. 

Mon dieu! Você parece que está expelindo fogo.

Fechei os olhos e tudo que eu podia ver era Lauren escorregando do meu alcance. Uma e outra vez. E eu desmoronei, incapaz de segurar minhas emoções por mais tempo. Lágrimas rolaram dos meus olhos, derramaram pelo meu rosto. Um soluço subiu na minha garganta que eu não consegui segurar, não importa o quanto eu quisesse. Esse buraco negro em meu peito cresceu para um vórtice escancarado de dor. Pela primeira vez em três anos, eu não pude interromper, não pude engolir as lágrimas. A barragem rompeu e transbordou ali mesmo na rua. 

As sobrancelhas de Lucien subiram em surpresa e seus olhos correram ao redor da praça, como se ele não soubesse o que fazer. Ele conseguiu me guiar para uma mesa em um café, sem me tocar, desta vez, em seguida, fez sinal para que eu sentasse enquanto pediu dois cafés. O que teria sido doce se eu não odiasse café com uma paixão.

— Por que as lágrimas, chérie? — ele disse.

— Aquela... era... Lauren. — eu coloquei para fora entre soluços. — Eu... enfim... a encontrei... mais uma vez... e agora... ela... se FOI. 

— Oh, eu entendo. Ela era uma grande amiga, não é? — Lucien alisou o cabelo para trás em um movimento bem praticado. Ele estendeu a mão e acariciou a minha. Não me dei ao trabalho de corrigir sua suposição. — Não se preocupe. Vou ajudá-la a procurar sua amiga, sim? Tenho meus métodos e podemos todos nos divertir, quem sabe...

Hum, NÃO. Não, se ele estivesse pensando...

— Um verão em Paris será espetacular para vocês. Isso, eu sei. E se não conseguirmos, bom... estamos em Paris chérie, podemos dar um jeito em tudo. — enquanto ele me entregava um lenço de papel, seu sorriso parecia quase genuíno. Como se ele fosse um tio preocupado. Bem, aquele que queria entrar em minhas malditas calças. 

Eu sequei meu rosto e limpei o nariz enquanto minha mente começava a trabalhar. Talvez Lucien estivesse certo. Não da maneira que ele insinuou, é claro. Por que causava ESTREMECIMENTO. Mas talvez o que eu precisava fazer era procurar um pouco e se não a achasse, esquecer novamente e viver minha vida. 

***

Meu cérebro estava apenas ligeiramente zumbindo, borrando nos limites graças a esses pequenos estimulantes doces que eu tomei logo que voltei para o apartamento. Eu precisava disso. Eu não precisava sentir nada hoje à noite. Eu tinha como objetivo o clube mais quente no bairro Latin, com a intenção de não pensar em nada durante uma porra de noite. As pílulas, o álcool e a música estridente destruiriam todos os pensamentos indesejados. 

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⏰ Letzte Aktualisierung: Jul 05, 2023 ⏰

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