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POV Camila

Vestida com uma jaqueta de couro preta e jeans escuros, ela era tão diferente das garotas vestidas com roupas de grife que poluíam esse lugar. Como ela conseguiu passar a corda de veludo e o cão de guarda da equipe de segurança da porta da frente? Então, novamente, o rígido código de vestuário do clube deve ter sido superado por seu corpo extremamente sexy e suas características marcantes. Homens cairiam em cima dela se ela quisesse. Lésbicas e bissexuais esta noite, provavelmente ficariam felizes em entregarem suas calcinhas para ela enquanto ela passava.

Inferno, eu estava esperando que ela quisesse a minha.

Minha pele inflamou sob seu olhar e eu dei o meu sorriso mais deslumbrante, e comecei a mover meus pés. Cada parte de mim desejava aniquilar a distância, até que não houvesse nada entre nós. Até que estivéssemos respirando o mesmo ar, compartilhando uma única respiração.

Mas naquele breve momento, algo mudou. Seus olhos deixaram meu rosto, deslizaram sobre o meu vestido curto, e caíram para o meu salto alto, preto Louboutin. A intensidade deles desapareceu. Foi substituída pelo desinteresse. Ou talvez desgosto. O que quer que fosse, ela se virou.

Bem, isso era diferente. Geralmente as pessoas não conseguiam tirar os olhos de cima de mim.

Mas agora que eu tinha encontrado o que queria, não seria posta para fora tão facilmente. Eu fui até o bar e me sentei em um banco vazio ao lado dela.

— O lugar está ocupado. — sua voz era rouca, baixa. Havia um tom áspero que me invadiu, vibrando pelo meu corpo, espalhando calafrios, eriçando sobre a minha pele. Puta merda.

— Namorado ou namorada? — eu disse. Coisas mais importantes primeiro. Pessoas acompanhadas não eram a minha praia. Nunca.

— Irmão. — ela respondeu secamente, sem olhar para cima do guardanapo que estava rabiscando.

Que diabos? Como poderia alguém olhar do jeito que ela olhou para mim e depois fazer... isso. Que era, absolutamente nada.

Mas os Cabellos não eram desistentes. Éramos vencedores. E eu gosto de um desafio. Então, eu fiquei onde estava.

Deste ponto, eu tinha uma visão muito melhor do perfil dela. Uma vista perigosamente boa, na verdade. Dolorosamente linda. Não havia outra maneira de descrevê-la. Ela era como uma mistura de escultura esculpida toda pintada - com uma delicadeza que deveria ser preservada em mármore, enquanto, ao mesmo tempo, empunhava uma beleza intocável que só poderia ter sido inventada por um artista. E eu estava perdida o suficiente para imaginar uma exibição dela em um museu ou pendurado em uma parede de uma galeria. De preferência nua.

Porra, sim. Eu queria pregá-la na parede. Uma e outra e outra vez.

— Deixe-me te pagar uma bebida. — eu disse. — Eu vou desocupar o lugar quando seu irmão chegar.

Seus olhos se estreitaram. Por um minuto, escuros como chocolate. E, assim como chocolate, eles eram perversamente deliciosos.

— Você vai me pagar uma bebida? — o riso em sua voz aqueceu meu interior. Progresso!

— Isso mesmo. — eu dei-lhe o meu sorriso mais deslumbrante. — Por minha conta. Apenas me diga o que você quer.

Seu olhar caiu para a minha boca e permaneceu lá. Eu podia senti-la fisicamente deslizando pelos meus lábios, de modo áspero e voraz, isso torturava a minha pele.

Cerrando o maxilar, ela virou a cabeça e levantou meio copo de uísque. 

— Nada, obrigado. Já tenho minha bebida. Eu tenho que ir para casa em breve.

True ColorsWhere stories live. Discover now