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Karina's pov:

"Talvez meu coração esteja apenas rezando por um amanhã melhor para substituir todos os ontens horríveis."

Estamos em Busan há poucos minutos, mas já sinto a velha familiaridade de estar de volta em casa surgir em mim. Minjeong está calada desde que entramos na cidade. Ela é normalmente uma pessoa mais reservada, mas hoje eu sei que tem algo a incomodando.

— Está nervosa? — Pergunto, desviando o olhar da estrada por breves segundos.

— Estou bem. — Ela responde, desinteressada, mas sei que está mentindo.

— O jeito que você está apertando os braços sugere o contrário.

Ela me encara por alguns segundos antes de relaxar.

— Só estou receosa por conta da viagem e me perguntando como vou lidar com toda a socialização.

— Meu palpite é "muito mal". — Brinco, cutucando seu ombro.

Ela dá uma risada, lançando-me um olhar severo de brincadeira.

— Obrigada.

— Olha, vai correr tudo bem. — Minha mão encontra a sua em um aperto delicado. — Quando você conhecer minhas mães vai perceber que elas são pessoas bem tranquilos. Mesmo Joohyun que tende a ser um pouco mais séria.

Sendo sincera, fiquei surpresa com o entusiasmo delas quando comentei que estava voltando para casa por alguns dias. Pensei que seriam contra dada as questões envolvendo meu passado, mas parece que o fator "namorando Minjeong" colocou isso em segundo plano. Talvez tenham ficado assim porque são amigas da mãe dela e isso significa que estou com alguém de confiança.

Infelizmente meu antigo relacionamento ainda assombra minha família.

— Espere até conhecer Yeji. Aí você vai ter motivos para se preocupar.

Ela me dá um sorriso singelo antes de desviar o olhar para a janela.

Conheço Minjeong bem o suficiente para saber que ela está escondendo o que realmente a está incomodando. Mas não vou sair desse carro até que ela se sinta confortável.

— Então, o que realmente está se passando pela sua cabeça, hein?

Minjeong fica em silêncio por alguns instantes, então suspira e diz:

— É apenas o caos iminente. Quero dizer, tem certeza que suas mães vão gostar de ver a filha única delas namorando alguém...

— Não termine essa frase — interrompo-a em tom firme. Me machuca quando a vejo se diminuir desse jeito. Quando ela permite que sua condição a defina como pessoa. Temos trabalhado nisso ao longo do último mês, mas as vezes esses momentos de fragilidade ainda vêm a tona. — O que importa é o que eu sinto — digo em um tom mais gentl. — E eu sinto que você é perfeita para mim.

Ela me encara com um olhar cheio de significado.

— Mas se não estiver confortável, podemos ir para algum hotel. Eu ligo para minhas mães e invento alguma desculpa.

— Obrigada, Jimin — ela se inclina, depositando um beijo em meu rosto —, mas nós vamos para sua casa. Eu vou ficar bem, prometo.

Quando pego uma estrada ladeada por árvores, já sinto a ansiedade por estar de volta em casa depois de pouco mais de um mês. Atravessando o portão, posso vislumbrar a residência principal da minha família: uma casa composta por três andares de madeira conservada, chaminé e pé-direito alto. O lugar onde vivi os momentos mais decisivos da minha vida, mas que agora parece tão distante.

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