Capítulo 4 - A Primeira Má

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Um par de mãos

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Um par de mãos. Isso é tudo o que Anya se lembra.

Ou pelo menos é tudo o que ela quer se lembrar.


Flashes.


Como ela os odiava.

Ela conseguia evitá-los na maior parte do tempo, mas não quando algo – gatilhos –, desencadeavam aqueles flashes. Ela os evitava lendo a mente das outras pessoas quando estava acordada, se envolvendo nos segredos dos outros para esquecê-los, mas nada os impedia quando estava dormindo.

Como agora, por exemplo.

Anya estava deitada em sua cama, abraçada ao Sr. Quimera e Bond estava dormindo no tapete ao lado de sua cama. Era um sono inquieto, ela se remexia de um lado para o outro e o cobertor pendia para o chão. Ela murmurava coisas para pessoas invisíveis e agarrava o ar. Sua testa brilhava com suor e seu semblante era aflito.

Em seu sonho, ela estava novamente naquele lugar assustador. As pessoas não a chamavam pelo nome, os cientistas só se referiam a ela como "Cobaia 007". Não havia privacidade em seu "quarto", pois era monitorado por câmeras.

— Cobaia 007, é hora de estudar. – disse a voz ríspida de um dos homens que acompanhavam seu progresso.

— Anya não quer. – ela já podia sentir um bolo se formando na garganta de um jeito doloroso, ela sabia o que ele diria a seguir.

— Se não for agora, vai ficar sem jantar. – disse o homem cujo o rosto ela não conseguia mais se lembrar com clareza.

Ela chorava infeliz no sonho e lágrimas de verdade corriam em seu rosto.

Mas havia alguém ali que estava disposta a ajudar a pequena Anya. Ela não sabia seu nome, e de qualquer modo aquele não era mesmo seu nome verdadeiro, tampouco podia se lembrar de seu codinome. Mas lembrava com toda certeza que ela era... uma espiã!

Ela se lembrava de que aquela mulher lhe estendera as mãos para lhe passar algum conforto. Lembrava de ter lido na mente dela que sua missão ali era ajudá-la. Ela sabia que Anya lia mentes, então tomava um cuidado especial no que pensava quando estava próxima da menina.

Fora ela quem lhe dera o Sr. Quimera, quem lhe incentiva que estudasse para que não fosse punida. Fora ela quem bolara um plano para que ambas escapassem e para acabar com o projeto ilegal desenvolvido naquele laboratório subterrâneo e vil.

Anya estava assustada, ela era carregada no colo pela espiã, alarmes ecoavam tão forte nos corredores que somados a penumbra e as luzes vermelhas piscantes davam dor de cabeça e a deixavam desnorteada e com mais vontade chorar e tapar os ouvidos era inútil.

Fora naquele momento que ela leu a mente da mulher, quando por um instante ela baixara a guarda, vendo lembranças desagradáveis que passavam repetidamente na mente dela.

Amendoins, trovões, ovelhas e outros contosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora