Amor em lá, mi, fá, sol (FINAL)

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— Eu nunca vou conseguir — murmura Kyungsoo, do outro lado do estúdio

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— Eu nunca vou conseguir — murmura Kyungsoo, do outro lado do estúdio.

Jongin pisca para o programa de edição de vídeo e ergue os olhos da tela do notebook onde está trabalhando. Já é a milésima vez que deixa seu olhar vagar para o garoto detrás do tripé, que segura uma folha impressa e franze os lábios em irritação. Observá-lo é muito mais divertido do que editar o videoclipe, porque um Kyungsoo estressado é um Kyungsoo muito atraente.

Jongin dá uma piscadinha em incentivo.

— Se você consegue decorar nome científico de planta e inseto, decorar algumas letras de música vai ser moleza.

Ele bufa ao microfone e a caixa de som guincha.

— É diferente — diz ele, com uma mão apoiada ameaçadoramente na cintura. — Eu amo pesquisar sobre Entomologia e sou apaixonado por Botânica desde que comprei minha primeira Orquídea Phalaenopsis. É fácil de aprender, mas isso é diferente. Meu cérebro se recusa a absorver coisas desinteressantes.

Coisas desinteressantes.

Jongin afunda no sofá, sentindo o notebook fumegar no colo. Nunca foi a favor de violência, mas, ainda assim, estica a mão para o pacote pequeno e brilhante ao seu lado. Kyungsoo merece os cinco amendoins voadores que o atingem no peito três segundos depois.

— É música, Soo. Música é sempre interessante.

Ele apenas se defende com as mãos e dá risada. O golpe não foi ameaçador o bastante.

— Gosto das menos barulhentas — admite, em tom conciliatório. — A sua é especial, e não foi difícil de aprender. Eu gosto dela.

Seus olhos se encontram e, mesmo à distância, Jongin suspira feliz. Ele nunca será capaz de vencer uma discussão com Kyungsoo porque é o tipo de cara que perdoa muito fácil. Um olhar, um elogio mínimo e ele já sabe que perdeu.

Ele sorri quando diz:

— Mas, falando sério, se você quiser, posso ligar para o Chanyeol agora e explicar o mal-entendido. Eu meti você nessa, e eu posso tirar. — Atrás do tripé, Kyungsoo balança a cabeça em negação. — Já conhecemos dezenas de garotas que fingiam ser fãs da banda. Não é coisa de outro mundo. Ele vai entender.

Kyungsoo faz uma careta.

— Credo. Por que alguém fingiria algo assim?

Bom, eles fingiram um namoro. Por um mês inteiro. Quem são eles para julgar?

Jongin encolhe os ombros.

— Sei lá. Tem gente que sonha em beijar músico.

— Por quê? O que músicos têm de tão fascinante?

— Não sei — diz Jongin, devagar e em voz baixa. — Me diz você.

Seu olhar atravessa a sala e se fixa em Kyungsoo. Nos olhos dele, redondos e levemente arregalados. Na boca, com lábios cheios, que se esticam em um sorriso bobo.

Amor em Quatro AcordesWhere stories live. Discover now