Part 13

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- P.o.V Melissa Danvers -

Assim que coloquei os pés de volta na casa do meu pai, relembrei dos últimos momentos na casa da minha mãe. Ela parecia diferente, nunca havia me tratado com frieza antes e ainda não consigo acreditar que havia negado a me ajudar.

A me ajudar.

Provavelmente esperava um pedido de desculpas. Ainda não consigo entender o que fiz pra ter que pedir qualquer desculpas a ela, que bagunçou a minha vida não dando o valor que meu pai merecia.

Ele a traiu, claro. Mas, isso depois de anos sem encontrar a mulher ideal em casa. Minha mãe não fazia qualquer esforço em se maquiar ou comprar lingeries bonitas para ela. Parecia nem o amar mais, o que ela queria que ele fizesse? Era claro que ele buscaria em outra, o que não encontrava nela.

Eu estava lá no dia em que ele conheceu Imra. Eu havia chamado minha mãe, falado que não se deixa um homem ir sozinho a festas e churrascos, mas ela deixou de ir conosco pra descansar. Foi o maior erro dela.

Imra logo sentou em nossa mesa e me elogiou, dizendo como eu era parecida com meu pai e o quão charmoso ele era. A partir dali eu sabia o que viria. Presenciei quando meu pai foi verdadeiro e falou que tinha uma esposa, mas que não estavam bem. Imra não se intimidou e logo eles estavam saindo com uma desculpa de conhecer o jardim do local.

Na volta, meu pai me pediu segredo e o mantive comigo por dois anos. Como Miranda era um pouco mais chata, igual minha mãe, eu tive que ir contando aos poucos pra ela e mesmo assim, ela quase entregou a verdade. Sempre puxa saco, mas não enxergava o quão sem vida nossa mãe era e que não podíamos nos inspirar nela.

Andando sempre sem graça e tão melosa que era muito fácil passar por cima dela. Não era a mulher que precisávamos nos tornar. Ainda bem que Miranda sempre me ouviu mais que a ela, ou seria a mesma sem graça hoje em dia e não namoraria com a bela mulher que está caidinha por ela.

Meu pai me levava a alguns dos passeios que Imra estava e começamos uma amizade. A essa altura eu já não me importava que minha mãe não estava de olho no marido, ela já tinha vacilado bem antes e não poderia reclamar depois.

Pelo menos era pra ser claro que ela não poderia reclamar, mas não foi o que aconteceu. No dia em que ela descobriu tiveram uma briga feia. Meu pai a segurou e deu um tapa firme em seu rosto, tentando controlar os gritos dela e a partir daí foi um show para os vizinhos. Ela foi pra cima dele como eu nunca havia visto, o bateu como se não tivesse medo e os dois ficaram agarrados no chão por um tempo, até que meu pai aproveitou da vantagem que tinha pelo braço ruim dela e o prendeu, fazendo nossa mãe se acalmar.

Nesse momento senti pena dela, devia ter doido já que ela chorou. Fui a ajudar, mesmo sabendo que a culpada daquilo tudo era ela. E mais tarde, quando estava um pouco melhor, jogou as coisas do meu pai pela janela e o mandou embora.

Eu não podia imaginar nossa vida sem ele e por isso, decidi ir me afastando aos poucos. E hoje, vejo que fiz a coisa certa. Pelo menos achava que havia feito. Não consigo impedir que duvida chegue em meus pensamentos depois que meu pai disse palavras tão duras para mim sobre a gravidez.

Fiquei sem entender, já que ele mesmo me ajudou com Luan e sabia o que eu aprontava. Não foi o que pareceu quando ele gritou que eu tinha feito uma merda e agora eu me virasse, porque ele não iria cuidar de outro filho. Mandou eu procurar minha mãe e afirmou que ela iria ajudar.

Era obvio que ela iria. Ela sempre me ajudou em tudo, porque agora seria diferente? De novo bati com a cara na parede. Ela estava tão fria e junto a tal Lena. Estava com uma roupa estilosa e quando desci as escadas, vi que as duas estavam provavelmente se pegando no sofá.

É fácil te amar - Karlena G!PWhere stories live. Discover now