ONE, The Hanging Chess

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I, O Xadrez Do Enforcamentoㅤ

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I, O Xadrez Do Enforcamentoㅤ

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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝐌ei observou ao seu redor, analisando cada mínimo detalhe que seus olhos conseguiam captar. O segundo andar do estabelecimento se encontrava vazio, o local era escuro ⸻ o que impedia de visualizar ao redor ⸻ e apenas uma luz caía diretamente em uma mesa de madeira localizada ao centro. Nas pontas da mesa havia duas cadeiras e uma delas era ocupada por um homem.

Um humano.

Um ser humano de verdade.

Era a primeira pessoa que via desde que magicamente toda a população da cidade de Tóquio havia desaparecido, deixando a garota para trás naquele cenário mórbido e melancólico. Ao menos a Kugisaki já estava acostumada ao desamparo.

A biomédica observou o homem de longe que se encontrava de olhos fechados. Ele era magro, com o rosto fino e as maçãs do rosto mais demarcadas. A franja ondulada chegava até a ponta de seu nariz arrebitado.

— Com licença… — disse em um tom de voz audível o possível para chamar a atenção do desconhecido.

— Achei que ninguém apareceria — disse o homem enquanto se virava na direção da jovem.

— Poderia me explicar o que está acontecendo?

— Estamos em um jogo — apontou para a cadeira que se encontrava em sua frente, indicando para que se sentasse.

Mei se aproximou da mesa, incerta com seus próprios passos, e notou com clareza o tabuleiro de xadrez. Ela se sentou na cadeira, com diversos questionamentos flutuando em sua mente, mas que logo foram interrompidos pela voz eletrônica que ecoou pelo local.

"JOGO: XADREZ DO ENFORCAMENTO. DIFICULDADE: TRÊS DE OUROS"

— Três de ouros? O que significa? — perguntou, mas antes de obter sua resposta do homem à sua frente, a voz misteriosa voltou a ecoar.

"REGRAS: ANTES DO JOGO COMEÇAR  OS PARTICIPANTES PRESENTES DEVERÃO COLOCAR A CORDA AO REDOR DO PESCOÇO"

Uma corda desceu do teto do local, parando em frente aos dois presentes. Sem hesitar, o homem passou a cabeça pelo buraco da corda em sua frente e ajeitou sua franja ondulada, retirando-a do caminho de sua visão. Ainda relutante, Mei imitou a ação do homem, passando a corda pela cabeça.

"CONDIÇÕES PARA ZERAR: VENCER A PARTIDA DE XADREZ"

— Bem, já que vamos passar um tempinho aqui, posso explicar — sorriu torto — Mas antes, eu começo a partida — disse antes de mover sua primeira peça.

Mei olhou para o tabuleiro chegando a conclusão que era um tabuleiro de xadrez comum, nada fora do normal, e logo moveu sua primeira peça. Fazia anos que não jogava xadrez, embora fosse um de seus passatempos favoritos e principalmente quando seu adversário era seu pai. Em questões de segundos sua mente foi nublada pelas memórias das tardes na qual passava jogando xadrez com seu pai e então se recordou que nunca havia ganhado uma partida sequer de seu progenitor. Seu pai sempre dizia que um dia, quando a hora certa chegasse, Mei o venceria no jogo de tabuleiro, porém esse dia nunca chegou. Após o desastre, a jovem fez de tudo para evitar ao máximo o jogo, já que não queria entrar em uma melancolia profunda devido suas memórias. E mesmo assim lá estava ela, com uma corda no pescoço, jogando uma partida de xadrez com um desconhecido em uma cidade deserta.

𝗹𝗼𝘀𝘁 𝘀𝗼𝘂𝗹𝘀  ✷  𝗌.𝖼𝗁𝗂𝗌𝗁𝗂𝗒𝖺Onde as histórias ganham vida. Descobre agora