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XIV, Cortem-lhe A Cabeça!
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝐄stava escurecendo quando Mei e Shuntaro avistaram o enorme dirigível do Valete de Copas. Nas atuais condições ⸻ não muito favoráveis ⸻ de Mei, a dupla havia chegado na conclusão de participarem de um jogo que não fosse físico (ambos torciam para que o jogo de copas do valete não envolvesse nenhuma movimentação física muito bruta) e onde, quem sabe, poderiam reunir algum tipo de informação que fosse útil.
Mei sentiu um vento gélido ir contra seu corpo ao entrar, ao lado de Shuntaro, no Presídio de Teio. As mãos levemente trêmulas e frias da jovem pesquisadora enterraram-se dentro do bolso do moletom preto que usava ⸻ e que pertencia a Chishiya.
Certamente o presídio não era nada receptivo ⸻ talvez esse fosse o objetivo daquele tipo de local ⸻ e Mei não pôde deixar de sentir uma sensação estranha ao ver os colares em cima de uma mesa junto com uma plaquinha com o comando de colocar um colar e subir pra sala central. Talvez aqueles colares poderiam ser algo parecido com as cordas do seu primeiro jogo naquele local (o xadrez do enforcamento), mas certamente, Mei não tinha dúvidas, de que aqueles colares poderiam fazer um estrago muito maior que uma corda.
— Ficou bonito com esse colar. — Mei olhou de soslaio para o loiro enquanto colocava em si o colar, sentindo o peso ao redor do pescoço e o contato do metal gelado em sua pele morna, causando um arrepio.
— É algum feitiche seu? — um sorriso ladino cresceu nos lábios do rapaz ao notar uma leve vermelhidão nas bochechas da Kugisaki com seu comentário.
— Nunca mais elogio também. — Mei revirou os olhos e desviou o olhar — Me encontra na sala central quando terminar.
— Hum?
— O quê? Você não vai dar uma olhada pelo local? — Mei tombou levemente a cabeça para a esquerda em dúvida — Quando terminar, nos encontramos lá. Irei aproveitar para ver os demais participantes.
A Kugisaki rapidamente virou-se e seguiu pelo caminho indicado, subindo as escadas, deixando Chishiya parado em frente a mesa, observando suas costas até ela desaparecer de seu campo de visão. Chishiya sempre achou Mei uma mulher interessante, misteriosa e uma figura e tanto, ela havia cativado seu interesse desde que havia entrado na sala da mansão "assombrada", quando se viram pela primeira vez, quando ela o salvou e quando trabalharam juntos pela primeira vez para zerar um jogo.
Chishiya Shuntaro nunca quis entender o coração, mas por algum motivo ele queria desvendar todos os mistérios do coração de Kugisaki Mei.
Na sala central haviam poucas pessoas, a maioria confusas e apreensivas. Em passos silenciosos, Mei caminhou até um dos corredores do local e encostou-se na parede de lado. No centro do piso da sala havia uma grade que dava para visualizar o andar de baixo e um palanque de madeira. Havia uma televisão pendurada na parede, na qual Mei tinha certeza que passariam as regras do jogo nela, já que não haviam mais disponibilizado os celulares, que eram bastante comuns na primeira fase dos jogos. Discretamente, o olhar da biomédica deixou o olhar a tela desligada e observou as pessoas ao redor, todas espalhadas, como se nunca tivessem se visto na vida, eram completamente estranhas para si mesmas. E para infelicidade de Mei, Kuina e nenhum outro conhecido estava presente naquele jogo. Ao que parecia, seria apenas ela e Chishiya.
