The House on Fire - parte II

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Allison tinha tomado uma decisão naquela manhã quente de terça-feira. Estava indo embora.

Do Kansas, de Lawrence e da fatídica fantasia que durou por pouco mais de um ano - que jurou que estava sendo perfeito, e estava tão enganada.

Não importava mais o que Dean queria. Quando ele puxou aquele gatilho, ele fez a escolha dele. Agora, ela estava fazendo a dela - pensando no bem de Morrigan, lembrando-se de como sua vida tinha sido arruinada por uma decisão ruim de seus pais.

Não faria o mesmo, não se deixaria cometer os mesmos erros.

Então, quando ela decidiu voltar para o mesmo lugar que tentou fugir, levaria todos eles consigo.

Precisou da ajuda de um enfermeiro para tirar Dean da cadeira de rodas e colocá-lo no banco traseiro do Dodge. Ela ficou do lado de fora, aninhando Morrigan nos braços.

Agradeceu sua ajuda, e o enfermeiro sorriu desejando boa sorte. Ela riu, não precisava de sorte. Precisava de uma dose bem forte de qualquer coisa alcoólica.

Ela colocou a pequena Winchester em sua cadeirinha, sabendo que seria uma viagem excruciante até o Bunker. Suspirou enquanto as mãos trêmulas tentavam prender os cintos na cadeirinha.

— Deixa comigo — Dean segurou suas mãos, ela fechou os dedos tensos —, ainda posso usar as mãos.

Mesmo que tentasse soar engraçado, Allison sequer tinha forças para dar um sorriso a ele.

Ela ainda tinha sido traída, de alguma forma. Dean mentiu todas as vezes que chegava em casa, dizendo que tinha sido um dia de trabalho estressante. Ora, claro que era, ele estava matando vampiros, fantasmas e qualquer tipo de aberração outra vez.

Allison deu partida no carro, sem saber se estava pronta para voltar.

Sem outra alternativa, ela cruzou as avenidas e foi obrigada a passar na frente da antiga casa que construíram juntos. Ela estava em pedaços, estilhaços que chegavam até os telhados vizinhos.

Havia policiais e bombeiros por lá, realizando um trabalho inútil. Porque Allison sabia, Dean sabia, não tinha sido um acidente. Não existem acidentes.

Dean sentiu algo doer em seu peito. Ele sentia culpa, e deveria sentir mesmo. Tinha sido tão ingênuo ao pensar que poderia fazer aquilo só por um tempo, por distração, pelo bem de outras pessoas.

Ele só estava mentindo para si mesmo.

Quando avistou a placa da saída cidade, ele se inclinou no banco da frente. Até o menor dos movimentos parecia exigir um grande esforço, era cansativo ter que tomar cuidado até mesmo para levantar um braço.

— Você sabe para onde vamos? — perguntou, mesmo sabendo que talvez sua esposa não fosse respondê-lo.

Allison apertou os dedos em volta do volante.

— Para o lugar de onde nunca deveria ter saído.

Tudo estava desmoronando. Esperava que o Bunker e o resto de sua família ainda fosse o mesmo.

Ela acelerou pela estrada, pisando no fundo no acelerador, esperando encontrar alguma paz durante o trajeto até o Lebanon.

...

Audrey já estava a postos do lado de fora. Sentada no peitoril de ferro ao lado da estrutura do Bunker, inquieta, sem saber o que dizer ou que pensar.

Ela sentiu o coração na garganta, prestes a saltar, quando ouviu o ronco do Dodge à distância.

A Winchester estacionou o carro, e antes mesmo de colocar os pés para fora, ela se sentia segura. Ver Audrey outra vez lhe trouxe a paz que almejou durante todo o caminho.

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