Eu continuava parada ali; sentada no mesmo lugar, há trinta minutos. Que mais pareciam horas. Meus olhos estavam focados em um canto do quarto, enquanto eu mordia a ponta da caneta, tentando extravasar o nervosismo.Sabia que levaria algum tempo até darem notícias. Talvez eu estivesse me preocupando atoa.
Eles iriam matar Ava e tudo isso acabaria de uma vez.
Era o que eu estava repetindo para mim mesma, durante esse curto período de tempo. As risadas e palavras daquele demônio continuava soando na minha cabeça, como um juramento.
O pior, é que não tinha fim. Ela não parava sequer por um segundo. Era apenas um de muitos truques que ela sabia fazer. Tudo isso não era bom, nem para mim e nem para a criança no meu ventre.
No fundo, eu ainda temia que, de alguma forma, ela pudesse atingi-lo. Ficar sentada aqui, só parecia piorar a situação. Eu não conseguia me distrair, e precisava fazer algo urgentemente.
Eu estava segura aqui; havia sal em todas as janelas e portas. Tinha água benta de sobra e meu revólver estava bem a minha frente, carregado na mesa.
Na entrada do quarto, uma Armadilha do Diabo, coberta pelo tapete do hotel. Era uma maneira de se proteger. Mas, não sabia o que fazer com a minha mente, já que eu não conseguia protegê-la.
Apesar de tudo, ainda tinha mais uma coisa: meu filho. Era minha principal preocupação e sabia que também era a de Dean. Se eles viessem até aqui, eu poderia me defender, mas não se estivessem em grande quantidade.
Pensei em mil jeitos para ficar entretida. Desmontei e montei meu revólver, mais de cinco vezes e até cronometrei o tempo que levei para isso. Até minha caneta estava ficando torta, de tanto mordê-la.
Meu celular começou a tocar e eu, num ato de desespero, estiquei minha mão até ele e atendi a ligação.
- Kiddo, como você 'tá? - o Winchester indagou de forma preocupada.
- Com o coração pulando no peito - bufei, voltando a morder a caneta - E vocês?
- Indo de mal a pior - pude ouvi-lo suspirar, isso não era bom - Eles se movem mais rápido do que parece.
- Qual o problema?
- Achamos o lugar que o Castiel falou - Dean começou a contar o que houve, estava irritado consigo mesmo por cair de novo nessa armadilha - Mas, só tinha corpos. Eles decidiram mudar o visual.
- Nenhum rastro deles? - indaguei decepcionada.
- Por enquanto, nada. Vamos voltar e procurar por outros lugares.
- Dean, 'tá virando um beco sem saída - tentei argumentar com ele - Eles fazem de propósito.
- Eu sei. É a velha história de correr atrás do próprio rabo - o Winchester resmungou - Já vamos voltar. Até daqui a pouco.
Desliguei a chamada e deixei o celular na mesa do quarto. Pensei que quando atendesse aquela ligação, estaria menos tensa.
Mas aconteceu bem o contrário. Aqueles demônios podem estar em qualquer lugar. Pegaram outras pessoas e largaram as antigas cascas no velho galpão.
- Que bela jogada, Ava... - falei comigo mesma, tensionando meu maxilar.
Não tinha mais o que fazer e voltei a me concentrar no caso que nos trouxe até aqui. Iria me manter ocupada até os meninos chegarem, só assim conseguiria manter minha mente sã.
Nunca imaginei que estaria numa situação assim. Primeiro, porque todo caçador já desejou sair dessa vida. E segundo, aqueles caçadores normais não estão encarregados de impedir o fim do mundo.
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THE HUNTERS | supernatural
RandomQuando os Arcanjos descem dos Céus, a Terra se transforma em um Inferno. Aos dezessete anos, seu destino havia sido traçado. Ela entende de armas, de carros e de bebidas, mas, principalmente, de monstros. Allison foi abandonada por sua mãe e treina...